quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Eletrobras quer transformar EDP na maior geradora eólica do mundo

Estatal diz que não cogita se associar a qualquer outra empresa no negócio e destaca apoio do BNDES na transação

Por Luciano Costa 
 
Costa Neto, da Eletrobras: África também no alvo

A Eletrobras enviou um comunicado à imprensa nesta quarta-feira (14/12) em que revela alguns pontos de sua proposta para a compra de uma fatia de até 21,35% na EDP Energias de Portugal, colocada à venda pelo governo português. 
 
Segundo a estatal, a oferta "é composta por um projeto estratégico que tem como objetivo fortalecer as duas empresas, considerando a convergência e a complementaridade estratégica de seus negócios".

O plano inclui a transformação da EDP na "maior geradora de energia eólica no mundo" e o fortalecimento da posição da companhia na Península Ibérica e na Europa. Pelo lado da Eletrobras, o objetivo é avançar na estratégia de ser, em 2020, "o maior sistema empresarial global de energia limpa".

A estatal brasileira diz que, em todo o processo de negociação com a Parpública - órgão do governo que detém as ações da EDP - "em nenhum momento cogitou associar-se a qualquer outra empresa de energia para a gestão" da elétrica. A informação rebate notícias vinculadas pela imprensa, que falavam em uma parceria com a espanhola Iberdrola na aquisição.

Segundo a Eletrobras, sua proposta possibilitaria à EDP a expansão "em dois dos mercados de energia elétrica que mais crescem no mundo": a América do Sul - especialmente o Brasil - e a África, "com ênfase nos países de língua portuguesa, onde a Eletrobras tem posição de destaque". 
 
O projeto apresentado pela estatal brasileira também dá a oportunidade de a EDP "ter acesso a financiamento concedido pelo BNDES, possibilitando reverter o perfil" da dívida de curto prazo da elétrica. Notícias publicadas pela imprensa portuguesa davam conta de que a alemã E.On e a chinesa Three Gorges teriam saído na frente, com as ofertas consideradas mais atrativas pela EDP. 
 
A Eletrobras também teria sido considerada pela Parpública e a mineira Cemig já estaria fora do páreo. 
 
A Parpública, no entanto, divulgou comunicado em que nega as especulações e diz que "não existe, neste momento, qualquer decisão tomada". Segundo a empresa, a palavra final cabe "exclusivamente ao governo, reunido em Conselho de Ministros"