terça-feira, 23 de setembro de 2014

RN tem mais 21 parques eólicos inscritos em leilão

São Paulo (AE) - A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) informou ontem que mais 74 projetos foram cadastrados no Leilão de Energia Elétrica A-5, após a decisão da EPE de adiar a data da disputa. 

O leilão ocorreria no final de setembro, mas acabou remarcado para o dia 28 de novembro deste ano. Juntos, os novos projetos adicionam oferta de 3.000 Megawatts (MW) ao total que estava inscrito. 

Só no Rio Grande do Norte foram cadastrados 21 novos projetos, após o adiamento do prazo, ofertando um total de 458 MW. Todos eles são parques eólicos. 

O estado já tinha 139 parques, com oferta de 3.427 MW, inscritos. Os números sobem agora para 160 parques, com 3.885 MW – a segunda maior oferta de energia entre os estados cadastrados, atrás da Bahia.

Ao todo, o Leilão A-5 recebeu pedido de inscrição de 1.115 empreendimentos (1.041 antes do adiamento), totalizando 53.869 megawatts (MW). Eles ainda passarão pela fase de habilitação – quando são analisados documentos e outros aspectos para assegurar que estão aptos a entrar na disputa. 

O Leilão A-5 estava programado para ser realizado no final de setembro, porém a expectativa da entrada de usinas hidrelétricas no certame fez o Ministério de Minas e Energia adiar o evento para o dia 28 de novembro.

Fontes

A energia eólica continua com o maior número de projetos, seguida da energia solar. Em termos de capacidade instalada, os projetos de térmicas a gás natural lideram a lista do A-5, com mais de 20 mil MW. 

Na sequência aparece a energia eólica, com potência de 18.760 MW em 763 projetos. Projetos fotovoltaicos (energia solar) ofertarão 6.068 MW a partir de 224 usinas. Há ainda 10 termelétricas a carvão, com capacidade de 4.490 MW.

O levantamento da EPE mostra também termelétricas a biomassa, com 1.917 MW em 32 usinas; os projetos hidrelétricos, com 1.261 MW em nove usinas; as pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), com 30 projetos e 526 MW de capacidade; e os projetos heliotérmicos, com 240 MW em oito empreendimentos.

Em junho, quando o leilão ainda estava programado para setembro e foram divulgados os primeiros números de inscrições, o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, destacou que o leilão já estava batendo recorde. 

“Eu não tenho conhecimento de nenhum leilão de energia no mundo que tenha atraído tantos projetos. Isso confirma a atratividade desse tipo de leilão para o investidor privado”, afirmou, na época..

Na ocasião, Tolmasquim destacou ainda que o Leilão A-5/2014 marca a volta dos projetos termelétricos a gás natural. Ele observou também que o grande número de projetos eólicos “mostra que a energia eólica é uma fonte que veio para ficar na matriz elétrica brasileira”.

Saiba mais

Os leilões são importantes porque estimulam os investidores a tirarem os projetos do papel, já que garantem mercado para a energia, por meio de contratos de longo prazo. 

Eles também incentivam a cadeia produtiva, criando demanda para a indústria e uma série de serviços relacionados à implantação desses projetos. 

Entre as consequências positivas estão a geração de mais empregos principalmente na etapa de obras e movimento para a economia, com mais dinheiro em circulação. Para o país, além disso, ganha-se uma maior disponibilidade de energia.

Fonte: www.tribunadonorte.com.br

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Brasil vai melhorar em ranking de eólicas, diz ABEEólica

No ano passado, o Brasil ocupava a 13ª posição, com capacidade instalada de 3,46 GW

André Magnabosco, do 

Divulgação
Usina eólica no Ceará
Usina eólica no Ceará: Brasil pode estar no ranking dos dez maiores países em capacidade instalada 
de energia eólica

São Paulo - O Brasil deve ingressar no ranking dos dez maiores países em capacidade instalada de energia eólica ainda neste ano. A previsão foi feita nesta terça-feira, 16, pela presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Elbia Melo.

No ano passado, o Brasil ocupava a 13ª posição, com capacidade instalada de 3,46 GW. Para o final deste ano, o número estimado é de 7 GW. China e Estados Unidos são lideram o ranking, com capacidade instalada de aproximadamente 90 GW e 60 GW, respectivamente.

"Acabamos de comemorar a marca de 5 GW instalados e devemos encerrar o ano com capacidade em torno de 7 GW. Provavelmente, com isso, estaremos entre os 10 primeiros em capacidade instalada no mundo", destacou a executiva, que participa nesta tarde do Energy Summit 2014.

Elbia também ressaltou durante palestra que, no último domingo, a geração dos parques eólicos alcançou a marca de 2.030 MW médios.

"Estamos entrando no período de safra dos ventos", salientou. A energia eólica é, no acumulado dos últimos anos, a segunda principal fonte contratada em leilões de geração de energia, perdendo apenas para os projetos hidrelétricos.


Ventania

Energia eólica sopra forte no Brasil; veja estados campeões
Até 2018, a participação da eólica na matriz energética brasileira vai saltar dos atuais 3% para 8%. Veja estados que lideram a corrida por essa fonte 
Limpa, renovável e competitiva.
GERMANO LUDERS/EXAME



terça-feira, 9 de setembro de 2014

Aperfeiçoamento dos leilões de energia garantem qualidade e segurança para o sistema elétrico


Previsibilidade e regras consolidadas na organização de leilões serão abordadas em palestra a ser realizada em São Paulo
Fonte/Autoria.: Michele Carvalho


Os leilões de energia elétrica, realizados para concessão de novas usinas e para fechamento de contratos de fornecimento para atender à demanda futura das distribuidoras de energia, tiverem início no Brasil com as modalidades de geração concorrendo entre si. 

“É preciso aperfeiçoar os procedimentos de leilões por fonte”, é o que explica Bernardo Bezerra, gerente de projetos da PSR, empresa que oferece serviços de consultoria técnica nos setores de energia elétrica e gás natural em diversos países.

Bezerra abordará a problemática dos leilões de energia e a importância de novas fontes energéticas na matriz nacional, em painel do qual participam também a presidente da ABEEÓLICA (Associação Brasileira de Energia Eólica), Elbia Melo, e o vice-presidente da ABRAPCH (Associação Brasileira de Fomento às Pequenas Centrais Hidroelétricas), durante a 15ª edição do Energy Summit, principal fórum de discussão sobre energia elétrica, que acontece de 15 a 17 de setembro, no Caesar Park Faria Lima, em São Paulo. 

Durante o encontro de três dias, o evento reúne empresários das principais companhias de energia, consumidores, fornecedores de soluções, instituições financeiras e órgãos do governo.

O gerente de projetos enfatizará durante a palestra a importância da previsibilidade e de regras consolidadas na realização de leilões pelo governo para que a contratação de determinada fonte de energia esteja dentro das expectativas. 

“É necessário preparar-se para os leilões de energia que, sempre que possível, devem ser realizados no início do ano de forma a permitir que a construção das usinas aconteça dentro do tempo estipulado. 

Além disso, o leilão deve atender às questões de suprimento de energia e de confiabilidade elétrica”, destaca.

Energia solar - No dia 31 de outubro, acontece o primeiro leilão destinado especialmente à energia solar no Brasil, que será fundamental para definir o papel dessa fonte na matriz energética nacional. 

“Esse leilão será muito importante e permitirá que essa tecnologia seja desenvolvida no país”, finaliza Bezerra.

RS - Empreendedores de PCHs formam associação

Entidade gaúcha para defender interesses do setor será lançada na próxima quinta-feira durante evento na Fiergs

Jefferson Klein

IVAN DE ANDRADE/PALÁCIO PIRATINI/JC
Segundo a Aneel, Rio Grande do Sul possui 49 pequenas centrais hidrelétricas operando
Segundo a Aneel, Rio Grande do Sul possui 49 pequenas centrais hidrelétricas operando
O segmento de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) – usinas que podem gerar de 1 MW a 30 MW – está prestes a ganhar uma organização para defender seus interesses no Rio Grande do Sul. 

A Associação Gaúcha de PCHs (AGPCHs) será lançada na quinta-feira durante o evento Futuro das PCHs que será realizado na Fiergs, em Porto Alegre, com o objetivo de discutir os planos e investimentos do setor.

O diretor-presidente da Creral (Cooperativa Regional de Eletrificação Rural do Alto Uruguai), João Alderi do Prado, que está envolvido com a iniciativa, adianta que na fundação da associação deverá ser definida uma diretoria, mesmo que provisória. 

Poderão participar da entidade todos os agentes que integram a cadeia produtiva das PCHs: empreendedores, fornecedores de equipamentos, empresas de projetos ambientais etc.

Prado frisa que a meta é constituir uma representação que possa dialogar com os diversos setores envolvidos com o desenvolvimento de PCHs, principalmente os órgãos governamentais, para que se criem condições favoráveis para implantar as usinas. Um dos focos será a defesa pela agilização das liberações ambientais. 

O presidente da Creral informa que um processo desses, levando em conta a análise da fiscalização e contrapartidas do empreendedor, dificilmente leva menos de três anos para ser concluído. 

De acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), no momento são 49 PCHs operando no Rio Grande do Sul, com uma capacidade instalada de geração de aproximadamente 560 MW (cerca de 15% da demanda média de energia do Estado). 

Prado acrescenta que ainda há mais três empreendimentos sendo construídos, que agregarão em torno de 15 MW a esse número. O dirigente comenta que, com as condições adequadas, seria possível, tranquilamente, superar o patamar de mil MW em geração de PCHs. 

Porém, alerta que, se não houver mudanças, a implantação de novas PCHs pode estagnar a partir do próximo ano.

“São poucas as perspectivas de construção de novas PCHs, pois o Rio Grande do Sul tem tido uma grande dificuldade quanto ao licenciamento ambiental.” Prado argumenta que esse cenário deve-se ao fato dos órgãos competentes terem uma equipe reduzida e ao estabelecimento de um critério muito rigoroso a respeito da análise de PCHs no Estado. 

“É o mais rígido do Brasil, em outras regiões a aceitação é muito mais fácil”, destaca.

Segundo a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), são usados critérios técnicos e estudos de avaliação ambiental regional, voltados ao licenciamento de hidrelétricas tanto na bacia do rio Uruguai quanto do sistema Taquari-Antas (regiões que apresentam o maior potencial para o aproveitamento de PCHs). 

Esses levantamentos não só visam dar agilidade ao licenciamento como segurança técnica nas avaliações.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Energias Renováveis - ‘O ISI fará o meio de campo entre a indústria e academia’

Entrevista - Wilson da MataEngenheiro diretor do Instituto Senai de Inovação
Nadjara Martins

repórter
Até o dia 30 de setembro, o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) deve aprovar a liberação de recursos para a implantação do primeiro instituto em energias renováveis do Rio Grande do Norte. O Instituto Senai de Inovação (ISI) em Energias Renováveis, tocado em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte, será instalado no campus da Escola Agrícola de Jundiaí, em Macaíba. O projeto – orçado em R$ 27,3 milhões  –  se propõe a interligar o conhecimento produzido na universidade à indústria nacional e local, principalmente no que condiz à energia eólica e solar, principal aposta do Estado para os próximos anos.
O ISI Energias Renováveis é apenas um dos 25 institutos de inovação que estão sendo instalados pelo Brasil a partir de parcerias entre o Senai e as universidades. De acordo com Wilson da Mata, engenheiro diretor do instituto no RN, a instalação do projeto deve durar 30 meses, a partir da assinatura do convênio entre Senai e UFRN. O instituto deve entrar em funcionamento em até oito anos. 
Cledivânia PereiraWilson da Mata é graduado em engenharia do petróleo e engenheiro de energia pela Universidade de Toulouse, professor da UFRN e diretor do Instituto Senai de Inovação (ISI) em Energias RenováveisWilson da Mata é graduado em engenharia do petróleo e engenheiro de energia pela Universidade de Toulouse, professor da UFRN e diretor do Instituto Senai de Inovação (ISI) em Energias Renováveis

Segundo Wilson da Mata, o instituto nasce principalmente de uma demanda local: número um na produção de energia eólica do país, o RN ainda é dependente da importação de equipamentos e tecnologia para a indústria do setor. “Apesar de sermos os primeiros em energias renováveis, ainda estamos engatinhando no assunto. Nossa função será ajudar a indústria a sanar essa deficiência. Não há dúvida que energia renovável será o futuro”, salienta o diretor.
A interligação entre indústria e universidade será um dos temas abordados durante a 21ª edição do seminário Motores do Desenvolvimento. Com tema “Internacionalização e Interiorização: desafios e oportunidades”, o evento acontece na próxima segunda-feira (8), no auditório da Fiern. Confira a entrevista completa com o pesquisador:

Como surgiu a ideia de criar o ISI Energias Renováveis no RN?
Na realidade esse projeto é do Senai Nacional, e tem uma série de ações para inserção da indústria, qualidade e melhora de tecnologia. Este projeto é para a criação de institutos Senai de inovação, alocados nacionalmente em 26 estados, em regiões de competência em determinadas áreas. Por exemplo, Energias Renováveis ficou no Rio Grande do Norte por diversos motivos. Um deles porque o RN é o primeiro nacionalmente em produção de energia eólica e o estado com maior incidência de radiação solar do Brasil. Esse projeto é calcado na assessoria internacionais: na do Instituto Fraunhofer, da Alemanha, e do MIT  (Massachusetts Institute of Tecnology), dos Estados Unidos. 

Como o instituto funcionará?
O instituto será um meio de campo entre a indústria e academia, fazendo com que a inovação aconteça de forma mais rápida. Os institutos Senais estarão sempre atrelados a uma universidade – no RN, a UFRN se tornou a parceria natural.

Mas como acontecerá essa mediação?
Todo setor industrial tem seus gargalos tecnológicos. Apesar de sermos os primeiros em energias renováveis, ainda estamos engatinhando no assunto. Existe uma dependência, por exemplo, de equipamentos, tecnologia, meios de execução. O instituto vai ter um diretor e nós vamos trabalhar em forma de rede nacional, cada um com sua área de atuação. Entretanto, algumas áreas são transversais, então nós vamos atrás das tecnologias, o que existe de inovação na área, o que é necessário, ajudando a indústria local e nacional a se desenvolver, criando um pólo de desenvolvimento naquele assunto. Por exemplo: aerogeradores, a maioria são importados. Então, nossa função será ajudar a indústria a sanar essa deficiência. Não há dúvida que energia renovável será o futuro, então esse desenvolvimento é preciso. 

A partir do momento que o instituto identifica esses gargalos, ele entrará em contato com a universidade?
Na prática a gente antevê. Vê o que é feito, o que é necessário, quais as tecnologias estão para acontecer e vamos expô-las ao mercado. Podemos buscar essa tecnologia em qualquer universidade e para qualquer indústria do país. Esse é o modelo utilizado nesses institutos internacionais.

Em que pé está a implantação do projeto?
O projeto já foi feito e está no Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), e o resultado da análise deve sair até o dia 30 de setembro. Na verdade, é um projeto que já foi previamente aprovado. Teremos a assinatura entre as partes e o tempo de maturação. Teremos 30 meses para instalação do instituto de oito anos para a seu completo funcionamento. O objetivo é ter de 35 a 40 pesquisadores no instituto. Pretendemos atrair brasileiros que trabalham fora do país e já têm sua área de pesquisa consolidada. O investimento geral é de R$27,3 milhões para o RN, com a parte de instalação física e equipamentos.

O objetivo é formar um parque tecnológico na região de Jundiaí?
Já existiam ações anteriores para que fosse criado um parque tecnológico no Estado, o que casou bem com nossa parceria com a UFRN. Nós vamos criar uma área simples próxima a universidade, para facilitar esse contato. A universidade cedeu o terreno em comodato por 25 anos, com mais 25 renováveis.

Além do campus, vocês têm a pretensão de atrair indústrias para esse polo?
A função direta não é trazer indústria, mas esse é um catalisador. É como aconteceu no Vale do Silício, nos Estados Unidos: a universidade se instalou e atraiu indústrias. A nossa pretensão é criar um pólo tecnológico, pode ser que outras indústrias venham para cá. 

Hoje, o RN é o primeiro em produção. Mas quais são os gargalos?
Existem alguns de infraestrutura, como a transmissão – para gerar energia, é preciso transmitir aos consumidoras – mas existem outros. Aerogeradores, que a indústria não consegue fabricar; nosso transporte viário e de porto que não conseguem transportar.

É preciso investimento do Estado?
Vão começar a ser discutidas ações para desenvolvimento posterior de políticas de Estado.

Nós vamos ter o Instituto fazendo a interligação entre a universidade e a indústria, mas cabe ao Estado também fomentar essa aproximação?
Nessa realidade existem diversas fontes para captação de recursos. Se a indústria tem um gargalo, ela pode ir direto em um instituto para procurar a solução; mas além disso existem diversos editais advindos de recursos de iniciativas, como o Inova, Embrapii, BNDEs. Determinada empresa quer desenvolver determinado produto mas não tem recursos precisa buscar esses recursos para o startup desse processo.

Qual a dificuldade de aproximação entre a indústria e as universidades?
Não há como fugir: a universidade é o celeiro da ciência. Os países que conseguem bem administrar essa aproximação são os que se desenvolvem mais, como EUA, Japão. O Brasil está abrindo isso como a nova tendência e fugindo um pouco daquilo como se a universidade fosse somente produtora de conhecimento. A indústria petroleira brasileira é uma das maiores do mundo porque se aproximou da universidade. A UFRN é um exemplo disso que, em conjunto com a Petrobrás, desenvolveu inúmeras ações. As duas partes ganham muito bem nisso aí.

A Lei da Inovação, que queria essa aproximação, não funcionou?
Bom, essa aproximação aconteceu em parte, mas depende dos dois entes. Na UFRN, alguns cursos se dão muito bem nisso, como Engenharia da Computação, Elétrica, Petróleo, a Física, que trabalham com inovação, pois conseguem pessoas que têm capacitação, dão bons resultados de pesquisa. Mas cabe a aproximação dessas cidades.

Existe, talvez, um desconhecimento da indústria?
Às vezes as pequenas empresas não têm nem capacidade de investir em desenvolvimento de tecnologia, mas as grandes têm e fazem isso.

Da parte da indústria local, já houve alguma sinalização, uma busca pela solução de um gargalo específico?
Existem alguns eventos em que sempre são discutidas essas coisas, é uma discussão permanente. Há algumas tecnologias que precisariam de implantação imediata. Na parte de eólica, é a praticalização de equipamentos. O que isso quer dizer? Não necessariamente o equipamento que é fabricado na Alemanha e importado seja adaptado às necessidades da indústria brasileira. A praticalização é isso: testar equipamentos importados, fazer adaptações e levar para que a indústria adquira a tecnologia e passe a fabricar uma tecnologia adaptada às nossas condições. Há também a smarth greed, que é a  geração de múltiplas energias e a colocação de rede, conforto ambiental. Várias áreas que teremos para trabalhar.

A universidade também se comprometeu na criação de cursos para essa nova indústria do RN?
Nós estamos aguardando a assinatura do convênio para começar a captar os grupos de pesquisa que já trabalham nessa área. Logo depois, começaremos a analisar quais são os cursos necessários para o desenvolvimento de recursos humanos para essa nova tendência. Fortemente, um cursos de energias renováveis, eólica ou solar, alguma especialização, isso com certeza será criado. Queremos algo perene, que você consiga manter a geração de recursos humanos. 

Fonte: www.tribunadonorte.com.br

Siemens fornecerá 67 turbinas eólicas para usina de energia eólica offshore no Reino Unido

FONTE/AUTOR.: JOSÉ GONÇALVES NETO
· Projeto Dudgeon terá capacidade total de 402 MW

· A energia limpa gerada abastecerá mais de 410 mil famílias no Reino Unido

· O valor total do contrato é de aproximadamente 650 milhões de euros

A Siemens, por meio da divisão de Wind Power, recebeu um pedido das concessionárias de energia norueguesa Statoil e Statkraft para o parque "Dudgeon Offshore Wind Farm", no Reino Unido. 




A companhia será responsável pela fabricação, fornecimento, instalação e operação de 67 turbinas de acionamento direto, com potência de 6 megawatts (MW) cada, e equipadas com um rotor de 154 metros. 

A instalação começará no início de 2017 e o valor total do contrato, que inclui cinco anos de serviço e manutenção, é de aproximadamente £500 milhões - cerca de 650 milhões de euros.

O projeto do parque eólico offshore Dudgeon está localizado a 32km ao norte da cidade de Cromer, em North Norfolk. Cerca de 70% desta propriedade pertence à Statoil, responsável como operadora do projeto, que terá participação desde a fase de construção. 

Os 30% restantes referem-se à concessionária Statkraft. Com uma capacidade total de 402 MW, Dudgeon fornecerá energia limpa para mais de 410 mil famílias no Reino Unido.

"Estamos orgulhosos em mostrar a um número crescente de clientes as vantagens da nossa máquina offshore de 6 megawatts", disse Dr. Markus Tacke, CEO da divisão de Wind Power da Siemens Energy. 

"Com o projeto Dudgeon, nós seremos capazes de estender o nosso pipeline para esta nova turbina. Desta forma, teremos a oportunidade de aumentar ainda mais a capacidade de produção, que é uma condição prévia para reduzir os custos da energia eólica offshore. "

A energia eólica e os respectivos serviços associados fazem parte do Portfólio Ambiental da Siemens. 

Cerca de 43% de sua receita total deriva de produtos e soluções verdes. Isso faz da Siemens um dos principais fornecedores mundiais de tecnologia ecologicamente correta.

67 turbinas eólicas de acionamento direto para o "Dudgeon Offshore Wind Farm": As turbinas são classificadas em 6 megawatts (MW) cada, e equipadas com um rotor de 154 metros.

Para mais informações sobre a Energia Renovável da Siemens, consulte www.energy.siemens.com/hq/en/renewable-energy/

terça-feira, 2 de setembro de 2014

A China já não é mais a mesma. E o Brasil com isso?

Inovação, investimento em outros países e mercado interno são as novas fronteiras do desenvolvimento da China, oportunidades que o Brasil também pode aproveitar


João Pedro Caleiro/EXAME.com
Roberto Rigobon, Valerie Karplus, Yasheng Huang e Don Lessard, professores do MIT Sloan, em evento em São Paulo

São Paulo – “A China já não é a mesma de 20 anos atrás”, diz o ex-embaixador do Chile no país, Fernando Reyes de Mata.

Em evento organizado pelo MIT Sloan Management em São Paulo sobre a relação entre China e América Latina, ele e outros convidados debateram como um novo cenário interno e uma nova fase econômica já estão mudando a relação do país com o mundo.

“Há um novo jogo na política, com o esforço anti-corrupção, e um new normal na economia, com taxa de crescimento mais baixa. É importante para os líderes de negócios estarem cientes das incertezas que podem aparecer no caminho”, diz Yasheng Huang, professor do programa internacional do MIT.

Depois de décadas apenas como destino de investimento estrangeiro, a China passou a ser também uma grande fonte destes recursos. O que não falta é capital, e isso é uma boa notícia para quem precisa de financiamento para obras estruturais – justamente o caso da América Latina e do Caribe.

“O Brasil não tem a poupança para financiar a melhora da sua infraestrutura, que é muito fraca, e os acordos com a China, além do banco dos BRICS, vão ajudar a resolver esse problema” diz Charles Tang, presidente da Câmara de Comércio Brasil-China.

Ao mesmo tempo, a China reconhece que precisa de marcas fortes, investe pesado em inovação e dobra seu número de patentes registradas a cada ano, gerando novas fontes de tensão com os países desenvolvidos.

A China também está começando a olhar com mais atenção para seu próprio mercado interno, seu próximo motor de crescimento. O presidente-executivo do Walmart na América Latina, Enrique Ostalé, diz que os consumidores brasileiros e chineses não são tão diferentes assim, e isso abre um campo infinito de possibilidades.

“A presença da China na América Latina pode ser positiva ou negativa. A América Latina é menos aberta e precisa pensar em permitir às empresas chinesas entrarem, assim como a China precisa se abrir às empresas latino-americanas e brasileiras, que tem experiência mais avançada em como atender as necessidades de consumidores pobres”, diz Don Lessard, professor-emérito de administração internacional do MIT. 

Energia e África

O petróleo não deve perder importância num futuro próximo – uma boa notícia para o nosso pré-sal, que deve produzir o dobro da demanda brasileira em cerca de 20 anos, e que tem os chineses entre os vencedores da licitação de Libra.

Mas a energia renovável também é um campo promissor graças a experiência brasileira com biocombustíveis, de um lado, e o investimento maciço da China em energia solar e eólica, de outro. Achar um equilíbrio é o desafio:

“O termo nacionalismo de recursos tem sido usado de forma errada, na minha opinião, para descrever as experiências de países como Argentina e Venezuela. O principal exemplo de nacionalismo de recursos no mundo é a Noruega, que se protege sem se fechar e usou estes recursos muito bem inclusive para apoiar inovação”, diz Lessard.

Ele citou um dado impressionante: os custos na China e no México já convergiram para o mesmo patamar, enquanto os de países como Brasil explodiram. A geografia das cadeias globais está mudando profundamente e novos atores estão aparecendo.

Um deles é a África, lar de metade das economias que mais crescem no mundo e já considerada “a China da China”, que já está enviando para lá sua produção da mesma forma que fizeram com ela no passado. 

A presença no continente é controversa, mas foi colocada em uma perspectiva histórica positiva por Charles: “Os mestres coloniais do passado tiraram a riqueza da África e a deixaram esquecida por várias décadas perdidas. 

Os chineses entraram pagando preços de mercado e transformaram a África em um continente de esperança.”

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Usina que produz 25% da energia solar do país começa operação comercial

  • Mônica Pileggi
    Do UOL, em Florianópolis
  • Plinio Bordin/Divulgação
    Usina em Tubarão, no sul de Santa Catarina, tem 19.424 painéis solares
    Usina em Tubarão, no sul de Santa Catarina, tem 19.424 painéis solares
A maior usina de energia solar do Brasil, a Usina Fotovoltaica Cidade Azul, começou a operar comercialmente neste mês em Tubarão, no sul de Santa Catarina.
Trata-se de maior usina solar do país em potência: são 3 Megawatts gerados atualmente, o suficiente para abastecer 2.500 casas todos os dias. É praticamente um quarto de toda a energia solar produzida no Brasil.
É também a maior usina solar brasileira em tamanho: são 19.424 painéis solares instalados em uma área de 10 hectares, equivalente a dez campos de futebol.
Com investimentos de R$ 30 milhões, a usina foi desenvolvida pela empresa Tractebel Energia em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Ela começou a funcionar em março deste ano, apenas em caráter experimental. Agora, foi conectada ao Sistema Interligado Nacional (SIN), ou seja, a energia gerada passou a ser distribuída para todo o país.
A geração dessa usina não afeta a conta de luz, segundo a Aneel. A vantagem, então, é o uso de uma fonte renovável e limpa.

Energia solar ainda é 0,01% da energia no Brasil

Atualmente, operam no país 164 usinas solares, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Porém, a participação da energia solar dentro da energia consumida no país ainda é muito pequena: cerca de 0,01%.
"A capacidade dessas usinas ainda é muito pequena. As maiores fontes são hídrica e térmica, que representam 67% e 28%, respectivamente, da matriz energética nacional", afirma a agência.

Usina no Ceará tem a maior capacidade instalada

A Usina Fotovoltaica Cidade Azul atualmente gera 3MW de energia, mas pretende chegar a 4MW.
Ela não é a usina com a maior capacidade instalada, no entanto. Segundo a Aneel, a usina de Tauá, no Ceará, poderá gerar até 5 MW quando operar em toda sua capacidade.