segunda-feira, 12 de julho de 2010

Copel vai usar estrutura de transmissão para banda larga

A Copel anunciou no começo do mês de julho que vai colocar os 16 mil quilômetros de fibras óticas pertencentes à sua subsidiária de telecomunicações à disposição do governo do Paraná e das empresas provedoras de internet que estejam interessadas em atuar no estado. Segundo a estatal, a medida faz parte de uma ação que visa antecipar os serviços previstos no Plano Nacional de Banda Larga, lançado pelo governo federal no mês de maio.


"Na verdade nós já distribuimos internet no atacado via fibra ótica para grandes clientes, como escolas públicas e órgãos do governo. Neste caso, nossa proposta é aproveitar a espinha dorsal da rede existente e fornecer aos provedores de banda larga a estrutura necessária para que o serviço possa chegar a todos os 399 municípios que a Copel atende no estado do Paraná", explica o Superintendente de Telecomunicações, Carlos Eduardo Moscalewsky.
"Apesar de não ser nosso expertise, observamos uma demanda crescente por internet banda larga e a partir daí acreditamos que existe uma ótima oportunidade de utilizar nossa rede para levar internet a todo estado e de certa forma se preparar para atender ao plano nacional de banda larga em um prazo mais curto", explica o executivo.
A infraestrutura da Copel abrange atualmente 226 municípios paranaenses e poderá ser utilizada pelos provedores locais desde que estes se comprometam a criar planos de banda larga com preços a partir de R$15. "A secretaria da Fazenda do Estado está definindo os critérios para exonerar o ICMS da venda de internet no atacado para os provedores locais que atuarem no Paraná. Com isso, vamos reduzir a nossa margem para conseguir vender o sinal a R$230, preço estipulado no Plano Nacional de Banda Larga"
Uma vez firmados os contratos, a distribuição do sinal ficaria sob responsabilidade dos provedores. Moscalewsky ainda destaca que a rede de fibras óticas permitirá à companhia implantar projetos de redes inteligentes - as chamadas smart grids - no estado, além de representar a chance de alavancar o desenvolvimento tecnológico e social em locais distantes da zona metropolitana.
O município de Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba, foi escolhido para os primeiros testes da Copel. Para o superintendente da estatal, a retomada da Telebrás para gerenciar o Plano Nacional de Banda Larga surgiu como aposta para o sonho da universalização de um sinal de qualidade possa sair do papel. No entanto, o tempo entre implantação e operação do sinal pelo país é considerado longo e a atual estrutura da Copel consegue antecipar o serviço no estado.
"O governo ressucitou a Telebrás com a intenção de criar o acesso à internet de qualidade a todos os cantos do país. É uma ótima iniciativa mas demanda muito tempo de implantação. A partir disso decidimos começar a expandir o serviço no Paraná por meio da nossa rede que já existe e está pronta para operar os sinais via fibra ótica. A distribuição ficaria por parte dos provedores contratantes", conta.
O superintendente da estatal acrescenta ainda que o atual desenho do grid elétrico e de fibra ótica brasileiro é ideal para absorver a demanda de consumidores de internet no Brasil. "Acho que as distribuidoras de energia elétrica deveriam assumir esse papel porque são elas quem tem a concessão sobre postes, torres. O que eu defendo é que uma empresa seja a responsável pela construção da rede e as demais, sejam de telefonia ou energia, possam usar a estrutura pagando tarifas. E isso beneficia o consumidor final porque assim tem o poder de escolha de qual serviço usar", conclui.