terça-feira, 9 de setembro de 2014

RS - Empreendedores de PCHs formam associação

Entidade gaúcha para defender interesses do setor será lançada na próxima quinta-feira durante evento na Fiergs

Jefferson Klein

IVAN DE ANDRADE/PALÁCIO PIRATINI/JC
Segundo a Aneel, Rio Grande do Sul possui 49 pequenas centrais hidrelétricas operando
Segundo a Aneel, Rio Grande do Sul possui 49 pequenas centrais hidrelétricas operando
O segmento de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) – usinas que podem gerar de 1 MW a 30 MW – está prestes a ganhar uma organização para defender seus interesses no Rio Grande do Sul. 

A Associação Gaúcha de PCHs (AGPCHs) será lançada na quinta-feira durante o evento Futuro das PCHs que será realizado na Fiergs, em Porto Alegre, com o objetivo de discutir os planos e investimentos do setor.

O diretor-presidente da Creral (Cooperativa Regional de Eletrificação Rural do Alto Uruguai), João Alderi do Prado, que está envolvido com a iniciativa, adianta que na fundação da associação deverá ser definida uma diretoria, mesmo que provisória. 

Poderão participar da entidade todos os agentes que integram a cadeia produtiva das PCHs: empreendedores, fornecedores de equipamentos, empresas de projetos ambientais etc.

Prado frisa que a meta é constituir uma representação que possa dialogar com os diversos setores envolvidos com o desenvolvimento de PCHs, principalmente os órgãos governamentais, para que se criem condições favoráveis para implantar as usinas. Um dos focos será a defesa pela agilização das liberações ambientais. 

O presidente da Creral informa que um processo desses, levando em conta a análise da fiscalização e contrapartidas do empreendedor, dificilmente leva menos de três anos para ser concluído. 

De acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), no momento são 49 PCHs operando no Rio Grande do Sul, com uma capacidade instalada de geração de aproximadamente 560 MW (cerca de 15% da demanda média de energia do Estado). 

Prado acrescenta que ainda há mais três empreendimentos sendo construídos, que agregarão em torno de 15 MW a esse número. O dirigente comenta que, com as condições adequadas, seria possível, tranquilamente, superar o patamar de mil MW em geração de PCHs. 

Porém, alerta que, se não houver mudanças, a implantação de novas PCHs pode estagnar a partir do próximo ano.

“São poucas as perspectivas de construção de novas PCHs, pois o Rio Grande do Sul tem tido uma grande dificuldade quanto ao licenciamento ambiental.” Prado argumenta que esse cenário deve-se ao fato dos órgãos competentes terem uma equipe reduzida e ao estabelecimento de um critério muito rigoroso a respeito da análise de PCHs no Estado. 

“É o mais rígido do Brasil, em outras regiões a aceitação é muito mais fácil”, destaca.

Segundo a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), são usados critérios técnicos e estudos de avaliação ambiental regional, voltados ao licenciamento de hidrelétricas tanto na bacia do rio Uruguai quanto do sistema Taquari-Antas (regiões que apresentam o maior potencial para o aproveitamento de PCHs). 

Esses levantamentos não só visam dar agilidade ao licenciamento como segurança técnica nas avaliações.