quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Papelão é alternativa rápida e limpa na construção civil

O uso do papelão na construção civil pode representar uma alternativa que proporciona mais rapidez na obra, e com um processo mais leve e salubre.
Se não diretamente para moradias, o material oferece uma solução rápida e segura para construções de apoio nos canteiros de obras, pequenos depósitos e outros "puxadinhos".


Papelão é alternativa rápida e limpa na construção civil










O papelão oferece uma solução rápida e segura para construções de apoio nos canteiros de obras, pequenos depósitos e e outros "puxadinhos". [Imagem: Ag.USP]

Reciclagem fácil
A utilidade e a segurança do papelão para a construção civil estão sendo demonstradas por pesquisas que estão sendo realizadas no Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), da USP.
De acordo com a pesquisadora Gerusa Salado, os estudos com o papelão já vêm sendo desenvolvidos no Japão. "No Brasil, esse tipo de pesquisa ainda é inédito," afirma.
A escolha do papelão levou em conta critérios como reciclagem e produção de celulose e do próprio papelão, matérias-primas abundantes no Brasil.
"O papelão, além do fato de poder ser reciclado várias vezes, não precisa de um grande processo de transformação para a reciclagem. Basta triturá-lo e misturar com água", descreve Gerusa.
Construção experimental
Para testar a eficácia do uso do papelão na construção civil, os pesquisadores construíram uma célula-teste.
Esta "construção experimental", como foi denominada, possui o formato de um cubo medindo cerca de 3x3x3 metros (m), equivalente a um volume de 27 metros cúbicos (m3). Em uma de suas paredes há uma janela. Na outra, uma porta.
Gerusa explica que as outras duas paredes são "paredes cegas", ou seja, sem qualquer tipo de abertura. Inicialmente, a pesquisadora desenvolveu na célula-teste as vedações, que são o objeto principal de sua pesquisa.
Gerusa conseguiu construir uma parede de 1 m linear, com tubos de 10 cm de diâmetro, sem resina ou impermeabilizantes.
A estrutura, segundo ela, resistiu até 5,0 toneladas. Utilizando a resina impermeabilizante, a mesma estrutura teve sua resistência aumentada, suportando até 6,0 toneladas.
Esta mesma resina também torna o material resistente às chuvas e à umidade. "Nossa construção experimental tem resistido a todas as fortes chuvas desses últimos tempos", conta a pesquisadora.
Em relação ao fogo, ela alerta que o material ainda precisa ser avaliado em relação ao tempo que o papelão pode levar para ser incinerado e se o fogo pode se extinguir sozinho - estes testes são realizados em laboratório e seguem normas técnicas nacionais e/ou internacionais. "Sabemos que todos os materiais de construção são suscetíveis ao fogo, mas neste caso, precisamos averiguar se o tempo de propagação de um incêndio acidental possibilita que os usuários desocupem a edificação", diz Gerusa.
Vantagens das construções de papelão
Os estudos realizados já têm dado frutos, segundo a pesquisadora. "Já é certeza que a estrutura poderá ser aplicada em edificações térreas".
O intuito das pesquisas, segundo Gerusa, é que a estrutura possa vir a ser utilizada para habitações ou não, além de outros tipos de construções como edifícios, como uma possibilidade de substituição de materiais de alvenaria.
Entre as principais vantagens na utilização do papelão na construção civil, Gerusa destaca o uso de uma fundação apenas superficial e não subterrânea, pois a construção é leve. A construção de imóveis com este material é bem mais rápida do que os métodos convencionais porque é feita num sistema construtivo pré-fabricado.
"Além disso, os tubos de papelão são ocos, facilitando a instalação dos sistemas hidráulicos e elétricos, não havendo necessidade de quebrar paredes. Todo o processo é limpo e salubre podendo ser desmontado e remontado a qualquer tempo", garante a pesquisadora.
O custo de uma parede de papelão em relação à de alvenaria convencional por enquanto é proporcional, mas Gerusa lembra de alguns fatores que podem torná-lo um potencial material concorrente à alvenaria, como impostos adequados a construção civil, produção não só dos tubos, mas também de módulos pré-fabricados em larga escala.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Iluminação natural

Utilizar a luz solar diz respeito à eficiência energética, conforto visual e práticas sustentáveis 
Por: Michel Mello
O planejamento das obras em arquitetura e engenharia contemporânea no Brasil precisa considerar os efeitos positivos da iluminação natural. Essa postura de relutância em projetistas se deve em parte à formação desses profissionais que vem de uma trajetória de ensino que pertence ao século passado. Não prevê, por exemplo, o advento das crises energéticas, a falta de investimentos nos setores de geração e distribuição de energia, a extrapolação dos recursos naturais.
Por não ter sido devidamente assimilada por teóricos, mestres e professores, ainda não foi transmitida aos canteiros de obras. Um reflexo disso é que apesar de toda a possibilidade de uso da luz solar, já que a iluminação natural é uma velha conhecida do homem – algo que remonta à pré-história do homem, ao tempo das grandes pirâmides, Stonehenge e outros megalitos – a grande preferência é por utilizar a iluminação artificial, que é mais cara e poluente.
Atualmente, no país, poucas são as edificações que se utilizam de claraboias, novas janelas, telhas transparentes e outras tecnologias que permitem a utilização da luz natural. A ruptura entre novo e velho em termos de edificações se dá de modo que nada do que diga respeito à funcionalidade do passado possa ser aproveitado pelo futuro. O conceito de modernidade exclui todo um passado baseado em estudo muito preciso sobre a trajetória dos corpos celestes.
Sigfrido F. C. G. Graziano Junior
Para o arquiteto e especialista em iluminação e conforto ambiental, Sigfrido Graziano Junior, “para a grande parte do nosso território, tropical, recomenda-se o uso da luz natural de forma indireta e difusa. A incidência direta nas superfícies envidraçadas pode trazer aumento de temperatura interna e é recomendável apenas nos locais onde há necessidade de ganho de calor, como em regiões frias do Brasil e locais de maior altitude. Existem atualmente vidros especiais com filtros que reduzem a carga térmica, mas também trazem redução da iluminação, tornando necessário o acionamento da luz artificial durante o dia. O que é um gasto de energia dispensável se a luz natural chegasse nos ambientes de forma adequada”.
Sobre iluminação natural, luz solar e novas tecnologias de conforto visual e térmico entrevistamos o arquiteto Sigfrido Graziano:
Como fazer para conscientizar os diferentes públicos e inserir o tópico: luz solar em obras de engenharia e arquitetura?
Sigfrido Graziano: Há diversos caminhos, que passam tanto pela conscientização como pela legislação e mercado. Pela legislação, existem normas – por ora recomendações – como o “Regulamento de Etiquetagem dos Edifícios”, do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (PROCEL), onde há incentivos para etiquetagem dos edifícios públicos, de prestação de serviços e que ainda é voluntário. Também há certificações como Selo da Leadership in Energy and Environmental Design (LEED), ou Alta Qualidade Ambiental (AQUA), entre outros onde o uso da luz natural é um dos critérios a serem considerados. Aos poucos, os editais de projeto começam a exigir que as propostas tenham esses conceitos na sua elaboração até simulação computacional.
Os empreendedores já lançam edifícios que atendem aos requisitos de eficiência e sustentabilidade objetivando a valorização e também se observa que a venda de unidades com certificação é mais rápida, vantajosa e rentável. A conscientização começa pelo uso da luz como elemento de projeto e deve ser considerada desde a concepção da edificação e dos espaços. Isso faz parte da arquitetura bioclimática, eficiência energética e sustentabilidade. O corpo do projeto deve considerar todos esses aspectos.
Aspectos positivos da utilização da iluminação natural?
SG: Um argumento forte em prol da iluminação natural é a redução do consumo de energia. Ao se projetar adequadamente o uso da luz natural sem trazer aquecimento, atingimos dois aspectos principais:
- Elimina parte considerável da necessidade da iluminação artificial;
- Redução da necessidade de climatização em parte considerável do horário de uso do edifício.
Além disso, a radiação ultravioleta (UV), parte considerável da radiação solar, tem ação bactericida, que é recomendável para as áreas de longa permanência, como os dormitórios. Isso também é muito importante para hospitais e presídios, onde deve haver controle das doenças.
Quais são os benefícios sociais da iluminação natural dos ambientes?
SG: Há diversos benefícios quando esses conceitos são abordados no projeto como aspectos psicológicos e de qualidade visual. A característica de variação já é benéfica pelo acompanhamento do ciclo circadiano, ou seja, perceber a variação luminosa e cromática ao longo do dia.
A variação da luz também promove ajuste dos olhos, evitando a constância quando há apenas a iluminação artificial. O ambiente tem contato com o ambiente externo e isso é benéfico para sensação de pertencimento ao mundo, combatendo a claustrofobia. Também por isso diversos shoppings centers mais antigos já promoveram aberturas para o exterior.
De que trata a eficiência energética nos padrões de qualidade (ISO 14000)?
SG: A ISO 14000 é uma norma internacional que trata da gestão ambiental nas empresas. Muitas delas, para atender ao mercado globalizado, devem atender a essas normas internacionais e isso pode significar a sobrevivência da empresa. A certificação também traz necessidades de melhorias ano após ano. Assim, uma empresa certificada pela ISO 14000 em um ano deverá buscar melhorias em outro ano. O uso da luz natural e eficiência energética pode ser uma forma.
De que trata a redução de volumetria?
SG: Os planos diretores e códigos de obras definem áreas a serem ocupadas, taxas de ocupação, áreas verdes, áreas de preservação parcial. Muitas vezes há desrespeito desses conceitos, trazendo formação de verdadeiras barreiras para os ventos, para a luz natural e salubridade. É preciso observar que grandes volumes construídos podem trazer áreas urbanas mais escuras, sombreamentos excessivos, formação de áreas úmidas. O resultado pode ser áreas com micro-climas que tornam os ambientes dependentes de aparelhos de ar-condicionado constantemente ligados e luz artificial.
Quais os custos de manutenção com a luz artificial?
SG: A luz natural possibilita a desativação da luz artificial durante grande parte do dia, aumentando o período para troca de lâmpadas e reatores. Isso significa menos troca de equipamentos e profissionais para fazê-lo, menores interrupções, além é claro da economia na conta de energia.
A luz direta incide na prateleira de luz, ou lightshelf, que reflete para o teto e para o ambiente
O que são lightshelves?
SG: Há diversos elementos para bloqueio e redirecionamento da luz natural como brises, marquises, persianas, lightshelves (plural) e lightshelf (singular), que em inglês significam prateleiras ou estantes de luz. São alguns tipos de elementos de redirecionamento da luz natural. De forma indireta e difusa essa luz é benéfica, pois não traz a mesma carga térmica que ocorre quando há incidência solar nos vidros. Assim, a luz direta do sol pode incidir em elementos opacos e claros.
Pode quantificar a redução de custos em economia de energia elétrica em projetos?
SG:
Em estimativas realizadas, ao se adotar a luz natural para ambientes comerciais, há redução com a iluminação artificial e troca de lâmpadas em torno de R$ 15,00 por m² ao ano. Em termos de climatização é mais difícil e complexo chegar a um número, mas ao se reduzir a carga térmica, consequentemente há redução na necessidade de acionar os aparelhos de ar-condicionado.
Entrevistado
Sigfrido F. C. G. Graziano Junior
 
Currículo
- Graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

- Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho pela UFSC.
- Mestre em Engenharia de Produção/Ergonomia – área de Conforto Ambiental – Iluminação, com trabalho sobre o uso da luz natural em projetos, pela UFSC.
- Atua como Arquiteto e Engenheiro de Segurança do Trabalho na Caixa Econômica Federal.
- Realiza projetos residenciais, comerciais e institucionais, presta consultoria em projetos de eficiência e sustentabilidade e já atuou como professor em cursos de graduação e pós-graduação. 
Jornalista responsável: Silvia Elmor – MTB 4417/18/57 – Vogg Branded Content
Fonte: Cimento Itambé.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Plano do governo para implantação de smart grids no País sai ainda em 2010

Aneel afirma que documento passa pelos últimos acertos antes de ser publicado oficialmente
Por Luciano Costa

Crédito: Getty Images
O Grupo de Trabalho formado pelo governo para traçar a política pública para a implantação das linhas elétricas inteligentes - as smart grids - no País deve ser divulgado ainda neste ano. A expectativa é da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que participou das reuniões da equipe, sob o comando do Ministério de Minas e Energia, que vai preparar a versão definitiva do relatório do grupo.
O superintendente de regulação dos serviços de energia elétrica do órgão, Paulo Henrique Silvestri, afirma que os subgrupos já estão fechando seus trabalhos. Entre as propostas que devem constar do texto, estão opções para financiar um programa de troca de medidores de energia concencionais por modelos eletrônicos em larga escala.
"Pode-se usar recursos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE - encargo cobrado nas contas de energia), que são usados hoje para financiar a tarifa para baixa renda e o progrma Luz Para Todos, que já estão em fase final. Como faltam poucos Estados para que ele seja concluído, deve ter uma sobra de recursos", adianta Silvestri. O técnico da Aneel também fala em linhas especiais de crédito pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do uso de dinheiro da Reserva Global de Reversão (RGR - fundo criado pelo pagamento de encargos por todos consumidores). Permitir que as próprias distribuidoras de energia banquem o investimento e depois recuperem o valor na cobrança das tarifas também é uma das ideias em estudo.
"Uma parte pode ser financiada dentro da própria tarifa, desde que não seja um impacto muito grande", explica Silvestri. O superintendente afirma que, segundo os cálculos da Aneel, a troca dos medidores do País em um prazo de dez anos custaria ao consumidor uma alta de 0,5% no preço da energia a cada ano, o que somaria 5% de reajuste no período."Agora, tem concessionárias em que o impacto (na conta) é maior, e outras em que é menor. Isso é uma média. Naquelas em que o custo é maior, teria de haver algum recurso (aplicado), enquanto, nas em que o custo é menor, talvez a distribuidora pudesse ela mesma fazer esse planejamento".
O técnico não descarta nem mesmo o aporte de recursos da União para alavancar o programa, e cita como exemplo o Luz Para Todos. "O programa era para acontecer em dez anos, mas o governo federal colocou recursos e fez em quatro anos. Tendo um fundo desses, pode-se fazer um trabalho em menos tempo (na área de concessão de) algumas empresas", analisa Silvestri.
 
 
 

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Eficiência Energética

O que é Eficiência Energética (EE)?

Trata-se de uma atividade técnico-econômica que objetiva:
• Proporcionar o melhor consumo de energia e água, com redução de custos operacionais correlatos;
• Minimizar contingenciamentos no suprimento desses insumos;
• Introduzir elementos e instrumentos necessários para o gerenciamento energético e hídrico da empresa ou empreendimento.


Como otimizar o consumo e quais são os benefícios

A redução do consumo pode ser obtida com medidas como:
• Utilização de técnicas de reúso, captação de águas pluviais, pesquisa para autoprodução;
• Substituição de dispositivos de iluminação por outros mais eficientes (lâmpadas PL, luminárias com melhor refletância, reatores eletrônicos);
• Utilização de sistemas de automação, possibilitando acionamento de motores;
• Iluminação somente diante de necessidades específicas;
• Adequação de grandezas elétricas como harmônicos e fator de potência às características da operação em questão;
• Substituição de insumo energético como energia elétrica por energia solar em caso de aquecimento de água;
• Reaproveitamento de energia em dissipação em insumo, como por exemplo o uso de energia térmica extraída em processo de aquecimento de ar como insumo para pré-aquecimento de água, etc.

A adoção de medidas dessa natureza, além de trazer benefícios diretos para o usuário (e.g. redução de custos, melhoria da competitividade), é igualmente benéfica para a sociedade, pois contribui para o desenvolvimento sustentável (utilização de menos recursos naturais e redução de gases de efeito estufa). 
O que é um projeto de eficiência energética?
Trata-se de atividade que define ações em determinada operação, visando primordialmente a redução de custos com consumo de insumos energéticos e hídricos, apresentando sugestões de viabilidade técnico-econômica de implantação, incluindo as especificações técnicas, o “project finance”, equipamentos, materiais, serviços e as implantações propriamente ditas, além do gerenciamento do projeto e a gestão dos resultados após o término das intervenções.
Assim, qualquer empresa ou empreendimento pode ser beneficiado com projeto de eficiência energética, através de retrofit de ativos operacionais e instalações, e adequação de procedimentos.
Em resumo, é um conjunto de medidas bem definidas que, quando implantadas, levarão a uma redução, previamente determinada, dos custos de consumo de água e/ou energia de uma empresa ou empreendimento, mantendo-se os níveis de produção e da qualidade do produto final.
O Projeto de EE passo a passo
A partir de uma Carta de Intenções (ou Autorização de Serviços) desenvolve-se um diagnóstico energo-hídrico, que identifica possibilidades de redução de consumo, estabelecendo-se critérios de viabilidade econômica.

Esse diagnóstico das instalações e operações determina os níveis de economia de energia desejados, bem como o volume do investimento necessário e o retorno resultante.

A aceitação do diagnóstico resulta na contratação da ESCO objetivando a implantação das possibilidades identificadas, além dos financiamentos necessários para tanto.

Assim, desenvolvem-se os procedimentos de projeto executivo, compra de equipamentos e serviços de instalação, objetivando-se a implantação, start-up e comissionamento das implantações necessárias.

Os resultados alcançados são avaliados através de Plano de Medição & Verificação, comprovando a redução do consumo de energia.

Após resultados, inicia-se a remuneração dos investimentos calculada sobre a economia gerada.
Etapas de um projeto de Eficiência Energética (EE)
  • Carta de Intenções (ou Autorização de Serviços)
  • Pré-diagnóstico Energético e Hídrico e Viabilidade Técnico-Econômica
  • Termo de Compromisso
  • Diagnóstico Detalhado: Energético e Hídrico
  • Viabilização do Financiamento
  • Negociação do Contrato
  • Implantação das Ações
  • Medição & Verificação dos Resultados

Metodologias usualmente aplicadas
Para a implementação de um projeto de eficiência energética, os seguintes passos devem ser seguidos:

·          Auditoria energética da instalação para identificar oportunidades de redução do consumo; caso existam oportunidades, apresentá-las ao cliente para verificar o interesse do mesmo; estabelecimento de critérios econômicos;

·          Diagnóstico energético da instalação, caso haja interesse do cliente; determinação da redução do consumo e da economia; determinação do investimento necessário; apresentação ao cliente;

·          Assinatura do contrato de performance, caso o cliente concorde em seguir com a implantação do projeto; caso o cliente opte por não seguir adiante, mesmo atendidos os critérios econômicos, o cliente deverá ressarcir à ESCO o custo do diagnóstico energético;

·          Assinatura do contrato de financiamento, caso a ESCO vá utilizar recursos de terceiros para a implementação do projeto;

·          Elaboração do projeto executivo e especificação de materiais e equipamentos para compra;

·          Diligenciamento de materiais e equipamentos;

·          Implantação;

·          Comissionamento;

·          Medição e verificação para comprovar a redução do consumo de energia;

·          Início do período de remuneração da ESCO.


Formas de Financiamento  
Recentes e vantajosas oportunidades de financiamento auxiliam e dispensam um empreendedor de aplicar seus próprios recursos.
Quais as formas de financiamento para Projetos de EE

BNDES – Banco de Desenvolvimento Econômico e Social:

- PROESCO, que financia projetos que comprovadamente contribuam para a economia de energia e água. Destacamos os projetos que utilizam equipamentos com tecnologia mais eficiente, tais como:
lâmpadas
motores elétricos
controladores de velocidade variável
bombas
aquecedores
ventiladores
refrigeradores
sistemas de ar condicionado
fornos e fornalhas
caldeiras e sistemas de vapor
sistemas de cogeração
sistemas automatizados de gerenciamento de energia

- FINEM, de apoio a empreendimentos, que financia projetos de implantação, expansão e modernização, incluída a aquisição de máquinas e equipamentos novos, de fabricação nacional, credenciados pelo BNDES, bem como a importação de maquinários e capital de giro associado, realizados diretamente ou através das instituições financeiras credenciadas.

E também:
- Bancos Públicos e Privados.

- FINEP.

- Fundos Constitucionais de Financiamento, voltados para atividades nos setores agropecuário, mineral, industrial, agroindustrial, turístico, comercial e de serviços das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, como:
FNO Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (via Banco da Amazônia e apenas região norte)
FNE Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (via Banco do Nordeste e apenas região nordeste)
FCO Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (via Banco do Brasil e apenas na região centro-oeste).

- Fundos Particulares de Investimentos, geralmente associados diretamente a uma ESCO.

- Concessionárias de Energia Elétrica.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Tipos de cabos de rede

Existem basicamente 3 tipos diferentes de cabos de rede: os cabos de par trançado (que são, de longe, os mais comuns), os cabos de fibra óptica (usados principalmente em links de longa distância) e os cabos coaxiais, ainda usados em algumas redes antigas.
Existem vários motivos para os cabos coaxiais não serem mais usados hoje em dia: eles são mais propensos a mal contato, os conectores são mais caros e os cabos são menos flexíveis que os de par trançado, o que torna mais difícil passá-los por dentro de tubulações. No entanto, o principal motivo é o fato de que eles podem ser usados apenas em redes de 10 megabits: a partir do momento em que as redes 10/100 tornaram-se populares, eles entraram definitivamente em desuso, dando lugar aos cabos de par trançado. Entre eles, os que realmente usamos no dia-a-dia são os cabos "cat 5" ou "cat 5e", onde o "cat" é abreviação de "categoria" e o número indica a qualidade do cabo.
Fabricar cabos de rede é mais complicado do que parece. Diferente dos cabos de cobre comuns, usados em instalações elétricas, os cabos de rede precisam suportar freqüências muito altas, causando um mínimo de atenuação do sinal. Para isso, é preciso minimizar ao máximo o aparecimento de bolhas e impurezas durante a fabricação dos cabos. No caso dos cabos de par trançado, é preciso, ainda, cuidar do entrançamento dos pares de cabos, que também é um fator crítico.
Existem cabos de cat 1 até cat 7. Como os cabos cat 5 são suficientes tanto para redes de 100 quanto de 1000 megabits, eles são os mais comuns e mais baratos; geralmente custam em torno de 1 real o metro. Os cabos cat5e (os mais comuns atualmente) seguem um padrão um pouco mais estrito, por isso dê preferência a eles na hora de comprar.
Em todas as categorias, a distância máxima permitida é de 100 metros. O que muda é a freqüência (e, conseqüentemente, a taxa máxima de transferência de dados suportada pelo cabo) e o nível de imunidade a interferências externas. Esta é uma descrição de todas as categorias de cabos de par trançado existentes:
Categoria 1: Utilizado em instalações telefônicas, porém inadequado para transmissão de dados.
Categoria 2: Outro tipo de cabo obsoleto. Permite transmissão de dados a até 2.5 megabits e era usado nas antigas redes Arcnet.
Categoria 3: Era o cabo de par trançado sem blindagem mais usado em redes há uma década. Pode se estender por até 100 metros e permite transmissão de dados a até 10 Mbps. A principal diferença do cabo de categoria 3 para os obsoletos cabos de categoria 1 e 2 é o entrançamento dos pares de cabos.
Enquanto nos cabos 1 e 2 não existe um padrão definido, os cabos de categoria 3 (assim como os de categoria 4 e 5) possuem pelo menos 24 tranças por metro e, por isso, são muito mais resistentes a ruídos externos. Cada par de cabos tem um número diferente de tranças por metro, o que atenua as interferências entre os pares de cabos. Praticamente não existe a possibilidade de dois pares de cabos terem exatamente a mesma disposição de tranças.
Categoria 4: Cabos com uma qualidade um pouco melhor que os cabos de categoria 3. Este tipo de cabo foi muito usado em redes Token Ring de 16 megabits. Em teoria podem ser usados também em redes Ethernet de 100 megabits, mas na prática isso é incomum, simplesmente porque estes cabos não são mais fabricados.
Categoria 5: A grande vantagem desta categoria de cabo sobre as anteriores é a taxa de transferência: eles podem ser usados tanto em redes de 100 megabits, quanto em redes de 1 gigabit.
Categoria 5e: Os cabos de categoria 5e são os mais comuns atualmente, com uma qualidade um pouco superior aos cat 5. Eles oferecem uma taxa de atenuação de sinal mais baixa, o que ajuda em cabos mais longos, perto dos 100 metros permitidos. Estão disponíveis tanto cabos blindados, quantos cabos sem blindagem, os mais baratos e comuns.
Além destes, temos os cabos de categoria 6 e 7, que ainda estão em fase de popularização:
Categoria 6: Utiliza cabos de 4 pares, semelhantes aos cabos de categoria 5 e 5e. Este padrão não está completamente estabelecido, mas o objetivo é usá-lo (assim como os 5e) nas redes Gigabit Ethernet. Já é possível encontrar cabos deste padrão à venda em algumas lojas. Você pode ler um FAQ sobre as características técnicas dos cabos cat 6 no:
http://www.tiaonline.org/standards/category6/faq.cfm
Categoria 7: Os cabos cat 7 também utilizam 4 pares de fios, porém usam conectores mais sofisticados e são muito mais caros. Tanto a freqüência máxima suportada, quanto a atenuação de sinal são melhores do que nos cabos categoria 6. Está em desenvolvimento um padrão de 10 Gigabit Ethernet que utilizará cabos de categoria 6 e 7.
Em caso de dúvida, basta checar as inscrições decalcadas no cabo. Entre elas está a categoria do cabo, como na foto.
Você pode comprar alguns metros de cabo e alguns conectores e crimpar os cabos você mesmo, ou pode comprá-los já prontos. Em ambos os casos, os cabos devem ter no mínimo 30 centímetros e no máximo 100 metros, a distância máxima que o sinal elétrico percorre antes que comece a haver uma degradação que comprometa a comunicação.
Naturalmente, os 100 metros não são um número exato. A distância máxima que é possível atingir varia de acordo com a qualidade dos cabos e conectores e as interferências presentes no ambiente. Já vi casos de cabos de 180 metros que funcionavam perfeitamente, e casos de cabos de 150 que não. Ao trabalhar fora do padrão, os resultados variam muito de acordo com as placas de rede usadas e outros fatores. Ao invés de jogar com a sorte, é mais recomendável seguir o padrão, usando um hub/switch ou um repetidor a cada 100 metros, de forma a reforçar o sinal.
Comprar os cabos já prontos é muito mais prático, mas tem alguns inconvenientes. Muita gente (a maioria, acredito :) não acha muito legal ver cabos espalhados pelo chão da sala. Alguns desavisados chegam a tropeçar neles, derrubando micros, quebrando os conectores das placas de rede, entre outros acidentes desagradáveis.
Para dar um acabamento mais profissional, você precisa passar os cabos por dentro das tubulações das paredes ou pelo teto e é mais fácil passar o cabo primeiro e crimpar o conector depois do que tentar fazer o contrário. Se preferir crimpar o cabo você mesmo, vai precisar comprar também um alicate de crimpagem. Ele "esmaga" os contatos do conector, fazendo com que eles entrem em contato com os fios do cabo de rede.
Os cabos de rede transmitem sinais elétricos a uma freqüência muito alta e a distâncias relativamente grandes, por isso são muito vulneráveis a interferências eletromagnéticas externas.
Nos cabos coaxiais (tanto os de rede quanto os usados em antenas de TV) é usada uma malha de metal que protege o cabo de dados contra interferências externas. Os cabos de par trançado, por sua vez, usam um tipo de proteção mais sutil: o entrelaçamento dos cabos cria um campo eletromagnético que oferece uma razoável proteção contra interferências externas. Cada um dos quatro pares segue um padrão diferente de entrançamento, o que faz com que as transmissões de um não interfiram com as dos vizinhos.

(esquema do antigo cabo de rede coaxial)
Além dos cabos sem blindagem, conhecidos como UTP (Unshielded Twisted Pair), existem os cabos blindados conhecidos como STP (Shielded Twisted Pair). A única diferença entre eles é que os cabos blindados, além de contarem com a proteção do entrelaçamento dos fios, possuem uma blindagem externa (assim como os cabos coaxiais) e por isso são mais adequados a ambientes com fortes fontes de interferências, como grandes motores elétricos ou grandes antenas de transmissão muito próximas.
Quanto maior for o nível de interferência, menor será o desempenho da rede, menor será a distância que poderá ser usada entre os micros e mais vantajosa será a instalação de cabos blindados. Em ambientes normais, porém, os cabos sem blindagem funcionam perfeitamente bem. Na ilustração temos um exemplo de cabo com blindagem, com proteção individual para cada par de cabos. Existem também cabos mais "populares", que utilizam apenas uma blindagem externa que envolve todos os cabos.
Outras fontes menores de interferências são as lâmpadas fluorescentes (principalmente lâmpadas cansadas, que ficam piscando), cabos elétricos, quando colocados lado a lado com os cabos de rede, e mesmo telefones celulares muito próximos dos cabos. Este tipo de interferência não chega a interromper o funcionamento da rede, mas pode causar perda de pacotes.
No final de cada pacote TCP são incluídos 32 bits de CRC, que permitem verificar a integridade dos dados. Ao receber cada pacote, a estação verifica se a soma dos bits "bate" com o valor do CRC. Sempre que a soma der errado, ela solicita a retransmissão do pacote, o que é repetido indefinidamente, até que ela receba uma cópia intacta. Graças a esse sistema é possível transmitir dados de forma confiável mesmo através de links ruins (como, por exemplo, uma conexão via modem). Porém, quanto mais intensas forem as interferências, mais pacotes precisam ser retransmitidos e pior é o desempenho da rede. 

ANEEL fixa tarifas do setor elétrico

A Tarifa Atualizada de Referência (TAR) usada no cálculo da Compensação Financeira pela Utilização de Recursos Hídricos (CFURH) para geração hidrelétrica terá seu valor reajustado de R$64,69 /MWh para R$ 68,34 /MWh a partir de 1º de janeiro de 2011.


O novo valor da TAR terá impacto em 2011 sobre os recursos que serão pagos pelas geradoras de energia elétrica à União, a 21 estados, ao Distrito Federal e a 634 municípios como compensação financeira pelo alagamento de áreas destinadas a usinas hidrelétricas.


TEO - A tarifa de Energia de Otimização (TEO) foi fixada pela diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) em R$ 8,99/MWh. A nova tarifa passará a vigorar em 1º de janeiro de 2011.


A tarifa de otimização é destinada à cobertura dos custos incrementais de operação e manutenção das usinas hidrelétricas e ao pagamento da compensação financeira referente à energia trocada no Mecanismo de Realocação de Energia (MRE*) da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). 


TSA - A Agência aprovou ainda a Tarifa de Serviços Ancilares (TSA) que passará de R$ 4,20 por megavar-hora (MVArh) para R$ 4,44/MVArh. A TSA, que entrará em vigor a partir de 1º de janeiro de 2011, serve para remunerar os custos adicionais de operação e manutenção das unidades geradoras que são solicitadas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) a operarem como compensadores síncronos.
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*Mecanismo de Realocação de Energia (MRE)  - mecanismo de compartilhamento do risco hidrológico entre os agentes de geração. Tem o objetivo de mitigar o risco comercial de uma usina gerar menos energia elétrica do que sua garantia física, compartilhando o risco entre todas as hidrelétricas participantes desse mecanismo.

Agência fixa tarifa de repasse de potência de Itaipu para 2011A tarifa de repasse de potência da usina hidrelétrica binacional de Itaipu para 2011 foi fixada pela ANEEL em reunião de diretoria realizada ontem (14/12). O valor aprovado de US$ 24,88/kW corresponde a uma variação de 1,04% em relação à tarifa de US$ 24,63/kW praticada ano passado.(Aneel)
A tarifa de repasse, com vigência de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2011, é o valor que será pago pelas 30 distribuidoras cotistas para aquisição de energia da hidrelétrica, comercializada pela Eletrobrás. As concessionárias cotistas (veja  aqui) estão localizadas nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.  
 

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

PCHs e Eólicas

Projeções da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) indicam que as fontes alternativas vão agregar mais 14,6 mil MW à capacidade do país.

Desse total, 3,9 mil MW serão de PCHs, contra 5,4 mil MW de usinas a biomassa, e 5,3 MW de usinas eólicas. Por conta disso, a EPE listou as fontes alternativas como prioridade no PAlano Decenal de Expansão da Energia (PDE) 2010 -2019.

Atualmente 372 PCHs operam no Brasil, conforme dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), as quais totalizam uma potência de aproximadamente 3,2 mil MW (cerca de 90% da demanda média do Rio Grande do Sul). Encontram-se em tramitação, com licenças prévias ou de instalação, um total de 147 PCHs, o equivalente a cerca de 2,05 mil MW. Em construção, são 62 usinas que viabilizariam 754 MW. E, considerando os mais diversos processos de análise e de elaboração já sinalizados, o número chega a 991 PCHs que juntas gerariam cerca de 5,2 mil MW. Mesmo assim, atualmente as usinas eólicas estão conquistando um mercado que pertencia às PCHs, devido a algumas vantagens fiscais e subsídios governamentais que foram outorgados ao setor, colocando as PCHs em desvantagem competitiva. Para reverter o quadro, os investidores defendem medidas fiscais de apoio do governo, assim como flexibilidade de normas de implantação que possam permitir o aumento de investimentos no setor.
Um dos principais entraves é o conjunto de regras estabelecido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para novas PCHs. As regras estabelecem, entre outros pontos, prazo para elaboração e entrega de estudos das usinas e depósitos de garantia de execução pelos investidores. As medidas, aprimoradas pela Aneel em 2008, visavam eliminar especuladores, mas acabaram aumentando os custos para as usinas.
Estimativas apontam para um potencial de investimento de R$ 155 bilhões do setor em cerca de 15 anos, diante do potencial de 23,7 mil MW desses ativos. Com a possibilidade de ampliação do limite de 30 MW para 50 MW, para enquadramento como PCH, dispensando-se leilões de concessão, o setor ainda não é visto como atrativo por investidores, que preferem aguardar diretrizes mais favoráveis.
Ainda promissor
A Light, por exemplo, deve investir em 2011 algo em torno de R$ 1 bilhão de reais –  40% acima do orçamento de 2010 –  para projetos de geração de energia. A empresa, que tem entre outras a Cemig como sócia, programou  investimentos na pequena central hidrelétrica (PCH) Paracambi, região serrana do Estado do Rio de Janeiro, e na hidrelétrica Itaocara, entre Rio e Minas Gerais, além de prever aportes no segmento de eólicas também.
Já a Celesc Holding pretende ampliar a atuação da sua subsidiária, redesenhando a estrutura de funcionamento da Celesc Geração, que controla 12 pequenas centrais hidrelétricas com 82 MW de capacidade instalada. A empresa tem planos de investir R$ 400 milhões em geração até 2012 para alcançar um parque gerador de 300 MW. No processo de capitalização, a Celesc Holding, que controla 100% da Celesc Geração, pode tornar-se minoritária na nova companhia.
Um dos projetos prioritários da companhia é a repotenciação de nove das 12 PCHs que controla. Em alguns casos, haverá verdadeira reconstrução das usinas. No caso, por exemplo, da usina de Salto, a capacidade vai passar de 6,3 MW para 40 MW. A perspectiva de investimento chega a R$ 150 milhões. A PCH Pery, por sua vez, passará de 4,4 MW para 30 MW, a um custo estimado de R$ 90 milhões. Somando as 12 usinas, a capacidade será elevada para 180 MW.
Para novos projetos, a empresa espera fechar sociedades de propósito específico com participação de 49%. As parcerias focarão em PCHs, biomassa, biogás, energia eólica e térmicas a carvão, preferencialmente em Santa Catarina, totalizando 120 MW a mais na capacidade da empresa. A Celesc Holding tem participação direta em outros ativos de geração e transmissão, além da distribuidora, e controle da SCGás, distribuidora de gás de Santa Catarina.
Já a Ersa – Energias Renováveis é um bom exemplo da migração de investidores de PCH para eólicas. A empresa teve projetos no segmento eólico aprovados no último leilão de energias renováveis, ocorrido em agosto. E prepara-se  para aportar no Nordeste em busca de novos negócios nessa área, devendo inaugurar um escritório do Rio Grande do Norte. Mesmo assim, até o primeiro semestre do ano que vem ela prevê a conclusão de obras de sete novas PCHs, com investimentos de R$ 750 milhões e financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e de outras instituições financeiras, encerrando o ciclo inicial de investimentos. “O custo da PCH está alto e o preço da energia baixo. Continuamos no setor, mas a estratégia está sendo revista”, diz Marcelo Souza, diretor financeiro da Ersa.
Por outro lado, o Grupo EDP no Brasil, empresa do grupo Energias de Portugal, anunciou a aquisição de dois projetos de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) no estado do Mato Grosso. Os projetos, adquiridos do Grupo Bertin, somam 49,5 MW de potência instalada e 27,5 MW médios de energia assegurada.
Com um investimento de R$ 304 milhões, referentes a custos de desenvolvimento dos projetos, a operação está em linha com a estratégia traçada pelo Grupo EDP para crescimento no segmento de geração. A aquisição não altera o plano de investimentos da Empresa elaborado para o biênio 2010-2012, no qual já contemplava a construção de pequenas centrais hídricas.
A negociação envolve a compra da PCH Cabeça de Boi, com 30 MW de capacidade instalada, e da PCH Fazenda, com 19,5 MW. O processo para instalação das usinas já está em andamento, pois os projetos possuem autorização da Aneel para exploração, licenças de instalação emitidas pela Secretaria Ambiental do Estado do Mato Grosso e prazos de concessão até agosto de 2038. A previsão para início da construção dos empreendimentos está marcada para março de 2011 e a entrada em operação deve ocorrer em janeiro de 2013.
A conclusão definitiva da negociação dos projetos depende do cumprimento de algumas condições precedentes, entre elas a formalização das transferências das autorizações e licenças para o Grupo EDP.
Grande investidora
A Cemig continua sendo uma das maiores investidoras em PCH do páis. Para 2010, a empresa pretende aplicar R$ 3,7 bilhões em energia, com aumentos de quase 13% em relação ao investido em 2009, quando o grupo fez aportes de R$ 2,7 bilhões no negócio. O objetivo da empresa é chegar a 20% do mercado de energia até 2020. Hoje a Cemig ocupa a primeira posição em distribuição de energia no Brasil, com 12% do mercado, mas está em terceiro lugar em geração e transmissão, com 10% em cada segmento.

Dentre os planos da empresa, incluem-se a inauguração de dois parques eólicos no Ceará e de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) no interior de Minas. Nestas ações, a Cemig investiu R$ 218 milhões, dos quais R$ 109 milhões foram retirados do orçamento de 2009. No primeiro trimestre de 2010, o lucro líquido da Cemig atingiu R$ 419 milhões – 25% a mais do que no mesmo período de 2009.
Novos projetos
Os estudos de projeto básico da pequena central hidrelétrica Guarani, (29,52 MW) localizada no rio Chapecozinho, entre os municípios de Xanxerê e Ipuaçu, em Santa Catarina, elaborados pela Enercons, para a empresa Enerbio Energias Renováveis e Meio Ambiente Ltda., obtiveram aceite da ANEEL, e agora seguirão para análise pela diretoria da agência.
A PCH Guarani tem potência instalada de 27,52 Megawatts, um reservatório de 18,9 hectares e prazo previsto para a construção do empreendimento, a partir da obtenção da autorização da Aneel, em 21 meses. Este é o décimo terceiro estudo de projeto e de inventário hidroenergético para PCHs elaborado pela Enercons que recebe o aceite da Aneel.
Junto com os outros estudos anteriormente elaborados, a empresa paranaense, que completau 10 anos em novembro, já soma mais de 215 MW, apenas de fontes renováveis. São eles os projetos básicos das PCHs Doido (6MW), Prainha (13MW); Santa Rosa (8,1MW), Kaingang ( 9 MW), Foz do Chapecozinho ( 29,1 MW), além dos inventários dos rios Pardinho( 8,5 MW ), Correntes ( 31,85 MW), trecho do Chapecó (33,54 MW), Piraçucê ( 26,2 MW) , Lajeado Eleutério ( 3,25 MW) , Lajeado do Tigre (5,7 MW) e Arroio do Glória (13,1 MW) nos estados de Tocantins, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Para poder ser construída, a PCH Guarani precisará receber aprovação do Congresso Nacional, pois seu reservatório atingirá, na sua margem direita, uma pequena área de cerca de 4 hectares de terras indígenas.
“Apesar da pequena extensão alagada e dos inúmeros benefícios que trará à região, e principalmente àquelas populações tradicionais, a autorização para construção da usina exigirá que seja realizada uma consulta plena, livre e informada com os mais de 4.000 habitantes da população indígena”, informa o engenheiro Ivo Pugnaloni, responsável técnico pelo projeto.
Pugnaloni esclarece que, além de estar prevista no artigo 231 da constituição, por ser signatário da convenção 169 da OIT, o Brasil adotou, através do decreto 5051/2004, do presidente Luís Inácio da Silva, a obrigatoriedade de nesses casos realizar também um procedimento formal de consulta à população indígena para garantir que estas possam manifestar-se sobre o ressarcimento de eventuais prejuízos e a sua participação nos benefícios.
Fonte: FC Solar

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Biogás da agrosuinocultura: alternativa energética na borda do Pantanal


 

O Plano Decenal de Expansão do Setor Elétrico Brasileiro para o período 2008-2017 prevê a construção de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) com potência igual ou inferior a 10 MW. 
De acordo com despachos da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), publicados no Diário Oficial da União (DOU) em 10 de março de 2010, a data limite para a formulação dos Projetos Básicos das PCHs de Calcutá, Lagoa Alta, Maringá e Ponte Vermelha na Bacia do Alto Taquari (BAT) foi prorrogada para 23 de agosto de 2010. Essas quatro PCHs têm o potencial programado de gerar conjuntamente 18,5 MW de potência.
As PCHs são fonte de energia renovável, porém seus efeitos locais e regionais podem interferir negativamente em processos ecológicos a jusante e montante dos empreendimentos. Em específico a BAT, a preocupação recai sobre a resiliência ou a capacidade do Pantanal em manter sua integridade funcional e estrutural face às mudanças no regime de descarga de água e sólidos dissolvidos e em suspensão do planalto para a planície pantaneira. A ocupação e o uso desordenado da terra na parte alta da BAT, aliados ao aumento na precipitação em toda a Bacia do Prata desde meados da década de 1970, repercute ainda nos dias de hoje nas atividades produtivas da planície. O rio Taquari vem drenando parte não desprezível de suas águas e sedimentos na sub-região do Paiaguás, tornando inviável a pecuária de corte em boa parte daquela região. De outro lado, ações integradas de recuperação de áreas degradadas e de manejo agropecuário no planalto têm sido adotadas com resultados muito positivos, especialmente nos municípios de São Gabriel do Oeste e Coxim no Mato Grosso do Sul. Tais ações indicam que há meios para mitigar impactos das atividades no planalto sobre a planície pantaneira.

No caso das PCHs, as alternativas de mitigação de impactos seriam, em termos gerais: 1) a regularização das águas turbinadas e vertidas pela barragem, de modo a "mimetizar" as condições de vazão natural, sem prejuízo à geração de energia; 2) a construção de facilidades para a migração de peixes de piracema; e 3) a substituição da fonte de geração de energia renovável.

Estudos recentes realizados para o Aproveitamento Múltiplo de Manso (APM Manso), na Chapada dos Guimarães, aproximadamente 90 km ao norte de Cuiabá (MT), indicam que a regularização da vazão é uma estratégia que pode ser adotada com sucesso em relação à manutenção do ciclo anual de cheia na planície. Com relação às facilidades de transposição de peixes, especialmente as "escadas" para peixes, experiências na Bacia do Paraná mostram que são pouco eficazes. O mesmo ocorre para os programas de reintrodução de alevinos de espécies afetadas, usualmente as de maior valor comercial. O "peixamento" de represas com alevinos não surte efeito e tem se argumentado que a melhor maneira de reduzir os impactos sobre tais populações de peixes migradores é por meio da recuperação e conservação das cabeceiras dos rios, que seriam áreas remanescentes de berçários de alevinos. Portanto, particularmente do ponto de vista da ictiofauna, sempre que possível, a substituição da fonte de energia de PCHs por outra é recomendável na borda do Pantanal. Aliado a isso é preciso uma percepção regional para verificar e identificar as fontes renováveis de geração de energia disponíveis e incentivar o desenvolvimento de sua vocação energética.

A título de exemplo, no município de São Gabriel do Oeste, a 130 km ao norte de Campo Grande (MS), desenvolve-se o que vem se convencionando por "Agrosuinocultura", em estudos da Embrapa Pantanal, do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Produção Integrada de Sistemas Agropecuários). Tal atividade integra cadeias produtivas outrora dissociadas, de modo a otimizar os balanços de água, nutrientes e energia e socioeconômicos. Boa parte da água utilizada pode ser de chuva armazenada. Os nutrientes processados pelos biodigestores da suinocultura são reaproveitados em sistemas silvopastoris ou agroflorestais (fechamento do ciclo de nutrientes e aumento de produtividade) e a mitigação da emissão do gás de efeito estufa, especialmente de metano produzido nos biodigestores, oferece a oportunidade de geração de energia mecânica e elétrica. Existem no município de São Gabriel do Oeste aproximadamente 50 biodigestores em operação, os quais produzem em média 25 metros cúbicos de biogás por hora, que em conjunto fornecem uma excepcional quantidade de energia. Hoje o biogás é queimado quase que exclusivamente para a obtenção de créditos de carbono, embora possa e deva ter fins mais nobres, como a geração de energia elétrica renovável.

Com o advento de novas tecnologias de adaptação de motores diesel a biogás e de automação eletrônica, os produtores rurais cooperados, grandes ou pequenos, têm o potencial de suprir suas demandas energéticas (fertirrigação, iluminação, secadores, etc.), como já vem ocorrendo, bem como fornecer energia elétrica ao Sistema Elétrico Interligado Nacional através da Geração Distribuída (Decreto Federal 5.163/2004 e Resolução Normativa Aneel 167/2005).

Caso existam investimentos do Setor Elétrico, com base na nova Instrução Normativa 390, publicada em 18 de dezembro de 2009 no DOU, que estabelece os requisitos necessários junto à Aneel para a outorga de exploração de fontes alternativas de energia e registro de centrais geradoras com capacidade instalada reduzida, o biogás da agrosuinocultura pode substituir em certa medida as PCHs planejadas na BAT.

Integrando a produção atual de biogás em São Gabriel do Oeste, e assumindo uma taxa de eficiência energética de 2,8 a 6 m3 de biogás por quilowatt-hora (kWh) e uma média de 10% da energia para uso na própria propriedade, seria possível disponibilizar no Sistema Interligado Nacional entre 3 e 7 MW de potência, o equivalente a 17% e 36% da potência prevista para as quatro PCHs planejadas na BAT. Isso sem considerar tecnologias já existentes de purificação do biogás para aumentar seu poder calorífico, motores ainda mais eficientes e a perspectiva de expansão da terminação de suínos de 1.000 para 4.000 animais diários. Portanto, há que se considerar a vocação regional no planejamento energético nacional, eventualmente integrado à cadeia produtiva e à inclusão social, como no caso de São Gabriel do Oeste.

AUTORIA

Ivan Bergier

Emiko Kawakami de Resende

Pesquisadores da Embrapa Pantanal

Karla Fabiana Rodrigues de Oliveira

Tecnóloga
Cooperativa Agropecuária de São Gabriel do Oeste


João Antonio Rodrigues de Almeida

Médico veterinário
Cooperativa Agropecuária de São Gabriel do Oeste


Alex Marcel Melotto

Biólogo
Sindicato Rural de São Gabriel do Oeste

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Energias renováveis e o clima

BNDES e KfW terão US$68 milhões para financiar PCHs no Brasil

Bancos querem estimular crescimento das fontes alternativas no País


O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) assinou nesta sexta-feira (10/12), contrato de empréstimo com o banco alemão de desenvolvimento KfW no valor de US$ 68 milhões. O montante será utilizado para o financiamento de projetos de pequenas centrais hidrelétricas (PCH) a serem implantados no Brasil, por empresas privadas brasileiras. O prazo total do contrato é de 12 anos, com 3 anos de carência.
O documento foi assinado pelos diretores do BNDES Eduardo Rath Fingerl e do KfW Helmut Gauges. A cerimônia ocorreu na sede do BNDES, no Rio de Janeiro. Os bancos destacam que a operação dá continuidade a uma parcerias entre as duas instituições que teve início na década de 60 e que já firmou doze contratos, que somam US$444 milhões.
"Esse novo empréstimo contribuirá para atender à demanda crescente no Brasil por financiamentos de projetos destinados à geração de energia a partir de fontes alternativas, com vistas a diversificar a matriz energética brasileira", destaca o BNDES, em nota enviada à imprensa.
A operação também dá continuidade a um acordo de cooperação estratégica na área de energias renováveis e eficiência energética, conforme acordo celebrado entre os governos do Brasil e da Alemanha no setor energético em maio de 2008. As duas instituições têm interesse em aprofundar a parceria, na qual, além de recursos financeiros, também poderão ser transferidos conhecimentos e tecnologia nas áreas de meio ambiente, eficiência energética e energias renováveis.
O KfW é um grupo financeiro controlado em 80% pela República Federal da Alemanha e em 20% pelos seus Estados federados. Ele foi criado em 1948 com o objetivo de financiar projetos de reconstrução da economia alemã no pós-guerra. Desde então, o KfW diversificou bastante suas atividades, passando também a financiar investimentos fora da Alemanha. Este apoio aos países em desenvolvimento é realizado no âmbito de uma Cooperação Financeira Oficial promovida pelo Ministério Alemão de Cooperação Econômica e do Desenvolvimento (BMZ).

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

O que muda a partir de janeiro com a nova ART

Em 2011 entra em vigor resolução com as novas diretrizes para o preenchimento da Anotação de Responsabilidade Técnica. Confira o que você deve saber sobre a nova ART
Mauricio Lima, com informações da revista Construção Mercado
Marcelo Scandaroli
Nova ART uniformiza os procedimentos de preenchimento










Em 1° de janeiro de 2011, entra em vigor a resolução nº 1.025/2009 do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea), que institui a nova Anotação de Responsabilidade Técnica (ART). A partir dessa data, a nova ART, que será preenchida somente pela internet, será igual para todos os Creas, permitindo uma uniformidade de procedimentos.

O engenheiro também não poderá emitir uma ART com uma atividade diferente da sua área de atuação, como era possível em alguns Creas. O profissional só terá disponível, durante o preenchimento eletrônico da ART, áreas de atuação nas quais está registrado no sistema Confea/Crea.
A ART foi criada em 1977 pela Lei Federal 6496/97, na forma de documento enviado aos Conselhos Regionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Creas) com o detalhamento das atividades de todos os envolvidos na obra, desde o arquiteto projetista até o engenheiro responsável pela construção. No documento, o arquiteto, o engenheiro ou agrônomo detalha todas as atividades técnicas que realizará em uma obra, de modo a ser responsabilizado civil e/ou criminalmente por eventual problema ocorrido na construção, ou mesmo depois dela.
Confira, a seguir, as principais mudanças de procedimento com a nova ART:  

Quais as propostas da nova ART?
A principal proposta da nova ART é obter a uniformidade de procedimentos no âmbito dos Creas, a desburocratização, a celeridade processual, a gestão da informação e o atendimento das exigências fixadas pela legislação federal. Outro objetivo foi contemplar as necessidades de acesso à informação por parte da sociedade e de outros órgãos públicos. O registro da ART ainda formaliza contratos com dados técnicos e valores do empreendimento.
Quais órgãos públicos poderão compartilhar a ART?
Com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o compartilhamento permitirá basear estatísticas relativas às atividades da engenharia. Com os Tribunais de Contas Estaduais e da União, ajudará no controle do andamento e da utilização de recursos em obras, o que também interessa ao Ministério do Planejamento e à Controladoria Geral da União.
O que muda na prática para o profissional?
Todos os Creas terão de alinhar seus sistemas de ART e Acervo Técnico às mesmas regras e critérios. O formulário da ART e da CAT (Certidão de Acervo Técnico) passam a ter a mesma unidade visual.
Quando a ART deve ser registrada?
O registro deverá ser feito no início ou, dependendo do caso, no decorrer da obra. Para evitar problemas gerados pelo registro de obras prontas, a nova resolução não permite mais o registro de obras ou serviços já concluídos. No novo texto, o profissional só tem a possibilidade de registrar a ART antes ou durante a obra e não mais após o término. Todos que deixaram de fazer o registro no tempo devido, terão, a partir de janeiro de 2010, um ano para recuperação do acervo junto ao Crea.
Como será feito o registro?
O registro será 100% eletrônico. De posse de um login (identificação pessoal eletrônica) e senha, o profissional acessa, a qualquer tempo, as informações registradas, faz alterações e imprime formulários. O cadastro para preenchimento deverá ser realizado no site do Crea em que o profissional faz parte. O formulário impresso para preenchimento manual somente será utilizado em casos excepcionais, como falta de internet na região e calamidade pública.
Quando o registro será validado?
A impressão da ART só ocorrerá após a confirmação pelo Crea do recolhimento do valor. Não será mais preciso entregar uma via assinada no Crea, pois serão arquivadas apenas as informações eletrônicas. Concluída a participação do profissional, a baixa eletrônica da ART é que definirá os limites de sua atuação e possibilitará a composição automática do respectivo acervo técnico.
Como o sistema de registro impedirá a emissão de uma ART por um profissional com uma atividade diferente de sua área de atuação?
A lei 5.194/1966 define que exerce ilegalmente a profissão aquele que se incumbir de atividades estranhas às atribuições discriminadas em seu registro. O novo sistema de registro da ART correlacionará as obras e serviços às atribuições profissionais de acordo com a legislação vigente. Esse procedimento eliminará os casos de erro de preenchimento no momento do registro da ART ou de ilegalidade, que posteriormente levariam à nulidade do documento. Segundo o Confea, a medida impede a atuação de profissionais inabilitados e da utilização ilegal de acervo técnico em processos licitatórios, por exemplo.
Como está sendo a implantação da nova ART?
Sob o aspecto da tecnologia da informação, os Creas devem organizar-se de acordo com as seguintes fases: implantação-piloto e implantação nacional. Para efetivar a implantação do novo modelo de ART e Acervo Técnico em 2010, o Confea firmou parceria com os Creas do Distrito Federal, Goiás, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Rondônia para testar e implantar melhorias ao modelo de dados relativo ao sistema eletrônico antes de sua adoção em nível nacional. Esses Creas já utilizam, desde o início do segundo semestre de 2010, os novos critérios e procedimentos de caráter administrativo, os modelos de ART e CAT aprovados pela resolução nº 1.025/2009.
Fonte: www.piniweb.com.br

Energias alternativas atraem seguradoras

A oferta de energia elétrica no Brasil deve passar de 539,9 ter a watts- hora (TWh) em 2010 para 830 TWh em 2019, segundo o Plano Decenal de Expansão de Energia 2019, do Ministério de Minas e Energia. 


Isso significaria uma elevação da oferta interna de 2.782 kWh para 4.016 kWh per capita.
O ministério prevê que o investimento total necessário para suprir a demanda por energia será da ordem de R$ 952 bilhões. Para construir todas essas usinas, serão necessários desde seguro de engenharia até apólices de garantia, passando por seguro de responsabilidade civil. Uma vez em operação, elas passarão a contratar seguro operacional, que cobre danos a estruturas civis, quebra de máquinas, incêndio e alagamento. E haverá uma nova dinâmica entre as seguradoras nessa carteira: algumas saindo e outras investindo.

"Algumas seguradoras saíram dessa carteira ou mudaram o seu critério de aceitação do risco, pois tiveram grandes prejuízos com a carteira por não terem escolhido o risco apropriadamente", conta Mauro Vicente Santos, subscritor de riscos sênior de Energia da ACE Seguradora.

A Ace é uma das companhias que mais tem crescido no segmento de energia, principalmente em apólices para operações de geração hidrelétrica. "O foco é maior, pois ela constitui 80% da matriz energética do país", comenta Santos. Para se ter uma ideia, em abril de 2009, a seguradora tinha uma carteira de 24 usinas. Hoje, são 134 plantas no portfólio, entre elas 114 hidrelétricas, 13 termelétricas e sete eólicas. Segundo Santos, juntas elas representam mais de 30%do total de energia gerada no Brasil. A hidrelétrica de Baguari, localizada em Minas Gerais, por exemplo, fechou em agosto o seguro de suas operações coma Ace.

Especialização Um dos nichos no qual a seguradora tem bastante interesse é o de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs). Recentemente, fechou a cobertura de riscos operacionais com a Ersa, que possui sete PCHs em operação, sendo que outras quatro estão previstas para entrar em funcionamento ainda neste ano. Outro negócio fechado foi com a Hidrotérmica, que possui quatro PCHs em operação e planeja a construção de outras oito unidades.
As seguradoras especializadas dominam o mercado de energia, como Ace, Allianz, Chubb, Itaú, Tokio Marine e Zurich, pois normalmente as obras envolvem grandes riscos e necessitam de uma análise criteriosa.

Cada uma, porém, tem seu foco de atuação e expertise e apetite para um segmento.
Eólicas A Chubb, por exemplo, atua fortemente no nicho de eólicas, que é a bola da vez em termos de diversificação da matriz elétrica.

Estimativas mostram que os leilões de fontes renováveis devem multiplicar por seis a geração de energia eólica no Brasil até 2013, para 4.597 megawatts (MW). "Fazemos seguro do começo ao fim, desde o transporte das pás para o local da usina, o risco de engenharia, responsabilidade civil e operacional", diz Robert Hufnagel, diretor de Ramos Elementares da Chubb.

Clemens Freitag, diretor responsável pela área de Infraestrutura da corretora Aon, explica que o segmento de eólicas é de grande interesse das seguradoras, pois não apresenta alto nível de sinistralidade no Brasil e envolve cifras altas.

Algumas empresas saíram desse segmento, pois tiveram prejuízo no passado. Mas outras estão entrando

PROINFA
Por meio do programa está prevista a construção de 144 usinas

PCHS
40% da geração de energia prevista no programa virá de  63 PCHs

EÓLICAS
Já os ventos vão gerar 1,4 mil MW, que deverão vir de 54 eólicas

BIOMASSA
27 usinas com geração à biomassa vão produzir 685MW[2]
PROJEÇÃO
Oferta de energia no Brasil em 2019 deverá ser de 830Twh

Fonte: Brasil Econômico - Portal Nacional