quinta-feira, 28 de junho de 2012

Estudo da Abinee coloca preço solar entre R$242 e R$407 por MWh

Análise aponta que, no curto prazo, valor poderia ir para casa dos R$125 por MWh
Por Natália Bezutti

Crédito: getty













A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), por meio de seu Grupo Setorial Fotovoltaico, apresentou em Brasília um estudo para a inserção da geração solar na matriz brasileira. 

O documento busca atacar de frente uma das principais resistências que persistem contra o uso da fonte, que é o alto custo da geração.

O material, elaborado com apoio das consultorias LCA e PSR, aponta que esses valores estão caindo rapidamente e que, mesmo hoje, já estão em patamares muito abaixo que era especulado no mercado. 

Simulações apontariam que, no caso de construção de usinas que vendessem toda a energia gerada em contratos de 25 anos, o valor de comercialização poderia ficar entre R$242 a R$407por MWh. A variação se deve à alteração nas taxas de retorno ou nos sistemas de amortização do financiamento.

A tendência, ainda segundo a Abinee, seria uma continuidade da redução de custos "no curto prazo", o que poderia fazer com que as regiões do País com melhor irradiação solar atingissem, em cerca de dez anos, um custo de produção de R$125 por MWh.

A sugestão da entidade, que reúne mais de 140 empresas interessadas em investir em energia solar no Brasil, é de que o governo realize um leilão de contratação de usinas solares para alavancar o setor. 

A ideia é que, com isso, o País se tornaria "uma vitrine", principalmente em meio à desaceleração dos Estados Unidos e da Europa.

"Os investidores globais estão se posicionando fortemente e a curva de aprendizado do setor é altamente acelerada. Neste ambiente, o Brasil corre o risco de perder a oportunidade de se posicionar como um ator dentro de uma indústria altamente estratégica", analisa o estudo.

Microgeração
Em parelalo, é sugerida a criação de incentivos também para a geração distribuída, recentemente aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). As propostas incluem financiamentos por BNDES, Fundo Clima e Caixa de linhas para consumidores comprarem painéis fotovoltaicos. 

Agentes comercializadores também poderiam entrar no esquema, ao intermediar o crédito e instalar os sistemas. O preço seria de, em média, R$10 mil para residências médias.

Na análise de regiões propícias para a fonte, aparecem o Oeste dos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Bahia; todo o Piauí; o leste de Tocantins, Maranhão e Goiás; além da faixa de sertão de Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.

O custo da produção por placas solares já seria competitivo com o valor cobrado por diversas distribuidoras, como Energisa MG, Chesp, Celtins, AMpla, Cemar, Cemig, Coelba, Cemat, Coelce e Enersul.

Potencial
O estudo aponta que, no final de 2011, havia cerca de 69GW solares instalados no mundo. No Brasil, seriam cerca de 31,5MWp, sendo 30MWp em sistemas não conectados à rede. 

Em contribuição ao Plano Decenal de Energia, a Abinee sugere que sejam contratados 2GW da fonte no País até 2020, como meio de dar início ao desenvolvimento do setor.

O material apresentado pela associação que reúne a indústria foi patrocinado por 44 empresas que fazem parte do Grupo Setorial Fotovoltaico. 


terça-feira, 26 de junho de 2012

Vantagens da bioenergia para o desenvolvimento rural

Itaipu Nacional apresentou experiência com a produção de biogás no espaço AgroBrasil, no Píer Mauá, na Rio+20. 

As vantagens da bioenergia para o desenvolvimento rural e brasileiro foram abordadas durante seminário, na sexta-feira (22), no espaço AgroBrasil, liderado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), no Pier Mauá, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. 


A apresentação da Itaipu Binacional sobre a produção de biogás no Condomínio Agroenergia em Ajuricaba/RS, que deu autonomia energética aos produtores rurais a partir dos dejetos da produção agropecuária, virou referência no País em energia sustentável.

"Produzir energia através dos excedentes da produção com o clima tropical como o brasileiro é uma vantagem competitiva que poucos países têm disponível no mundo", disse o Superintendente de Energias Renováveis da empresa, Cícero Bley Jr. Segundo ele, o País tem condições de transformar resíduos/dejetos em energia com baixo custo e gerar desenvolvimento rural para algumas regiões.

O projeto do Condomínio de Agroenergia, em Ajuricaba, no Rio Grande do Sul, foi o modelo apresentado pela Itaipu. Um grupo de mais de 30 agricultores familiares, voltados principalmente à pecuária leiteira, suinocultura e cultivo de milho foram beneficiados com a produção de energia elétrica a partir do biogás, com dejetos da agropecuária das propriedades.

"A instalação de biodigestores e de alguns quilômetros de gasodutos entre as propriedades, com uma microcentral termoelétrica a biogás, foi a infraestrutura necessária para promover autonomia elétrica para esse núcleo rural", disse Bley. 

O biogás gerado ainda pode ser utilizado para outros fins, como aquecimento de água e armazenamento de leite, com o objetivo de aumentar a eficiência da produção dos agricultores.

O professor da Universidade Federal de Viçosa (MG), Aziz da Silva, falou sobre os avanços do programa brasileiro com biodiesel. "O País conseguiu implantar cerca de 60 unidades espalhadas em várias regiões. 

O biodiesel tem se baseado na cultura da soja, porque é uma cadeia mais organizada, mas temos inúmeras outras que estão sendo trabalhadas", referindo-se à mamona, palma, amendoim e girassol, entre outras. No entanto, segundo o palestrante, ainda falta distribuir melhor os recursos de pesquisa. 

"Temos capacidade para produzir muito mais e, ainda, incluir mais outras 100 mil famílias que já fazem parte da produção de biodiesel", destacou Aziz.

O seminário foi encerrado com o palestrante da UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), Luiz do Amaral, que lembrou a capacidade do etanol de reduzir em cerca de 90% os gases de efeito estufa, em todo o ciclo da produção, comparado à gasolina. 

"O ciclo do etanol de cana-de-açúcar é um instrumento para a economia de baixo carbono. A energia e a bioeletricidade ainda substituem o petróleo e seus derivados, a exemplo das novas embalagens plásticas feitas com o bagaço da cana", disse.

Fonte: sonoticias 

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Uso de energias renováveis deve aumentar até 2016 no Brasil

O uso de energias renováveis no Brasil ainda é incipiente, mas deve aumentar até 2016. Esta é a avaliação de Osvaldo Livio Soliano, diretor do Centro Brasileiro de Energia e Mudança do Clima (CBEM), que fará palestra no III Fórum Brasileiro de Energia, em Foz do Iguaçu/PR, que teve início no o dia 1 de junho (segunda-feira). 




Ele explica que os recentes leilões desta modalidade devem elevar entre 8% e 10% somente o uso da energia eólica no País nos próximos anos. Hoje este índice fica próximo de 2%.

Soliano destaca também que o uso da energia eólica tem baixo custo e, por isso, é competitiva no mercado. 

Mas na visão do palestrante, o essencial seria a implantação de pequenos cata-ventos nas residências e pequenas empresas para propagar a energia limpa, assim como já ocorre em alguns lares brasileiros com a energia solar.

 “Mesmo que a utilização da energia solar apresente um baixo percentual, o Brasil já avançou muito nesta área e deve intensificar ainda mais nos próximos anos”, afirma o diretor.

O tema “Crescimento e perspectivas da participação das energias renováveis e o mercado energético”, que será apresentado por Soliano, tem como base a Resolução Normativa Nº 482 de 17 de abril deste ano da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que estabelece as condições gerais para o acesso de microgeração e minigeração distribuídas aos sistemas de distribuição de energia elétrica e o sistema de compensação de energia elétrica.

O III Fórum Brasileiro de Energia, que acontece entre os dias 11 e 13 de junho no Hotel Viale Cataratas (Rod. das Cataratas, 2420 - Km 2,5 - Vila Iolanda), no município de Foz do Iguaçu/PR, busca contribuir para a criação de um ambiente que promova relações comerciais sustentáveis, incorporando a difusão de políticas e programas que visem o uso eficiente dos recursos energéticos e suas formas renováveis. 

O evento tem como público alvo empresários, concessionárias, reguladores, departamentos de serviços de governos, federações, fabricantes de equipamentos, agentes financeiros, instituições de ensino e pesquisa.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

BNDES negocia entrada no capital da Renova Energia

Companhia investe em fontes limpas, principalmente parques eólicos
Por Luciano Costa


A Renova Energia anunciou ao mercado na noite de sexta-feira (1/6) que está em negociações com o braço de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDESPar). 

Segundo comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o banco deve entrar no capital da companhia mediante uma subscrição privada de ações.

Se fechada, a transação será feita por meio da emissão de Units da companhia, com um aumento de capital de R$315 milhões. O valor de cada papel será de R$28. 


A operação, uma vez terminadas as negociações, terá de ser levada ao Conselho de Administração da empresa e os acionistas serão informados sobre as condições para exercício de preferência no aumento de capital.

A Renova foi fundada em 2001 e investe em fontes renováveis de energia, com foco em pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e, principalmente, parques eólicos. 

A companhia tem três PCHs no extremo Sul da Bahia, com 48,1MW em potência instalada, além de 29 usinas eólicas contratadas em leilões realizadas pelo governo. 

Essas usinas a vento, todas também na Bahia, somam 668,4MW em potência instalada.

No ano passado, a companhia fechou acordo estratégico com a Light. 

A concessionária, controlada pela mineira Cemig, agora tem 25,9% do capital total da Renova e é uma das controladoras. 

A empresa de energia limpa ainda tem como acionistas RR Participações, InfraBrasil, FIP Caixa Ambiental e FIP Santa Bárbara.