terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Cemig estuda usar supercabos de energia elétrica em até quatro anos

Tecnologia, em desenvolvimento com a UFRJ e Cteep, será capaz de substituir até 12 cabos tradicionais por um único supercondutor

Da redação
 
Crédito: DavidRTyner/Getty Images

A mineira Cemig está desenvolvendo um protótipo de um cabo supercondutor de energia elétrica capaz de substituir de nove a doze cabos tradicionais, segundo o engenheiro de tecnologia e normalização da empresa, Carlos Alexandre do Nascimento.

O projeto de pesquisa e desenvolvimento (P&D), orçado em R$ 13 milhões, é realizado em parceria com a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRJ), a transmissora Cteep e duas empresas do grupo Cemig - Taesa e TBE. A ideia é dominar a tecnologia dos supercabos - que já estão em fase pré-comercial em países como os Estados Unidos e a China.

No Brasil, segundo a Cemig, a tecnologia está prevista para começar a ser testada em campo em 2016. O protótipo será implantado em uma subestação de energia de 69KV na área de concessão da empresa mineira.

Benefícios
Os supercondutores de energia elétrica têm com finalidade reduzir as interrupções no fornecimento de energia elétrica, garantir a eficiência energética e diminuir a poluição visual nos grandes centros urbanos.

Como apenas um único condutor trifásico, o novo cabo será capaz de substituir mais de uma dezena dos cabos tradicionais, promovendo uma redução nos circuitos da rede e, consequentemente, possibilitando o aumento da capacidade de transmissão de energia e da segurança.

“A tecnologia de supercondutores irá promover mudanças conceituais e melhoria operacional expressiva no setor elétrico nacional”, garante o engenheiro Carlos Alexandre. “A previsão é de que o CSC trifásico seja utilizado em escala industrial ainda nesta década”.

Segundo a Cemig, o primeiro ano da pesquisa contemplará a ampliação da infraestrutura dos laboratórios da UFRJ; o segundo e o terceiro ano abordam o desenvolvimento do projeto e a montagem do protótipo; o quarto ano, por sua vez, marcará a implementação do supercondutor em campo.

De acordo com o coordenador do projeto, professor Marcelo Neves, todo esse processo irá garantir a redução do gap tecnológico do Brasil, que é de cerca de 15 anos frente aos países que já dominam a tecnologia dos cabos supercondutores. “Nosso objetivo é obter o domínio nacional da tecnologia do CSC”, projeta.