sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

10 Motivos para promover a hidreletricidade

 

Representantes de mais de 170 países chegaram a um consenso na Conferência de Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, em Joanesburgo (2002), e no 3º Fórum Mundial da Água, em Kyoto (2003): toda geração hidrelétrica é renovável e merecedora de apoio internacional. Leia, abaixo, as dez razões que os levaram a esta conclusão.

1. Hidreletricidade é uma fonte renovável de energia.

A hidreletricidade usa a energia da água corrente, sem reduzir sua quantidade, para produzir eletricidade. Portanto, todos os empreendimentos hidrelétricos, de pequeno ou grande porte, a fio d’água ou de armazenamento, enquadram-se no conceito de fonte de energia renovável.

2. A hidreletricidade viabiliza a utilização de outras fontes renováveis.

As usinas hidrelétricas com reservatório de acumulação oferecem flexibilidade operacional incomparável, uma vez que podem responder imediatamente às flutuações da demanda de eletricidade. A flexibilidade e capacidade de armazenamento das usinas hidrelétricas as tornam o meio mais eficiente e econômico para dar suporte ao emprego de fontes intermitentes de energia renovável, como a energia solar ou a energia eólica.

3. A hidreletricidade promove a segurança energética e a estabilidade dos preços.

A água dos rios é um recurso doméstico e, ao contrário do combustível ou gás natural, não está sujeita a flutuações de mercado. Além disso, a hidreletricidade é a única grande fonte renovável de eletricidade e sua relação custo-benefício, eficiência, flexibilidade e confiabilidade ajudam a otimizar o uso das usinas térmicas.

4. A hidreletricidade contribui para o armazenamento de água potável.

Os reservatórios das usinas hidrelétricas coletam a água da chuva, que pode então ser usada para consumo ou para irrigação. Ao armazenar água, eles protegem os aqüíferos contra o esgotamento e reduzem nossa vulnerabilidade a inundações e secas.

5. A hidreletricidade aumenta a estabilidade e a confiabilidade do sistema elétrico.

A operação dos sistemas elétricos depende de fontes de geração rápidas e flexíveis para atender às demandas de pico, manter os níveis de tensão do sistema e restabelecer prontamente o fornecimento após um blecaute. A energia gerada por instalações hidrelétricas pode ser injetada no sistema elétrico mais rapidamente do que a de qualquer outra fonte energética. A capacidade das usinas hidrelétricas de irem do zero à produção máxima, de forma rápida e previsível, as tornam excepcionalmente adequadas para atender às alterações de consumo e fornecer serviços ancilares ao sistema elétrico que mantenham o equilíbrio entre a oferta e a demanda de eletricidade.

6. A hidreletricidade ajuda a combater mudanças climáticas.

O ciclo de vida da hidreletricidade produz quantidades muito pequenas de gases do efeito estufa (GHG – “greenhouse gases”). Ao emitir menos GHG que usinas movidas a gás, carvão ou petróleo, a hidreletricidade pode ajudar a retardar o aquecimento global. Embora somente 33% do potencial hidrelétrico disponível tenha sido aproveitado, a hidreletricidade atualmente evita a emissão de GHG correspondente à queima de 4,4 milhões de barris de petróleo diariamente, em âmbito mundial.

7. A hidreletricidade melhora o ar que respiramos.

As usinas hidrelétricas não produzem poluentes do ar. Muito freqüentemente, elas substituem a geração a partir de combustíveis fosseis, reduzindo assim a chuva ácida e a fumaça. Além disso, os empreendimentos hidrelétricos não geram subprodutos tóxicos.

8. A hidreletricidade oferece contribuição significativa para o desenvolvimento.

As instalações hidrelétricas trazem eletricidade, estradas, indústria e comércio para as comunidades, desenvolvendo assim a economia, ampliando o acesso à saúde e à educação, melhorando a qualidade de vida. A hidreletricidade é uma tecnologia conhecida e comprovada há mais de um século. Seus impactos são bem compreendidos e administráveis, mediante medidas de mitigação e compensação de danos. Ela oferece um vasto potencial e está disponível onde o desenvolvimento é mais necessário.

9. Hidreletricidade significa energia limpa e barata para hoje e amanhã.

Com um tempo médio de vida de 50 a 100 anos, os empreendimentos hidrelétricos são investimentos de longo prazo que podem beneficiar diversas gerações. Eles podem ser facilmente atualizados para incorporar tecnologias mais recentes e têm custos muito baixos de operação e manutenção.

10. A hidreletricidade é um instrumento fundamental para o desenvolvimento sustentável.
 
Os empreendimentos hidrelétricos que são desenvolvidos e operados de forma economicamente viável, ambientalmente sensata e socialmente responsável, representam desenvolvimento sustentável em sua melhor concepção. Isto é, “desenvolvimento que atende hoje às necessidades das pessoas, sem comprometer a capacidade das futuras gerações de atender suas próprias necessidades” (Comissão Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento, 1987).
 
Fontes:
  • IHA – International Hydropower Association
  • NHA USA – USA National Hydropower Association
  • INHA – Indian National Hydropower Association
  • NHA Nepal – Nepal Hydropower Association
  • CHA – Canadian Hydropower Association

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Setor eólico acredita que ligeira alta nos preços da fonte veio para ficar

Agentes veem efeitos de preços de equipamentos, dólar e incertezas quanto à economia como fatores que influenciaram tarifa

Por Luciano Costa



A energia eólica voltou a surpreender no leilão A-5 desta terça-feira (20/12). Desta vez, a fonte não chamou a atenção por uma nova queda de preços, como vinha ocorrendo em todas as licitações, mas sim devido a uma alta no patamar de tarifa praticado. O custo médio da geração dessas usinas ficou em R$105 por MWh, contra os números abaixo dos R$100 por MWh registrados em agosto.

Em uma análise pós-leilão, a consultoria Excelência Energética afirma que, apesar de os preços terem subido, é provável que as eólicas ainda não tenham chegado a seu "piso", mas sim que "a baixa competição tenha proporcionado a venda a preços superiores". Com isso, a empresa considera que o certame foi "um bom negócio" para os investidores.

A opinião, porém, não é compartilhada pelos empreendedores. Para o presidente da Bioenergy, Sérgio Marques, o resultado "já reflete um pouco da mudança do setor" com a crise mundial. O executivo afirma que o cenário faz com que os investidores enxerguem mais riscos e, consequentemente, evitem taxas de retorno muito baixas. "As taxas que a gente viu no leilão A-3 (de agosto) assustam, assustam o agente financiador. Captar dinheiro hoje está mais caro, então você tem esse lado finaneiro".

Marques também aponta que houve uma reação no mercado americano, o que segurou o movimento de queda nos preços de turbinas que vinha sendo registrado com a retração na Europa. "Tem esses dois fatores, de insegurança e de mercado, que puxaram o preço para cima. Acho que esse repique na tarifa é tendência nos leilões", conclui.

Para Everaldo Feitosa, vice-presidente da Associação Mundial de Energia Eólica (WWEA, na sigla em inglês), houve "um aumento substancial" em matérias-primas como cobre, produtos magnéticos e imãs que impactou no preço das turbinas. Além disso, ele diz que existe alguma incerteza quanto à precisão dos dados de vento. "Quando você junta instabilidade de energia com instabilidade da economia, isso acontece (os deságios menores)".

No aumento do custo dos equipamentos, o que também pode ter influenciado é a recente alta do dólar. "Mesmo com suas fábricas no Brasil, (as fornecedoras) dependem ainda de muita importação", diz Lauro Fiúza, vice-presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica). Ele também acredita que a própria novidade que foi a participação da fonte no A-5 tem seu papel no preço. "Com a perspectiva de entrada em um prazo muito longo (cinco anos), as precauções que se têm em função do preço são maiores".

O executivo, que é também presidente de uma empresa do setor, a Servtec, afirma que a perspectiva é que os preços não voltem a cair tão cedo. "Não apostaria nisso, não. Acho que estamos atingindo um patamar base, entre R$100 por MWh, R$110 por MWh. Já está se mostrando aí que vamos trabalhar com custos nessa ordem de grandeza".

Mesmo para quem não viu alta nos preços dos equipamentos, outros fatores seguraram a tarifa. A estatal Furnas, que viabilizou 204MW em parceria com a Alupar, afirma que conseguiu turbinas até mais baratas do que em agosto. O que fez a diferença para a companhia foi o próprio modelo do leilão - um A-5, diferente do certame de reserva.

"O leilão de reserva vende por quantidade - o que você produz, você vende. No A-5, você trabalha por disponibilidade, então é um risco muito maior. Se você não produzir, tem que comrpar energia para substituir isso. Além disso, houve mudanças na financiabilidade dos projetos. No Nordeste, trabalhávamos com condições do BNB (Banco do Nordeste) bem melhores que as estabelecidas pelo BNDES", resume Cláudio Semprine, assistente da diretoria de engenharia. Ele garante que, devido a esses fatores, "a taxa de retorno praticamente não mudou" de um leilão para o outro.

Fonte: Jornal da Energia

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Eolice investe em fábrica de pás eólicas em Pernambuco

 

Com o investimento, estado nordestino passa a ser o primeiro ente da Federação brasileira a contar com todo o ciclo de produção de equipamentos para eólicas
 
A Eolice deve investir cerca de R$ 100 milhões na construção de sua fábrica de produção de pás para usinas eólicas em Pernambuco. 

Com a ação, o estado nordestino passa a ser o primeiro ente da Federação brasileira a contar com todo o ciclo de produção de equipamentos para eólicas. 

Segundo o governo local, a região já conta com a fabricante de flanges Iraeta, a indústria de geradores Impsa e a empresa RM Eólica, responsável pela fabricação de torres.
 
De acordo com a Eolice, as obras para a construção da unidade devem começar em junho do próximo ano e produção deverá atender a demanda de parques eólicos no Brasil e no exterior. 

Entretanto, o diretor da companhia, Romualdo de Barros, afirmou que o mercado brasileiro será a prioridade da Eolice.
 
Segundo informações do governo pernambucano, a geração de energia limpa soma R$ 425 milhões em investimentos e gera aproximadamente 3,4 mil empregos no estado. 

Numa tentativa de atrair mais empresas para a região, o governo anunciou ter encomendado alguns estudos para detectar mais jazidas de ventos no território. 

O estudo deve incluir torres de medição com altura entre 80 a 100 metros de altura.

Da redação

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Precisamos mesmo ter um carro?

Mike Rosenberg, professor do IESE Business School, afirma que a popularização do carro elétrico e novos modelos de transporte urbano trariam vantagens para as cidades e empresas 
 
Clarice Couto

O americano Mike Rosenberg, professor do IESE

O americano Mike Rosenberg fala um perfeito “espanhol da Espanha”, exceto por alguns deslizes com um “r” americanizado. Na unidade IESE Business School em Barcelona, Espanha, ele leciona “gestão estratégica” – mas pode perguntar qualquer coisa sobre carros elétricos e híbridos que ele não economiza nas palavras para responder. 
 
Em suas pesquisas mais recentes, tem abordado o potencial das fontes alternativas de energia para tornar diferentes indústrias mais competitivas. A automotiva é uma delas. Nesta entrevista, ele traz uma série de opções para este e outros setores: do abandono da ideia do “carro próprio” à possibilidade de usar a energia do carro elétrico para as necessidades de uma casa.

Você afirma que as empresas poderiam aumentar sua produtividade se investissem mais em energia renovável. De que forma?
No caso de algumas empresas, gerar sua própria energia pode dar maior segurança ao suprimento de energia. Esse é um tema muito importante para alguns países.

Na África, existe o problema da fiabilidade do suprimento de energia. E a capacidade autônoma de gerar energia, convencional ou alternativa, poderia melhorar o desempenho de uma empresa. Na área do marketing, algumas companhias podem tentar ser mais sustentáveis que outras ou argumentar que sua energia é de fonte limpa. Os consumidores, porém, ainda não pagam mais por um produto verde. Se o preço for o mesmo, aí elas vão optar pelo produto verde.

Nos Estados Unidos e na Europa, as montadoras têm investido muito em veículos elétricos e híbridos. Paralelamente, aposta-se nos combustíveis renováveis, como o etanol de cana-de-açúcar e de milho. Se os carros híbridos e elétricos ficarem mais baratos, para quais situações eles seriam indicados?
O carro elétrico ainda é muito mais caro que o convencional. Por quê? Porque no custo da energia convencional não contabilizamos o da emissão de carbono. As despesas decorrentes do impacto climático não figuram nestes cálculos. Não pagamos uma taxa de carbono. É por essa razão que os carros elétricos têm um preço muito maior que os convencionais.

Na produção de um carro elétrico ou híbrido, que fatores o tornam mais caro?
Se compararmos um carro elétrico e um convencional, quase tudo é igual. As exceções são o motor, o centro de controle elétrico – equivalente à caixa de câmbio – e a forma de guardar energia. O motor, algum dia, vai custar o mesmo. O controle de energia, também. O que não vai ter o mesmo preço é o tanque de gasolina e o jogo de baterias.

Um tanque feito de plástico custa para o fabricante uns US$ 20. Um jogo de baterias varia de US$10 mil a US$ 50 mil. E estou assumindo que o custo do resto é igual, o que não é verdade, porque os volumes são mais baixos. Em todo o mundo, a Nissan vendeu até hoje 20 mil unidades do Leaf (carro 100% elétrico), o que é muito pouco. Como o grande problema são as baterias, alguns fabricantes estão vendendo os automóveis e alugando as baterias, já que depois de dois ou três anos elas deixam de funcionar.

O carro elétrico é apropriado para qualquer país?
Depende de como o país produz energia elétrica, o carro elétrico pode ser muito melhor, igual ou pior que o convencional. No Brasil, onde a maior parte da energia é hidrelétrica, pode-se dizer que é uma grande vantagem usá-lo. Na China, isso não está claro porque boa parte da energia é gerada a partir do carvão. O carro elétrico tem outra vantagem pouco difundida: ele contribui para diminuir a poluição atmosférica local. 
 
Não se trata aqui de combater as mudanças climáticas, mas da fumaça emitida pelos automóveis. Em Los Angeles, nos Estados Unidos, em México D.F., em São Paulo, a qualidade do ar é muito ruim. Deveríamos contabilizar o custo das doenças relacionadas à má qualidade do ar para ter uma argumentação mais forte a favor do carro elétrico.

O que pode ser feito para estimular a popularização dos carros elétricos?
Os governos deveriam impor taxas a todos os automóveis, menos aos elétricos. Em Londres, se um cidadão quiser entrar na cidade com seu carro, deve pagar uma tarifa. Pense em uma cidade como São Paulo: se o governo estipular que o cidadão não poderá circular com seu carro mais de dois dias pela cidade, a menos que o carro seja elétrico, haveria uma mudança no cenário. Ou se cobrasse uma taxa por dia para que carros convencionais entrassem na cidade, haveria um aumento dos elétricos no país.

Os fabricantes de carros logo iam buscar soluções para os problemas atuais. Sem esse tipo de ação do governo, é pouco provável que o mercado se desenvolva. O Brasil pode explorar ainda outra opção. O consumo de energia elétrica tem picos de maior demanda. As pessoas usam mais energia durante o dia e menos à noite. Sendo assim, algumas famílias poderiam ter carros elétricos, recarregá-los durante a noite e utilizá-los de dia. Estes mesmos veículos podem servir como bateria para a casa, quando não estiverem rodando.

Para isso, os carros precisariam ser mais baratos.
Ou subsidiados. Talvez uma empresa geradora de energia tenha interesse em subsidiar a compra de carros elétricos para carregá-los. Acho difícil só a demanda do consumidor, sem estímulos, conseguir reduzir o custo do carro elétrico. Ainda mais no Brasil, um país com tradição agrícola e estados produtores de cana-de-açúcar muito comprometidos com a produção de etanol. É pouco provável que o Brasil mude de política e passe a apoiar mais o carro elétrico que o etanol.

O carro elétrico também é indicado para percorrer longas distâncias como de estradas do Brasil e dos Estados Unidos?

Para viagens de trajetos longos, os carros convencionais são muito mais indicados.

O ideal seria utilizar cada veículo para uma situação diferente. Se você mora nos arredores da cidade de São Paulo, usa o carro elétrico. Se vai fazer viagens mais longas, usa o convencional. Essa é a melhor opção, mas não é a mais barata. Talvez precisemos rever o conceito de ter um carro. Por que temos que ter um carro? Não sabemos responder. E se deixarmos de ter carros, e começarmos a compartilhar os carros? Existem empresas que trabalham com isso. Você entra em um site, reserva um carro e vai aonde quiser.

Um sistema como esse requer uma mudança cultural?

Claro, porque hoje existe aquela ideia do “meu carro”. Hoje eu vim trabalhar com meu carro. Durante o dia, ele poderia estar sendo usado por outras pessoas. Não existe um modelo único de estímulo ao carro elétrico. Se houvesse vontade política em um país, seria uma via; o interesse das companhias de energia de comprar as baterias para os usuários, outra; a mudança de mentalidade das pessoas, uma terceira opção. Algum desses fatores poderia ser a chispa para o avanço dos carros elétricos.

As empresas estão perdendo oportunidades por não explorar os negócios que os carros elétricos podem criar?
O consumo de energia de um carro elétrico é como o de uma geladeira, talvez duas, que só consomem à noite. Isso para as companhias de energia é muito atrativo como negócio. Criar um modelo já é algo complexo. Nos Estados Unidos, em que boa parte da população mora em casas, é bastante simples que cada casa tenha um carregador de baterias. Se as pessoas moram em apartamentos, onde vão recarregar os carros? Nos estacionamentos? A infraestrutura para os automóveis à gasolina está montada. A necessária para os carros elétricos, não.

Em alguns países europeus, como Espanha e Reino Unido, o governo vem retirando os subsídios para que as empresas invistam em energia renovável. Que conseqüências essas medidas podem ter?
Na Espanha, as regras do jogo mudaram para os feed-in-tariffs (incentivos econômicos para o investimento em energias alternativas) para energia solar e eólica. As companhias de energia tinham obrigação de comprar a energia por um dado preço de quem investiu nas instalações. 
 
O que aconteceu é que o governo não tem dinheiro para pagar o preço combinado. Pior: está pedindo que o investidor devolva o dinheiro que recebeu pela energia nos últimos quatro anos. Este caso está nos tribunais. 
 
O problema desse episódio é que no modelo de feed-in-tariffs, o investidor precisa ter a confiança de que vai recuperar seu investimento. Se as regras do jogo mudam, perde-se a confiança. Mas a Alemanha e a Espanha conseguiram incentivar muito o setor de energia solar por este método. O mesmo poderia acontecer com o Brasil, desde que com regras claras.
 
 
 

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Resíduos são trocados por desconto na energia elétrica

A reciclagem é uma prática que beneficia a população e o meio ambiente. Mas e se, além disso, também fosse possível levar energia elétrica a mais pessoas? 


Essa é a base de um projeto inovador que fez com que a Coelce, distribuidora de energia do Estado do Ceará, fosse uma das contempladas pelo Prêmio Nacional de Qualidade da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) em 2011.

A empresa já havia sido finalista na edição anterior do prêmio pela conquista da excelência na maioria dos critérios. “Aprimoramos a forma de gerir as práticas da companhia e conseguimos melhorar em todos os pontos”, afirma o presidente da Coelce, Abel Rochinha.

O segredo do sucesso, segundo o executivo, é ter um foco muito grande no cliente e uma área técnica bastante eficiente. “Além disso, temos um planejamento estratégico que leva em conta quatro perspectivas diferentes: a do colaborador, do cliente, do acionista e da sociedade. Nós temos obtido resultados que demonstram satisfação em cada uma delas”, ressalta.

Para Rochinha, o Ecoelce – projeto de responsabilidade social que permite a troca de resíduos por bônus na conta de energia – , foi a ‘cereja do bolo’ porque a empresa já vinha se destacando pela satisfação de seus clientes, inclusive sendo reconhecida como a melhor distribuidora de energia do País por três anos consecutivos.

O Ecoelce foi criado em 2007 e até outubro deste ano já atendeu mais de 350 mil clientes cadastrados. Foram 11.565 toneladas de resíduos e um total de R$ 1,3 milhão em descontos nas contas de luz. Segundo Rochinha, pode parecer um típico projeto verde, mas a verdade é que acaba sendo um forma de gerar renda para a base da pirâmide, que consegue pagar sua conta.

Como funciona o Ecoelce

Para trocar o lixo reciclável por bônus na conta de energia, o titular da conta solicita um cartão Ecoelce com chip, onde ficam registrados seus dados. Depois, basta levar esse cartão e o lixo reciclável aos postos de coleta. Lá o valor é creditado, via web, como desconto na próxima conta. Se o bônus for maior que o valor da conta, o excedente será creditado na fatura seguinte.

Rochinha destaca ainda que o projeto não atende só a baixa renda. Qualquer cliente pode se cadastrar e, se ele não usar o bônus para si mesmo, pode doar o desconto para as contas de energia de instituições, hospitais e ONGs. “Essa atitude reforça a nossa preocupação com a sociedade. De qualquer forma, o bônus será usado em benefício de quem mais precisa”, afirma.

O Ecoelce conta atualmente com 53 postos de coleta, espalhados pela capital Fortaleza e pelo interior do Ceará, num total de 21 municípios atendidos. Entre os resíduos que podem ser reciclados estão: papel e papelão, garrafas PET, latas, embalagens tipo longa vida, embalagens de vidro, ferros em geral, arames, pregos, embalagens plásticas e óleo de cozinha.

Além dos pontos de coleta, o projeto conta com o Auto-Ecoelce, uma máquina de auto-atendimento, instalada em shoppings e eventos, que recolhe resíduos como PET, alumínio e aço. Para Rochinha, inovações como essa dão ao Ecoelce uma extensão maior e cada vez mais sólida. “A gente acredita que o que pode mudar este planeta para melhor são as pessoas, que podem fazer a diferença na luta por um mundo mais sustentável. Esse conceito, inclusive, está na essência do nosso negócio”, pontua.

Premiações

Além do Prêmio Nacional de Qualidade da FNQ, por seus resultados, o Ecoelce já recebeu reconhecimentos nacionais e internacionais. Um deles veio da revista Exame que, em conjunto com o Monitor Group, incluiu o projeto na lista das 25 melhores inovações brasileiras da última década.

O Ecoelce também foi um dos dez ganhadores do World Business and Development Awards (WBDA), premiação da Organização das Nações Unidas (ONU), como um dos projetos mais importantes quanto ao seu alinhamento com os princípios do Pacto Global, estando entre os 20 mais relevantes no mundo. Além disso, foi eleito como um dos mais importantes projetos da América Latina alinhados aos princípios do Pacto Global (United Nations – Global Compact).

Perspectiva para 2012

De acordo com o presidente da Coelce, entre as perspectivas para 2012 está manter a performance da companhia com gestão de boa qualidade e manter a satisfação do cliente. “Nós monitoramos as redes sociais como forma de medir a opinião dos nossos clientes e 75% se mostram satisfeitos de forma espontânea”, comemora.

Além disso, a Coelce pretende aprimorar e implementar novos projetos. O projeto Luz Solidária, que faz parte do Projeto de Eficientização de Consumidores Residenciais, integrante do Programa de Eficiência Energética Coelce/Aneel, deve ser ampliado, segundo afirma Rochinha.

A proposta é conceder descontos na compra de eletrodomésticos com selo Procel-Inmetro Classe “A” para consumidores residenciais que queiram trocar seus eletrodomésticos. Além de receber descontos na compra desses itens novos, os clientes podem doar parte do seu bônus para um projeto participante de uma rede de desenvolvimento social criada pela Coelce, em sua maioria, com foco em geração de renda e educação socioambiental.  Esse convênio também possibilita que consumidores de baixa renda adquiram esses produtos com desconto.

Prêmio Nacional de Qualidade

Para participar da premiação, as empresas devem ter como pré-requisitos responder aos oito critérios de excelência (liderança, estratégia e planos, clientes, sociedade, informações e conhecimento, pessoas, processos e resultados). De acordo com Gustavo Utescher, gerente de processos da FNQ e responsável por coordenar o processo de avaliação, em 2011, das 41 empresas inscritas, 21 foram selecionadas para receber a visita dos examinadores.

Além da Coelce, outras três empresas do setor de energia (CPFL Paulista, RGE e Eletrobras Eletronorte) foram premiadas. Segundo Utescher, esse é o resultado de um trabalho intenso, de mais de dez anos, de melhoria de gestão das organizações desse setor.”O reflexo desse processo é uma análise de como a gestão vem melhorando. 

O índice de maturidade de gestão (indicador criado pela FNQ) alcançou 53 pontos e é o melhor dos 20 anos da premiação, o que denota um desenvolvimento contínuo”, conclui Utescher.

Fonte: Movimento Brasil

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Lâmpada utiliza energia solar e eólica para iluminação pública

A Eco-Pole utiliza LED de 60W, pode durar até 50 mil horas e é alimentada por uma microturbina de vento de 300W e por painéis solares de 90W

Eco-Pole
O sistema de alimentação da Eco-Pole é protegido por uma capa ultrafina para que o 
aparelho não seja danificado devido ao fato de ficar exposto a diversas condições climáticas
 
São Paulo - A conscientização ambiental está literalmente ganhando as ruas. Prova disso é a invenção da empresa norte-americana SavWatt, que criou a lâmpada Eco-Pole para iluminação pública, que utiliza energia solar e eólica para funcionar.

Desenvolvida para a iluminação de ruas, praças e parques, a Eco-Pole é uma lâmpada de LED criada por uma empresa especializada em iluminação de baixo consumo. Se implantada nas cidades, a invenção reduziria os custos de energia elétrica, uma vez que independe dela para fazer as lâmpadas funcionarem.

A Eco-Pole utiliza LED de 60W, pode durar até 50 mil horas e é alimentada por uma microturbina de vento de 300W e por painéis solares de 90W. Embora tenha 60W de potência, a lâmpada ilumina o equivalente a uma incandescente de 250W.

O sistema de alimentação da Eco-Pole é protegido por uma capa ultrafina para que o aparelho não seja danificado devido ao fato de ficar exposto a diversas condições climáticas.

A lâmpada ecológica está em fase de teste em algumas cidades dos Estados Unidos. O resultado, até então, foi positivo. Economiza energia e não emite nenhum tipo de gás, o que diminui os níveis de poluição do ar.

Lâmpadas de LED são mais eficientes e quase não produzem calor. Apesar de serem muito mais caras que os modelos tradicionais, as LEDs têm maior durabilidade.

Eletrobras quer transformar EDP na maior geradora eólica do mundo

Estatal diz que não cogita se associar a qualquer outra empresa no negócio e destaca apoio do BNDES na transação

Por Luciano Costa 
 
Costa Neto, da Eletrobras: África também no alvo

A Eletrobras enviou um comunicado à imprensa nesta quarta-feira (14/12) em que revela alguns pontos de sua proposta para a compra de uma fatia de até 21,35% na EDP Energias de Portugal, colocada à venda pelo governo português. 
 
Segundo a estatal, a oferta "é composta por um projeto estratégico que tem como objetivo fortalecer as duas empresas, considerando a convergência e a complementaridade estratégica de seus negócios".

O plano inclui a transformação da EDP na "maior geradora de energia eólica no mundo" e o fortalecimento da posição da companhia na Península Ibérica e na Europa. Pelo lado da Eletrobras, o objetivo é avançar na estratégia de ser, em 2020, "o maior sistema empresarial global de energia limpa".

A estatal brasileira diz que, em todo o processo de negociação com a Parpública - órgão do governo que detém as ações da EDP - "em nenhum momento cogitou associar-se a qualquer outra empresa de energia para a gestão" da elétrica. A informação rebate notícias vinculadas pela imprensa, que falavam em uma parceria com a espanhola Iberdrola na aquisição.

Segundo a Eletrobras, sua proposta possibilitaria à EDP a expansão "em dois dos mercados de energia elétrica que mais crescem no mundo": a América do Sul - especialmente o Brasil - e a África, "com ênfase nos países de língua portuguesa, onde a Eletrobras tem posição de destaque". 
 
O projeto apresentado pela estatal brasileira também dá a oportunidade de a EDP "ter acesso a financiamento concedido pelo BNDES, possibilitando reverter o perfil" da dívida de curto prazo da elétrica. Notícias publicadas pela imprensa portuguesa davam conta de que a alemã E.On e a chinesa Three Gorges teriam saído na frente, com as ofertas consideradas mais atrativas pela EDP. 
 
A Eletrobras também teria sido considerada pela Parpública e a mineira Cemig já estaria fora do páreo. 
 
A Parpública, no entanto, divulgou comunicado em que nega as especulações e diz que "não existe, neste momento, qualquer decisão tomada". Segundo a empresa, a palavra final cabe "exclusivamente ao governo, reunido em Conselho de Ministros"
 

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

EPE habilita 231 empreendimentos para o leilão A-5

Ao todo, foram habilitados 205 parques eólicos, 5 hidrelétricas, 8 PCHs e 13 termelétricas
 

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) anunciou nesta terça-feira (06/12) que finalizou o processo de cadastramento para o leilão A-5, que será realizado no próximo dia 20 de dezembro, com o objetivo de suprir a demanda projetada das empresas distribuidoras para o ano de 2016. Segundo a EPE, recebeu habilitação técnica para participar do certame um total de 231 projetos, somando 6.286 MW de potência instalada.

Ao todo, foram habilitadas 205 parques eólicos, com capacidade total de 5.149 MW, 5 hidrelétricas, com capacidade de 388 MW, 8 pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), com capacidade 147 MW e 13 termelétricas movidas a bagaço de cana de açúcar, com capacidade de 602 MW.

Além disso, segundo a EPE, até o dia 09 de dezembro, outras usinas hidrelétricas poderão ser habilitadas. Entretanto, para isso, os empreendedores terão que apresentar a licença prévia (LP), emitida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama), além da Declaração de Reserva de Disponibilidade Hídrica (DRDH), expedida pela Agência Nacional de Águas (ANA).

O presidente da EPE, Mauricio Tolmasquim, ressaltou a importância de o certame ter apenas fontes renováveis. Segundo ele, a participação de termelétricas a gás natural seria desejável, mas a não habilitação deste tipo de usina não preocupa, já existe uma boa quantidade de empreendimentos térmicos contratada anteriormente.

“O volume de oferta de geração habilitado pela EPE garante que a demanda das distribuidoras de eletricidade será plenamente atendida com as fontes renováveis de energia incluídas neste leilão”, avaliou Tolmasquim.

Da redação

Fonte: Smart Energy

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Brasil entra pela primeira vez no ranking dos 10 países mais atrativos para investimentos em energias renováveis

São Paulo – Pela primeira vez, o Brasil figura entre os dez países mais atrativos para receber investimentos em energias renováveis. 
 
Segundo o Renewable Energy Country Attractiveness Indices, ranking trimestral elaborado pela Ernst & Young, o País ocupa agora a 10ª posição da lista – uma acima da registrada no trimestre anterior e oito acima na comparação com o terceiro trimestre de 2010. 
 
A melhora da posição brasileira deve-se, sobretudo, à energia eólica. O relatório – que fornece scores, em 40 países, para mercados nacionais de energias renováveis, infraestrutura e sua adequação para tecnologias individuais – afirma que o terceiro trimestre de 2011 foi um bom momento para desenvolvedores da energia eólica no Brasil com a realização de quatro leilões que forneceram oportunidades para remodelar o mercado de energético do País. 
 
A energia eólica chamou a atenção porque, pela primeira vez, seu preço caiu abaixo do da eletricidade gerada pelo gás natural.

“O ranking mostra o amadurecimento do segmento eólico dentro da matriz energética brasileira”, avalia Luiz Claudio Campos, sócio de Transações da Ernst & Young Terco. “Há exatamente um ano, o Brasil estava na 18ª posição no ranking. Em um futuro próximo, o País pode ocupar uma posição de ainda mais destaque, provavelmente devido ao setor eólico.”

Os recentes leilões provaram que, por aqui, gás natural e energia eólica podem competir diretamente no mercado. Analistas de mercado sugerem diversas razões para o bom resultado do País, incluindo a recente chegada de fornecedores chineses de equipamentos, o que pode levar fornecedores locais a reduzirem seus preços para continuar competitivos. O baixo custo alcançado nos leilões também pode ser o resultado de um número crescente de fabricantes de turbinas no Brasil.

“Além disso, a desaceleração econômica causou a paralisação de diversos projetos na Europa, o que pode ter movido investidores para outros mercados com potencial de crescimento, como o Brasil”, afirma o sócio da Ernst & Young Terco.

Outros mercados-Enquanto os países desenvolvidos continuam focados em cortar custos e com problemas de dívida, países emergentes – e sua insaciável busca por energia – aparecem como a força por trás dos investimentos em energias renováveis.

A balança de poder está claramente mudando, com o Leste Europeu, o Oriente Médio, o Norte da África, o Sudeste da Ásia e a América Latina agora representando o futuro para a energia renovável, enquanto a indústria se adapta a um mundo em transformação. Países como Argentina, Hungria, Israel, Tunísia e Ucrânia aparecendo pela primeira vez nos índices, com todos compartilhando uma necessidade por mais energia renovável.

“A maturidade dos mercados de energia renovável na Europa Ocidental e nos EUA sofreram um golpe com a redução dos incentivos do governo, acesso restrito a capital e competição crescente de outros países”, diz Luiz Claudio Campos. “Ao mesmo tempo estamos vendo um forte apoio para energias renováveis em países emergentes. 
 
Esses mercados, com uma crescente demanda por energia, estão aproveitando a oportunidade para garantir um futuro com baixa emissão de carbono e eficiência de recursos. Nos últimos dois anos, 15 países emergentes foram adicionados ao ranking da Ernst & Young”, completa.

A China continua no topo do ranking geral. No entanto, o potencial de crescimento anterior diminuiu, e um processo rígido de aprovação de novos projetos de energia eólica está gerando um excesso de oferta de turbinas e fabricantes estão procurando agora por novos mercados para exportar.

Os EUA também caíram um ponto devido à expiração do programa nacional de garantia de crédito e à continuada incerteza a respeito do futuro do programa de subvenções do Tesouro e créditos fiscais de produção. Também houve uma queda na confiança do investidor no setor solar após a falência de três grandes fabricantes. Os EUA estão agora quatro pontos atrás da China e apenas um ponto à frente da Alemanha. No Reino Unido, a confiança do investidor sofreu um golpe com a forte queda nas taxas da chamada feed-in-tariff (FIT).

Ernst & Young e sobre a Ernst & Young Terco-A Ernst & Young é líder global em serviços de auditoria, impostos, transações corporativas e consultoria. Em todo o mundo, a empresa tem 152 mil colaboradores unidos por valores pautados pela ética e pelo compromisso constante com a qualidade. A empresa faz a diferença ajudando colaboradores, clientes e as comunidades em que atua a atingirem todo seu potencial.

No Brasil, a Ernst & Young Terco é a mais completa empresa de consultoria e auditoria com mais de 4.100 profissionais que dão suporte e atendimento a mais de 3.400 clientes de grande, médio e pequeno portes, sendo que 117 companhias são listadas na CVM (dado referente a dezembro de 2010) e fazem parte da carteira especial da equipe de auditoria.

Veja mais em: www.ey.com.br
 

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Planejar, implantar, avaliar e controlar

Saiba quais são as diretrizes para uma boa gestão estratégica de suprimentos



“Muito se tem falado sobre a gestão estratégica de suprimentos em empresas construtoras. Porém, pouco se sabe a respeito deste conceito”. A afirmação é da engenheira Tathyana Moratti, orientanda do professor PhD Francisco Cardoso, da Escola Politécnica da USP, que defendeu tese sobre o tema, estabelecendo as principais diretrizes. Ela explica que são vários os objetivos dessa metodologia, desde planejar, implantar e avaliar, até controlar as decisões estratégicas e operacionais relacionadas à aquisição de suprimentos e gestão do relacionamento com o fornecedor. “A gestão estratégica direciona todas as atividades da função de suprimentos para oportunidades compatíveis com as competências e estratégias da organização, visando a melhoria contínua, para atingir todos os objetivos da empresa”, conta.

Mas, como saber quando a gestão deixa de ser simplesmente gestão e passa a ser estratégica também? A resposta é simples. “A gestão de suprimentos se torna estratégica quando, além de haver um maior foco no planejamento de suprimentos, a estratégia das aquisições está alinhada às estratégias da empresa”, diz. Um bom exemplo é uma construtora que atua no segmento de construção popular que altera seu planejamento estratégico e começa a atuar no segmento de alto padrão. Esta decisão deve ser refletida na estratégia de suprimentos, com a busca e desenvolvimento de novos fornecedores, para atender esta nova necessidade da construtora.

A construtora que almeja transformar a gestão de suprimentos em gestão estratégica de suprimentos pode seguir algumas diretrizes, sendo a primeira delas, estruturar de forma clara e objetiva quatro processos dentro da área de suprimentos:

1- Planejamento estratégico;

2- Gestão da negociação;

3- Gestão de contratos;

4- Gestão do relacionamento com o fornecedor.


O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO EM SI

Para realizar o planejamento estratégico é obrigatório um cronograma de suprimentos que contemple a quantidade de empreendimentos e seus respectivos prazos. “Assim é possível verificar a sinergia das aquisições, sejam estas relativas aos materiais ou aos serviços”, conta Tathyana. Outra atividade relacionada ao planejamento estratégico é a realização da análise do mercado fornecedor, com o objetivo de identificar se há vários players no mercado que possam suprir a construtora com qualidade, dentro do prazo e do orçamento. “Caso seja identificado que o mercado fornecedor é escasso ou complexo, a construtora pode, por exemplo, decidir internalizar a atividade, para diminuir os riscos da falta do fornecimento”, explica Tathyana.

Esta decisão não se torna viável para a produção de alguns materiais que exigem a construção de uma fábrica, porém, para os serviços, é possível selecionar esta estratégia de suprimentos, como sendo um produto da análise de mercado. O objetivo principal do planejamento estratégico é analisar as informações disponíveis, para ser selecionada a estratégia adequada para cada tipo de família de produtos ou serviços a serem adquiridos. “Nesta escolha da melhor estratégia de suprimentos para uma determinada família de materiais ou serviços, é essencial a construtora olhar para dentro e verificar a importância estratégica da aquisição, bem como a dificuldade de gerenciar a aquisição, classificando estas famílias em quatro quadrantes: gargalo, estratégico, não-crítico e alavancagem”, alerta Tathyana. 

(Saiba mais sobre os quadrantes, na matéria ‘Gestão Estratégica de Suprimentos, uma nova cultura’, com o Prof. Dr. Francisco Ferreira Cardoso no link http://www.aecweb.com.br/aec-news/materia/4502/gestao-estrategica-de-suprimentos-uma-nova-cultura.html).


 

O PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO E CONTRATOS
O segundo processo para se implantar a gestão estratégica de suprimentos é a gestão da negociação, na qual se deve empregar os conceitos da negociação baseada em princípios. “Este tipo de negociação requer uma capacitação dos compradores, tanto para analisar as informações e estabelecer a melhor estratégia da negociação, quanto para se autoconhecer e conseguir lidar com o calor de uma mesa de negociação”, recomenda a engenheira. Quanto melhor o comprador conhecer suas reações diante da pressão envolvida em uma negociação, mais apto estará paraconduzi-la e entender os reais interesses do fornecedor.

Nas mesas de negociação, quando duas empresas não comunicam o que realmente precisam e querem, os profissionais perdem tempo e não chegam a uma solução em conjunto. “Se os interesses são expostos por ambas as partes, fica mais fácil para os dois lados se esforçarem e conseguirem chegar a um acordo”, comenta.

O terceiro processo da gestão estratégica de suprimentos é a gestão de contratos. É essencial selecionar o tipo de contrato adequado, pois dependendo das cláusulas que o compõem, este pode ser flexível ou rígido demais, comprometendo o relacionamento. Os contratos precisam ter cláusulas que apontem os riscos e as responsabilidades que cada parte deve assumir. Também, é essencial que os contratos tenham indicadores de desempenho, e suas respectivas bonificações ou penalizações. “Esta característica gera um maior comprometimento do fornecedor, pois o mesmo pode ser premiado ou penalizado conforme o seu desempenho. Não basta mais o fornecedor ganhar o pedido, é necessário cumprir com o que foi prometido durante a negociação”, adverte Tathyana.

É inerente à gestão de contratos a questão dos pagamentos. Eles devem ser realizados conforme as entregas dos materiais ou com a conclusão das etapas parciais do serviço. Caso a construtora realize os pagamentos sem haver a entrega do que foi combinado, é mais difícil conseguir que o fornecedor realize o que está sendo solicitado.

GESTÃO ESTRATÉGICA X FORNECEDOR

O último processo da gestão estratégica é a gestão do relacionamento com o fornecedor. Ela tem início a partir do momento em que o fornecedor recebe o convite para participar da cotação e se estende durante todo o período da obra em que fornece o material. Para se ter uma boa gestão com o fornecedor é preciso:

Definir indicadores de desempenho (quantitativos) e indicadores de competência (qualitativos) para serem considerados no contrato;

Medir os indicadores de desempenho e de competência durante o fornecimento;

dentificar os fornecedores estratégicos e manter um relacionamento mais próximo a estes, facilitando a inserção de novas tecnologias;

Preparar e comunicar ao fornecedor sobre o encerramento do contrato;

Identificar e implantar um sistema de gestão para facilitar a comunicação e padronizar os processos e dados;

Utilizar sistemas de compartilhamento da informação, como por exemplo, os sites de gestão de documentos e de projetos;

Implantar ferramentas de comércio eletrônico para melhorar o relacionamento.

Tathyana conclui dizendo que com a aplicação destas diretrizes, é possível realizar a gestão estratégica de suprimentos, melhorando a produtividade e a qualidade, reduzindo os custos e cumprindo os prazos. “Estes são desafios constantes de todas as construtoras em nosso país”.Redação e-Construmarket

COLABOROU PARA ESTA MATÉRIA

TATHYANA MORATTI

Fonte: www.construcompras.com.br Graduada em Engenharia Civil pelo Centro Universitário da FEI e mestre em Engenharia Civil pela Universidade de São Paulo. Possui experiência na área de Engenharia de Produção, com ênfase em Suprimentos, atuando principalmente na gestão estratégica de suprimentos em empresas construtoras e bancos.


Ampliação do mercado livre de energia será tema de audiência na Câmara

A Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados vai debater em audiência pública na próxima quarta-feira (7/12) a ampliação do mercado livre de energia elétrica. 

O encontro, proposto por parlamentares, se dá por conta do número de consumidores que podem migrar para este segmento de comercialização. Segundo levantamento, o mercado livre de energia elétrica representa 27% do consumo nacional. “É uma participação expressiva, mas poderia ser maior se houvessem menos restrições de natureza legal”, argumenta Arnaldo Jardim (PPS-SP).



Segundo Jardim, atualmente, integram o mercado livre de energia cerca de mil grandes consumidores, número que ele considera pequeno. Caso a legislação seja flexibilizada, mais consumidores industriais ou comerciais poderão ser classificados como livres, fazendo com que a economia brasileira se torne mais competitiva, o que geraria também emprego e renda.

“Na nossa visão, sem comprometer as exigências que devem ser observadas em relação à segurança do sistema elétrico, é perfeitamente possível aumentar o número de consumidores industriais ou comerciais do mercado livre”, explicam Arnaldo Jardim e Alexandre Santos (PMDB-RJ), lembrando que já existe amparo legal para que essa flexibilização ocorra por parte do Ministério de Minas e Energia.

Para as audiências públicas foram convidados: o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann; o diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Edvaldo Alves Santana; o presidente do Conselho de Administração da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), Luiz Eduardo Barata Ferreira; o presidente-executivo da Associação Brasileira dos Agentes Comercializadores de Energia Elétrica (Abraceel), Reginaldo Almeida de Medeiros; o presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Nelson Leite; e o diretor-executivo da Associação Nacional dos Consumidores de Energia (Anace), Lúcio Reis.

A audiência está marcada para as 10h30 no Plenário 14.

Fonte: Jornal da Energia

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Eólicas querem se associar a hidrelétricas para reduzir incertezas de geração

Setor vai propor a criação de um mecanismo de realocação de energia (MRE) conjunto entre as fontes, o que pode alavancar usinas a vento no mercado livre

Por Luciano Costa, de São Paulo

Crédito: Divulgação



O setor eólico pretende reduzir uma das principais características associadas à fonte: a incerteza quanto à geração de energia. Com isso, seria possível alavancar as negociações para viabilizar usinas no mercado livre, fazendo com que os investidores não fiquem apenas com a opção de participar dos leilões promovidos pelo governo. 

Para tanto, uma solução encontrada por especialistas é a criação de algo nos moldes do Mecanismo de Realocação de Energia (MRE), utilizado hoje por hidrelétricas. Mas o sistema não reuniria apenas os parques movidos a vento, mas também as hidrelétricas.

Por meio do MRE existente, é possível administrar os riscos hidrológicos e assegurar que todas hidrelétricas recebam receita por sua garantia física, independemente de suas reais produções de energia. O importante é que a produção do MRE como um todo não fique abaixo do total de garantia física do sistema. A ideia dos empreendedores eólicos é criar um sistema semelhante para a fonte aproveitando a complementaridade com a geração hídrica. Assim, no caso de uma eólica produzir menos, poderia ser compensada por uma hidrelétrica, e vice-versa.

A proposta de um MRE misto aparece em um estudo elaborado pela Engenho Consultoria a pedido da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica). De acordo com a diretora-executiva da empresa, Leontina Pinto, o documento, já em posse da entidade eólica, aponta que o mecanismo “é viável e bom para todo mundo”.

“O que a gente viu foi que os anos de racionamento foram anos de bons ventos. Quando houve falta d´água no Sudeste, o Nordeste teria ajudado bastante (com eólicas). Teve uma complementaridade interessante do vento com a água”, explica a diretora. Segundo Leontina, a combinação das fontes poderia também reduzir a necessidade de despachos de termelétricas.

O levantamento feito pela Engenho abordou ainda diversos outros aspectos ligados à comercialização de energia eólica no mercado livre. ”(Tratou de) oportunidades, preços, regulação. E a joia da coroa, que é mesmo o MRE”, resume a executiva. Para Leontina, a ideia de associar hídricas e vento apareceu porque, sozinhas, as eólicas não apresentam complementaridade.

“Um MRE de eólica com eólica seria uma catástrofe. Eólica e solar andam juntas também. Todas renováveis são complementares com a hidrelétrica”, analisa Leontina.

Opinião semelhante tem o diretor da Abeeólica, Otávio Silveira. “Faz todo sentido fazer um MRE com as duas fontes. O somatório das hídricas e das eólicas pode ser melhor para os dois. Faz muito mais sentido do que um MRE eólico, em que você vai somar banana com banana e pode não haver complementaridade”, exemplifica.

O vice-presidente da Abeeólica, Lauro Fiúza, também vê chance para integrar projetos eólicos e solares nos mesmos sítios. Segundo ele, seria possível ganhar em complementaridade e em redução de custos. Uma das vantagens é o fato de que as placas fotovoltaicas seriam instaladas nas usinas e compartilhariam o mesmo sistema de transmissão, por exemplo, barateando os empreendimentos.

O assunto já está sendo observado também pelo governo. O diretor de estudos de energia elétrica da Empresa de Pesquisa Energéitca (EPE), José Carlos de Miranda, diz que Apine e Abeeólica "têm feito análises e encaminhado à EPE e ao Ministério de Minas e Energia" e que o tema ainda está "nas primeiras discussões".

De acordo com o diretor, a decisão "é mais do MME", mas levará em conta informações passadas pela EPE e pela Aneel, além de, possivelmente, ir a consulta pública. "Tudo é feito com muita discussão para se achar o melhor para o setor".

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Chevrolet VoltXpedition - Energias Renováveis - chega a Belo Horizonte (MG)

Expedição celebra 100 anos da marca e vai passar por seis estados brasileiros

Participantes conhecerão o que há de mais inovador em tecnologias alternativas da mobilidade a bordo do Chevrolet Volt 2011

Belo Horizonte (MG) – A Chevrolet está completando 100 anos no mundo nesta próxima quinta-feira (03/11/2011). E, para comemorar um século de existência, sustentada em pilares como tecnologia e inovação, trouxe seu grande embaixador – o Volt – ao Brasil para demonstrar que as novas tecnologias da mobilidade já são realidade.


A VoltXpedition Energias Renováveis vai mostrar que o futuro para a GM e a Chevrolet é agora. Jornalistas, blogueiros, comunidade acadêmica e o universo das redes sociais tem a oportunidade de conhecer as tecnologias alternativas da mobilidade que estão sendo desenvolvidas pela General Motors em seu compromisso com a sustentabilidade - além de projetos inovadores na área de energias renováveis em algumas das principais universidades e centros de excelência do Brasil.

O palco da quinta etapa será na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), nos próximos dias sete e nove de novembro. Lá, os convidados da expedição e estudantes participarão de palestras ministradas pelo departamento de Engenharia da General Motors do Brasil, que abordará as tecnologias alternativas da mobilidade - veículos elétricos, flex, híbridos e movidos a hidrogênio, enquanto os professores da UFMG abordarão o Carro Híbrido.

A expedição está percorrendo cinco estados brasileiros: São Paulo (nas cidades de São Caetano, São Paulo, São José dos Campos e Taubaté), Rio Grande do Sul (Porto Alegre, Osório e Gravataí), Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), Minas Gerais (Belo Horizonte) e Pernambuco (Recife).

Em cada um dos estados, os universitários recebem a visita dos expedicionários a bordo dos Chevrolet Volt. Além de conhecer a tecnologia Voltec do primeiro carro elétrico de autonomia estendida produzido em escala no mundo, a comunidade acadêmica também tem a oportunidade de compartilhar pesquisas inovadoras desenvolvidas no âmbito das energias renováveis, que ajudarão a garantir um futuro sustentável ao planeta Terra.

Volt nas mídias sociais

Além de uma campanha de mídia tradicional e digital para divulgar a ação, a Chevrolet também reforçou sua presença nas mídias sociais. Por meio do site www.voltxpedition.com.br, com links para páginas no Facebook, You Tube e Twitter, os internautas podem acompanhar os roteiros dos cinco Volt pelo Brasil.

Eles também tem acesso às informações atualizadas sobre a expedição, sobre o carro e um blog dedicado exclusivamente ao projeto e aos 100 anos da Chevrolet no mundo, que serão completados nesta próxima quinta-feira (03/11/2011).

Sobre o Chevrolet Volt

O Volt é um veículo elétrico fabricado e comercializado nos Estados Unidos, que oferece uma autonomia de até 560 quilômetros. Nos primeiros 80 quilômetros, o Volt utiliza a carga armazenada em sua bateria de íon-lítio de 16 kWh para alimentar um motor elétrico de 150 cv. Quando a carga do Volt está baixa, um motor gerador (a gasolina) entra em funcionamento para fornecer energia elétrica, realimentando as baterias e proporcionando uma autonomia estendida de até 480 quilômetros.

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A General Motors, um dos maiores fabricantes de veículos do mundo, tem origem em 1908. Com sede global em Detroit, a GM emprega 202 mil pessoas nas principais regiões do mundo e tem operações em 140 países. A GM, com seus parceiros estratégicos, produz veículos em 34 países, vendendo e proporcionando serviços para estes veículos através das seguintes marcas: Buick, Cadillac, Chevrolet, FAW, GMC, Daewoo, Holden, Jiefang, Opel, Vauxhall e Wuling. O maior mercado nacional da GM é o dos Estados Unidos, seguido pela China, Brasil, Alemanha, Reino Unido, Canadá e Itália. A subsidiária OnStar da GM é o líder industrial em serviços de segurança veicular e informação. A General Motors adquiriu operações da General Motors Corporation em 10 de julho de 2009, e referências a períodos anteriores nesse comunicado à imprensa e outros materiais de imprensa referem-se a operações da antiga General Motors Corporation. Para maiores informações sobre a nova General Motors, acesse www.gm.com.

No Brasil a GM fabrica e comercializa veículos com a marca Chevrolet há 86 anos. Em 2010 a Chevrolet registrou recorde histórico de vendas no país com o volume de 657.724 veículos. A companhia tem três Complexos Industriais que produzem veículos em São Caetano do Sul e em São José dos Campos, ambos em São Paulo, além de Gravataí (RS). Conta ainda com unidades em Mogi das Cruzes (produção de componentes estampados), Sorocaba (Centro Distribuidor de Peças) e Indaiatuba (Campo de Provas), todas em SP, além de um moderno Centro Tecnológico de Engenharia e Design, em São Caetano do Sul (SP), com capacidade para desenvolvimento completo de novos veículos. A subsidiária brasileira é um dos cinco centros mundiais na criação e desenvolvimento de veículos, nos campos da engenharia, design e manufatura. 

Mais informações podem ser encontradas nos sites  

http://media.gm.com e www.gmnoticias.com.br

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Lançado primeiro selo de qualidade para consumidores de energia eólica

Autor: Fabiano Ávila - Fonte: Instituto CarbonoBrasil


 
Com o apoio de entidades como as Nações Unidas, Global Wind Energy Council (GWEC), WWF e das empresas Bloomberg, PricewaterhouseCooper e Vestas, o selo WindMade foi lançado na semana passada como uma forma de estimular o crescimento da energia eólica.

A ideia do selo é que os consumidores, em geral a iniciativa privada, possam exibir em seus produtos ou publicidade a porcentagem de energia eólica em sua matriz energética. Assim, essas empresas ganhariam espaço com o público mais consciente ambientalmente.

Para obter o WindMade é preciso cumprir uma série de requisitos, entre eles ter pelo menos 25% de toda a sua demanda elétrica sendo abastecida por energia eólica.

“Os critérios para a exibição do selo garantirão que as companhias que o possuam estejam realmente contribuindo para o crescimento do setor de energias renováveis. Acreditamos que este tipo de iniciativa é importante para direcionar o mundo para uma economia de baixo carbono”, afirmou Samantha Smith, diretora de Energia Global e da Iniciativa Climática do WWF.

A ONU anunciará oficialmente as primeiras empresas a obterem o WindMade em uma cerimônia no dia 18 de novembro em Nova York.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Lojas montadas em containers faturam R$ 12 milhões por ano

Criada no Brasil, rede de franquias Container Ecology Store reúne sustentabilidade, mobilidade e design moderno

Por Fernanda Salem, do Mundo do Marketing | 
Transformar lixo em pontos de venda de sucesso, com base na sustentabilidade, apresentando ainda design moderno e mobilidade. Esta é a proposta da empresa Container Ecology Store, que, seguindo tendências mundiais, utiliza containers abandonados e transforma-os em lojas de roupas multimarcas. 
O negócio criado há dois anos já tem 40 franquias em todo país, além de contratos assinados para mais de 100 lojas só no ano que vem. A loja reúne produtos de 500 marcas, entre elas Coca-Cola Clothing, Triton, Abercrombie & Fitch, Pólo Ralph Lauren, Lacoste, Hollister e Aéropostale.


A ideia surgiu de uma necessidade. “Eu queria abrir uma rede de lojas no sul do país, mas os alugueis de terreno e em shoppings eram muito caros. Então pensei em adaptar um projeto que vi em Cingapura, de lojas em caixas de metal”, diz André Krai (foto), fundador da rede de franquias Container Ecology Store, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Cada container custa cerca de R$ 10 mil, mas o valor mais alto vai para a reforma, que não sai por menos de R$ 20 mil. O maior investimento, portanto, é na estruturação, no suporte e na decoração. “Custa caro transformar lixo em algo útil”, conta Krai.

Mas dá resultado. O faturamento anual da empresa foi de R$ 12 milhões este ano e as perspectivas são de triplicar este valor com a ampliação da rede planejada para os próximos anos. Cada franquia paga à Container royalties de cerca de R$ 1,5 mil por mês. “O maior obstáculo para o empreendimento é encontrar terrenos livres em bons locais, principalmente na zona sul do Rio de Janeiro e em São Paulo”, diz Krai.

Chave na Mão

O modelo de negócios da Container Ecology Store, chamado Sistema Franquia Chave na Mão, provém diversos serviços para o franqueado. “A empresa busca o terreno que será o ponto comercial, instala a loja em uma semana com tudo pronto para o cliente e faz a gestão do negócio dele. O franqueado está comprando um pacote”, explica Krai.

Outra facilidade é a lista de 500 marcas, nacionais e internacionais, que já vêm como opção com a loja, disponíveis para o franqueado vender, como a Coca-Cola Clothing, a Fórum e a Abercrombie & Fitch. Todas voltadas para a moda jovem, que se relacionam com o target da empresa.

“O modelo exige um operador moderno devido ao tipo de loja, que é diferente. Podemos treinar qualquer um para o perfil, mas o franqueado precisa ter, acima de tudo, garra e tino para inovação”, diz Krai, explicando que para adquirir uma loja da Container o valor mínimo a ser investido é de R$ 100 mil.

Conquistando clientes
Uma das franquias de maior sucesso, segundo Krai, é a da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. O empreendimento tem dois containers e vende sete marcas: Abercrombie & Fitch, Hollister, Adidas Originals, Calvin Klein, Lança Perfume, Coca-Cola Clothing e Labellamafia, algumas delas conquistadas pelos próprios franqueados.

“O maior benefício que tirei com essa franquia é um aluguel muito mais barato do que em shoppings, então dá para vender os produtos a um preço mais acessível, além de poder remover o container para outro ponto, se achar necessário”, diz Luiz Otavio de Azevedo, dono da loja na Barra da Tijuca (foto), em entrevista ao Mundo do Marketing.

 
A unidade foi inaugurada em setembro de 2010 e o faturamento mensal é de cerca de R$ 45 mil. “O valor ainda não pagou o investimento inicial. Estamos fazendo clientes neste primeiro ano. Acredito que a partir do ano que vem já ultrapassaremos o investimento inicial”, diz. “A previsão para 2012 é faturar de R$ 60 mil a R$ 70 mil por mês com a loja”.

Solução ambiental

Um dos grandes trunfos do negócio é seu apelo ambiental e ecológico, tendência mundial que a rede aproveita na divulgação da empresa desde o nome até o texto no site, dizendo ser a única franquia totalmente sustentável do mundo e chamando os clientes a participar do movimento para salvar o planeta.

Efetivamente, a utilização de materiais reciclados como containers com mais de 20 anos de uso já é uma ação que contribui para o meio ambiente. Além disso, as lojas contam com itens como araras feitas de corrimão de ônibus e decks de casca de arroz na decoração. A rede também não usa nenhum produto que polua o meio ambiente e 50% do ponto de venda é reciclado.

 
Modelos internacionais
A inovação já existe internacionalmente, com algumas lojas feitas em containers de navios. Nos Estados Unidos, a incubadora de design 3rd Ward criou em agosto deste ano uma loja utilizando o objeto, que foi chamado de Shopbox (foto).

Os produtos, como mochilas e objetos de decoração, ficam expostos no container e os consumidores podem escolher o produto desejado, sem a ajuda de um vendedor, e se cadastrar utilizando um iPad disponível no local. O cliente então envia uma mensagem de texto e a mercadoria é entregue em seu endereço.

No Canadá, a Nescafé fez recentemente uma ação de loja pop-up em um container para divulgar a linha Dolce Gusto. A instalação fez uma turnê pelos locais mais movimentados de Toronto e Montreal como uma cafeteria itinerante.

 
Lojas viajam pelo mundo

A agência de design LOT-EK tem um histórico em trabalhar com projetos criados a partir de container abandonados, de instalações de arte a lojas. Há dois anos, a empresa criou um ponto de venda para a Uniqlo em Nova York, nos Estados Unidos, pequeno e eficiente.

Seu case de maior sucesso, no entanto, foi para a Puma, chamado de Puma City. O espaço de 24 containers criado em 2008 tem escritórios, área para a imprensa, um bar, local para eventos e ainda uma grande varanda aberta no teto. A loja é móvel, passando por algumas cidades dos Estados Unidos, e já foi até a Espanha e África do Sul, vendendo os produtos da marca durante a Copa do Mundo de 2010.