quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

O desafio de famílias para usar energia do sol

Há alguns meses, o engenheiro Pedro Paulo Prado, que trabalhou na área de energias renováveis, resolveu levar a sério a ideia de instalar painéis solares no telhado de sua casa, em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio de Janeiro. 
 
 
A proposta era pôr em prática o ideal de usar uma energia renovável, que, ao mesmo tempo, poderia reduzir o alto custo da conta de luz da família de quatro pessoas. 
 
Mas, depois de uma série de cálculos, ele chegou a uma conclusão sustentada por pesquisadores do setor: ainda é inviável, para a maior parte das famílias brasileiras, arcar com os custos de ter painéis fotovoltaicos em casa. A boa notícia é que isso deve mudar, pois governo e empresas estão estudando alternativas de baratear essa fonte de energia. A Cemig, por exemplo, vai testar o repasse da energia gerada não utilizada pelos consumidores à rede. Especialistas apostam que 2012 e 2013 serão marcos da expansão no país.

O que falta para o sol se popularizar como fonte de energia é subsídio, ou barateamento dos preços, o que só ocorre naturalmente com aumento da demanda. Tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei, criado ano passado, para regular a geração de energia solar em residências e a venda de excedente para concessionárias que distribuem energia. 
 
No caso da Cemig, concessionária de cidades de Minas Gerais, a empresa já tem um projeto piloto que pode funcionar assim que a legislação for aprovada e regulamentada. O Cidades do Futuro vai testar possibilidade de receber dos consumidores a energia excedente gerada, dando algo em troca.

Hoje, ainda é raro encontrar uma casa brasileira ostentando uma placa fotovoltaica. A família do engenheiro Pedro Paulo, por exemplo, fez uma pesquisa completa sobre o produto. Mas chegou ao seguinte cálculo: levariam cerca de 12 anos para recuperar um investimento inicial de aproximadamente R$ 21 mil, para substituir a maior parte da energia que hoje sai da rede comum por energia solar:

- A economia gerada pelo painel ainda não vale a pena. No caso da minha família, precisaríamos de cerca de 18 painéis para dar conta de toda a energia que consumimos. É caro, e não sei se teríamos espaço no telhado ou no quintal. Além disso, como investimento, é péssimo. 
 
Se colocássemos a mesma quantia para render até na poupança, valeria mais a pena. Sem subsídio ou sem queda nos preços, fica inviável uma família comum ter paineis fotovoltaicos em casa. Só sobra mesmo a questão ambiental, mas não vai ganhar larga escala se não for bom economicamente.

Com ajuda da família, o engenheiro fez uma pesquisa de mercado pela internet e achou um painel com o preço de R$ 1.200, com potência de 125 a 135 watts. Foi com essa base que ele fez os cálculos preliminares, comparando com a média de gasto mensal na conta de luz. A economia por cada painel seria de cerca de R$ 8 por mês, o que ainda é muito pouco. 
 
Sem falar nas dificuldades práticas, já que cada painel custa 2,5kg e, para que se possa utilizar à noite a energia armazenada durante o dia, é necessário comprar baterias, e inversores, para converter a corrente elétrica.

Por enquanto, são poucos os que têm condições de tirar a ideia do papel. Isso é para quem está em busca apenas do benefício ambiental, desligando- se do lado econômico. De qualquer forma, não se trata de uma energia sustentável, já que o lado financeiro ainda está capenga, pelo menos no Brasil (ver box).

A não ser que a família consiga um ganho a mais aliado ao projeto. É o caso do empresário e consultor em sustentabilidade Jackson César Dorigo. Ele está construindo uma casa em Mandirituba, município a 35km do centro de Curitiba, onde vai fazer uma experiência de tecnologias sustentáveis. 
 
Além dos painéis fotovoltaicos, ele instalará um biodigestor com geração de biogás, aquecedor solar para os chuveiros, entre outras coisas. De início, será uma casa de veraneio para ele e a esposa, com a filha de 4 anos. Mas, quando estiver completamente pronta, Dorigo pretende morar no local, que também servirá como uma espécie de mostruário real para seus clientes:

- Estou fazendo o cálculo dos painéis solares para gerar energia para cinco pessoas, incluindo meus sogros. Trabalho com sustentabilidade e vai ser bom ter uma casa onde coloco esses conceitos na prática. Meus clientes vão poder visitar e quero provar que, na prática, ser ambientalmente correto é rentável.

A casa ainda está em fase de construção, mas os painéis fotovoltaicos já estão comprados. O empresário encomendou dez placas de 140w cada. O investimento total foi de R$ 14 mil. Mas ele já encontrou uma forma de começar a recuperar o dinheiro. Nos dias em que não estiver na casa, já combinou com os vizinhos: todos vão poder usar a energia armazenada nas baterias e pagar a ele pelo uso.

Foi na empresa Tecnometal, com sede em Belo Horizonte, que o empresário comprou as placas. Segundo o diretor comercial e de energia da empresa, Sérgio Esteves, o uso residencial dos painéis responde por apenas 20% das vendas totais da empresa. As aplicações industriais respondem por 50% do total, e os outros 30% são usados em postes públicos, em locais onde a rede não chega.

- Queremos que esse número se inverta, levando o nicho residencial a 50% das nossas vendas. Se o projeto de lei federal for aprovado este ano, calculamos que, até 2015, chegaremos a 500 mil casas com geração fotovoltaica de energia. E com crescimento de 25% ao ano. Hoje, nossas vendas para famílias só crescem 3%.

Esteves explicou que o objetivo não é substituir toda a energia que vem da rede, mas apenas parte dela, por geração solar. Com isso, há famílias que, em seis anos, recuperam o investimento inicial do sistema. Mas, se a legislação for aprovada, o tempo cairia para um ano apenas. Entram nesse cálculo a possibilidade de vender a sobra de energia e a queda nos preços.

Segundo o engenheiro Rafael Kelman, diretor da consultoria PSR e especialista em energia solar residencial, 2012 será o ano de fechar a regulamentação, e 2013 será o ano da popularização dessa energia no Brasil:

- Só falta a legislação, acompanhando países europeus e Estados Unidos. Eu moro em prédio, infelizmente não posso comprar painéis sozinho. Só se for em conjunto. Mas em condomínios da Barra da Tijuca, por exemplo, é uma boa ideia. Muitas famílias terão essa opção em breve.

O especialista defende que a energia solar seja pensada como complementar à rede, e não como substituta total, pelo menos nos próximos anos.

Alemanha: um terço do país com energia solar em 2050

Enquanto no Brasil a energia solar em residências ainda depende de subsídios, países como a Alemanha estão comemorando a expansão recente da energia solar. A associação comercial alemã de energia solar acaba de divulgar um balanço, informando que o uso de energia por essa fonte cresceu 60% em 2011. A estimativa é de que, em 2050, os sistemas fotovoltaicos integrados serão responsáveis por cerca de um terço da energia elétrica gerada no país.

O país conta com um sistema que tem sido chamado internacionalmente de smartgrid, e que já funciona em países como Espanha, Estados Unidos e, mais recentemente, ao nosso vizinho Uruguai. Pelo smartgrid, uma família que possui painéis solares instalados em casa pode repassar à concessionária de energia a sobra da energia armazenada, ganhando descontos na conta de luz. Com isso, o investimento feito nos painéis é recuperado com rapidez.

O aluguel de painéis solares é outra possibilidade. Em países como os Estados Unidos, já existem empresas que fazem esse serviço. Segundo o engenheiro Rafael Kelman, especialista em energia solar, trata-se de um sistema similar ao que acontece hoje no Brasil com equipamentos de televisão por assinatura:

- É um sistema que está se popularizando e tornando a energia sola r acessível às famílias. Em algumas casas, os painéis solares respondem por 40 a 60% de toda a energia consumida.

Fonte: O Globo
Autor: Redação

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

MPX e alemã E.ON criam joint venture para investir no Brasil e Chile


Com a parceria, o objetivo é criar a maior empresa de energia do País
 
A MPX, empresa do Grupo EBX, e a alemã E.ON AG, anunciaram nesta quarta-feira (11/01) um termo de compromisso para criação de uma joint venture que desenvolverá geração de energia e atividades correlatas de suprimento e comercialização no Brasil. Segundo a MPX, a parceria entre as duas empresas tem como objetivo desenvolver uma capacidade total de 20 mil MW no Brasil e no Chile, tornando, assim, a maior empresa privada de energia do País. Esse número representa cerca de 20% da atual capacidade total do Brasil.

Com isso, a joint venture será responsável por todos os projetos de energia térmica e renovável no Brasil e no Chile, bem como atividades correlatas de suprimento e comercialização. Hoje, a MPX possui 11 mil MW em projetos já licenciados, que farão parte da parceria como as usinas termelétricas Açu (5.400 MW), no Rio de Janeiro, a Central Castilla (2.100 MW), as termelétricas Sul e Seival (1.300 MW), no Rio Grande do Sul e a usina Parnaíba (2.200 MW). Além disso, para a UTE Açu, a E.ON terá uma opção por causa da parceria para uma participação adicional de 38,9% do projeto em valor contábil.

“Através dessa joint venture a MPX poderá alavancar a plataforma global, expertise em desenvolvimento de projetos de cross-technology, experiência em gestão e extensa capacidade de geração da E.ON. Essa é uma parceria altamente estratégica e agregadora de valor para ambas as companhias. Juntos, podemos criar um negócio que vai muito além da soma de suas partes, gerando grandes oportunidades de crescimento nos próximos anos para todos os envolvidos”, afirmou o presidente do Conselho de Administração da MPX, Eike Batista.

O anúncio da parceria marca o primeiro investimento da E.ON no Brasil. “Para nós, a MPX é mais do que uma grande oportunidade de investimento no Brasil e no Chile. A parceria estratégica, que combina a experiência local e acesso a recursos naturais da MPX com a escala e capacidades globais da E.ON, possibilitará uma grande criação de valor em energia térmica e renovável no Brasil. 

A carteira de projetos de desenvolvimento de 11 mil MW já existente formará uma plataforma para alcançarmos rapidamente uma posição de mercado significativa em um dos mercados de energia de maior crescimento no mundo. Uniremos o conhecimento, experiência e comprometimento de ambas as companhias em benefício não apenas da MPX e da E.ON, mas também da economia brasileira e dos consumidores de energia do país. Estamos ansiosos para trabalhar com a MPX”, explicou o CEO da E.ON, Johannes Teyssen.

De acordo com a MPX, a companhia irá manter, além de 50% dos projetos da joint venture, propriedade de 100% sobre a capacidade de energia contratada de usinas atualmente em construção, bem como sobre as concessões de gás natural na Bacia do Parnaíba, detidas por meio da OGX Maranhão, e da mina de carvão de Seival.

A E.ON e a MPX esperam que a assinatura da joint venture ocorra no segundo trimestre de 2012, após realização de auditoria legal e conclusão das negociações finais.

Da redação

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

O que são ampères, watts, volts e ohms?

As três unidades mais básicas em eletricidade são: tensão (V), corrente (I) e resistência (R). A tensão é medida em volts, a corrente é medida em ampères e a resistência é medida em ohms.
 
 
Uma analogia natural para ajudar a entender estes termos é um sistema de canos hidráulicos. A tensão é equivalente à pressão da água, a corrente é equivalente à taxa de vazão, e a resistência seria o tamanho do cano.

Há uma equação básica em engenharia elétrica que mostra como os três termos se relacionam. Ela diz que a corrente é igual à tensão divida pela resistência.

I = V/R

Vejamos como esta relação se aplica a sistemas hidráulicos. Digamos que você tem um tanque de água pressurizada ligado a uma mangueira que você usa para regar seu jardim.

O que acontece se você aumentar a pressão no tanque? Provavelmente você pode adivinhar que isto fará com que mais água saia da mangueira. O mesmo é verdade num sistema elétrico: aumentar a tensão aumenta o fluxo de corrente.

Digamos que você aumente o diâmetro da mangueira e as conexões com o tanque. Provavelmente você pode adivinhar que isto também fará com que mais água saia pela mangueira. Isto é como diminuir a resistência em um sistema elétrico, o que aumenta o fluxo de corrente.

A potência elétrica é medida em watts. Num sistema elétrico a potência (P) é igual à tensão multiplicada pela corrente.

P = VI

A analogia da água ainda se aplica. Pegue uma mangueira e aponte para uma roda d’água, como as que eram usadas para girar pedras de moagem em moinhos d’água. Você pode aumentar a potência gerada pela roda d’água de duas maneiras. 
 
Se você aumentar a pressão da água saindo da mangueira, ela bate na roda d’água com muito mais força e a roda gira mais rápido, gerando mais potência. Se você aumentar a taxa do fluxo, a roda d’água gira mais rápido devido ao peso da água extra que bate nela.

Num sistema elétrico, aumentar a corrente ou a tensão resultarão em maior potência. Digamos que você tem um sistema com uma lâmpada de 6 volts conectada a uma bateria de 6 volts. A potência de saída da lâmpada é de 100 watts. Usando a equação acima, podemos calcular a corrente, em ampères, que seria necessária para ter 100 watts de uma lâmpada de 6 volts.

Você sabe que P = 100W, e V = 6V. Então você pode reorganizar a equação e resolver para I e substituir os números.

I = P/V = 100W / 6V = 16,66 ampères

O que aconteceria se você usasse uma bateria de 12 volts com uma lâmpada de 12 volts para ter uma potência de 100 watts?

100W / 12V = 8,33 ampères

Então este sistema produz a mesma potência, mas com a metade da corrente. Há uma vantagem em usar uma corrente menor para produzir a mesma potência. A resistência de fios elétricos consome potência, e a potência consumida aumenta conforme o aumento da corrente que passa pelos fios. 
 
Você pode ver como isto acontece fazendo uma pequena reorganização das duas equações. O que você precisa é uma equação para a potência em termos de resistência e corrente. Vamos reorganizar a primeira equação:

I = V / R pode ser reescrita como V = I R

Agora você pode substituir a equação para V na outra equação:

P = V I substituído para V teremos P = IR I, ou P = I2R

O que esta equação diz é que a potência consumida pelos fios aumenta se a resistência dos mesmos aumentar (por exemplo, se os fios ficam menores ou são feitos de um material menos condutivo). Mas ela aumenta drasticamente se a corrente que passa pelos fios aumentar. 
 
Então usar uma tensão mais alta para reduzir a corrente pode tornar sistemas elétricos mais eficientes. A eficiência dos motores elétricos também melhora com altas voltagens.

Esta melhora na eficiência é o que tem levado a indústria automobilística a adotar um padrão de alta voltagem. Os fabricantes de carros estão mudando dos atuais sistemas elétricos de corrente de 12 volts para um sistema elétrico de 42 volts. A demanda por eletricidade em carros tem aumentado constantemente desde que os primeiros carros foram produzidos. 
 
Os primeiros carros não tinham faróis dianteiros elétricos, usavam lanternas a óleo. Hoje, os carros têm milhares de circuitos elétricos, e os futuros carros irão demandar ainda mais potência. A mudança para 42 volts ajudará os carros a atenderem à maior demanda elétrica dos veículos sem ter que aumentar o tamanho dos fios e geradores para lidar com uma corrente maior. 
 

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Cemig estuda usar supercabos de energia elétrica em até quatro anos

Tecnologia, em desenvolvimento com a UFRJ e Cteep, será capaz de substituir até 12 cabos tradicionais por um único supercondutor

Da redação
 
Crédito: DavidRTyner/Getty Images

A mineira Cemig está desenvolvendo um protótipo de um cabo supercondutor de energia elétrica capaz de substituir de nove a doze cabos tradicionais, segundo o engenheiro de tecnologia e normalização da empresa, Carlos Alexandre do Nascimento.

O projeto de pesquisa e desenvolvimento (P&D), orçado em R$ 13 milhões, é realizado em parceria com a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRJ), a transmissora Cteep e duas empresas do grupo Cemig - Taesa e TBE. A ideia é dominar a tecnologia dos supercabos - que já estão em fase pré-comercial em países como os Estados Unidos e a China.

No Brasil, segundo a Cemig, a tecnologia está prevista para começar a ser testada em campo em 2016. O protótipo será implantado em uma subestação de energia de 69KV na área de concessão da empresa mineira.

Benefícios
Os supercondutores de energia elétrica têm com finalidade reduzir as interrupções no fornecimento de energia elétrica, garantir a eficiência energética e diminuir a poluição visual nos grandes centros urbanos.

Como apenas um único condutor trifásico, o novo cabo será capaz de substituir mais de uma dezena dos cabos tradicionais, promovendo uma redução nos circuitos da rede e, consequentemente, possibilitando o aumento da capacidade de transmissão de energia e da segurança.

“A tecnologia de supercondutores irá promover mudanças conceituais e melhoria operacional expressiva no setor elétrico nacional”, garante o engenheiro Carlos Alexandre. “A previsão é de que o CSC trifásico seja utilizado em escala industrial ainda nesta década”.

Segundo a Cemig, o primeiro ano da pesquisa contemplará a ampliação da infraestrutura dos laboratórios da UFRJ; o segundo e o terceiro ano abordam o desenvolvimento do projeto e a montagem do protótipo; o quarto ano, por sua vez, marcará a implementação do supercondutor em campo.

De acordo com o coordenador do projeto, professor Marcelo Neves, todo esse processo irá garantir a redução do gap tecnológico do Brasil, que é de cerca de 15 anos frente aos países que já dominam a tecnologia dos cabos supercondutores. “Nosso objetivo é obter o domínio nacional da tecnologia do CSC”, projeta.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

PCH: ampliação autorizada em SC

Da Agência Ambiente Energia – A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou o projeto básico de ampliação da pequena central hidrelétrica Pery, situada no rio Canoas, em Curitibanos (SC). 

 
Com a obra, a usina ganhará duas novas turbinas com 12,8 MW cada, passando dos atuais 4,4 MW de capacidade instalada para 30 MW.

A autorização foi divulgada na última terça-feira, 3 de janeiro, pela diretoria de Relações com Investidores da Celesc, empresa responsável pelo empreendimento, por meio da Celesc Geração.

A expansão representa uma elevação de 581% na capacidade geradora da PCH Pery e de 31,55% na capacidade geradora da Celesc Geração (dos atuais 81,15 MW para 106,75 MW). 

A obra prevê a inserção das duas unidades geradoras adicionais, com a preservação da casa de força existente.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

PDE: Oferta nacional de energia elétrica deve chegar 867,3 TWh em 2020

Da Redação

O Plano Decenal de Expansão de Energia 2020 (PDE 2020) aprovado pelo Ministério de Minas e Energia esta semana indicou que o consumo final energético crescerá de 237,7 milhões tep em 2010 para 372 milhões tep em 2020, correspondendo a uma taxa anual média de crescimento de 5,3%. 
O investimento total requerido para suprir a demanda energética esperada é da ordem de R$ 1.019 bilhões.

Energia elétrica
Segundo o plano, a oferta interna de energia elétrica passará de 571,6 terawatts-hora (TWh) em 2011 para cerca de 867,3 TWh em 2020, elevando a oferta interna per capita de 2.959 kWh/hab para 4.230 kWh/hab.

Nos próximos dez anos, serão investidos R$ 236 bilhões em oferta de energia elétrica. De acordo com o PDE, grande parte dos investimentos em geração refere-se a usinas já concedidas e autorizadas, entre elas, as usinas com contratos assinados nos leilões de energia nova. 
Os empreendimentos de geração ainda não concedidos ou autorizados serão responsáveis por R$ 190 bilhões em investimentos.

O PDE também pervê que o sistema isolado de Manaus/Amapá será conectado ao subsistema Norte a partir de julho de 2013. Já a interligação Manaus – Boa Vista integrará o estado de Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN) em janeiro de 2015.

O segmento de transmissão receberá investimentos de R$ 46 bilhões até 2020, assegurando o crescimento do intercâmbio de energia elétrica entre as regiões do país.

Óleo e gás
A produção de petróleo e gás natural será expandida em 196,5% e 197,1%, respectivamente. Até 2020, o país deverá contar com a adição de 450 km de gasodutos à rede existente.

Segundo o PDE, os investimentos em exploração, produção e oferta de petróleo e gás natural serão da ordem de R$ 686 bilhões no período.

Biocombustíveis
De acordo com o plano, a demanda de biocombustíveis líquidos apresentará crescimento médio anual de 9,6% para o etanol e 4,7% para o biodiesel nos próximos dez anos.

FA