terça-feira, 6 de julho de 2010

Espanhóis investirão R$1,3 bilhão em energia solar no Ceará

Companhia pretende instalar duas usinas nos próximos cinco anos, somando 150MW


A espanhola Braener chegou ao Brasil em fevereiro pronta para fechar negócios na área de energias renováveis. E, após poucos meses no País, a companhia já anuncia metas ousadas. Foram assinados dois protocolos de intenções junto à Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece), prevendo a instalação de duas usinas solares e uma fábrica de painéis fotovoltaicos no Estado. Uma das plantas terá a capacidade total de 100MW e a outra somará 50MW. De acordo com o diretor administrativo da Braener, Juan Enrique Rapetti, os investimentos somariam algo em torno de 600 milhões de euros - ou R$1,3 bilhão.
O executivo ressalta que um dos empreendimentos será tocado em conjunto com outra empresa, a Sky Solar, enquanto o outro será somente da Braener. O objetivo é instalar as usinas em fases. O projeto de 100MW seria feito por módulos, inaugurando 20MW a cada ano e chegando à capacidade total após um período de cinco anos.
"Isso já está bastante avançado. Estamos olhando o local onode poderá começar a ser feita a obra. Os protocolos com a Adece já estão aprovados e agora falta  o contrato com a Agência Nacional de Energia Elétrica, aprovando a venda da energia para a rede nacional", explica Rapetti. Segundo ele, a usina de 100MW deve ficar em Sobral, enquanto a unidade menor, de 50MW, seria no município de Cascavel.
Já a tarifa da energia a ser gerada pelas usinas ainda não está definida, mas o executivo acredita que será "algo em torno de R$600 o MWh". O valor é bem acima do custo de outras fontes renováveis, como a eólica, por exemplo, que terminou o último leilão com um preço médio de R$148 o MWh. Por isso, a Braener atualmente negocia com o Estado do Ceará uma forma de subsídio à geração. A alternativa seria viabilizada por meio do Fundo de Incentivo à Energia Solar (Fies).
Lançado no ano passado, o Fies teve um aporte inicial de R$10 milhões do governo cearense. O objetivo do mecanismo é compensar a diferença entre o valor efetivo da geração solar e a tarifa de energia elétrica praticada no mercado livre.