segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Copa do Mundo - Iluminação pública traz oportunidades de mercado

Copa do Mundo e Olimpíada deverão iniciar movimento de substituição de lâmpadas no país
O nível de eficiência econômica das lâmpadas que utilizam o diodo emissor de luz (Led) já é competitivo no Brasil. Segundo Carlos Eduardo Uchôa Fagundes, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Iluminação (Abilux), a fabricação do Led hoje é bastante concentrada e passa por escala mundial, mas o custo-benefício do produto já pode viabilizar a produção no país, especialmente no  que se refere à iluminação pública, que necessita de lâmpadas de alta durabilidade.
Enquanto uma lâmpada incandescente dura aproximadamente mil horas e uma fluorescente pode chegar a 10 mil horas, a Led vai de 25 mil a até 100 mil horas — neste último caso, a longevidade foi obtida em laboratório em condições ideais, diz o diretor-executivo da Abilux Marco Martins Poli. O executivo afirma que um dos fatores que afetam a durabilidade é o liga-desliga, e no caso da iluminação pública calcula em cerca de 60 mil horas a vida útil da Led. No dia a dia das residências, essa durabilidade cairia pela metade. Outra vantagem destacada é não ter mercúrio e não produzir calor. 
Para Poli, a nacionalização do produto pode se dar por etapas, com parte da produção local, mas deve ganhar outra escala com a fabricação de semicondutores no país. De acordo com o Plano Nacional de Iluminação, está previsto o estudo direcionado à etiquetagem de lâmpada Led no país em 2011, informou o Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial
(Inmetro).
O plano engloba a área de normas técnicas, desenvolvimento e tecnologia, conquista de novos mercados e treinamento, e deve dar um novo fôlego à produção brasileira, na avaliação de Uchôa Fagundes. “Toda a América Latina é mercado para nós. Também temos espaço nos Estados Unidos, na Europa e no Oriente Médio.”
Para Uchôa, com o aquecimento do mercado e o surgimento de novas tecnologias, muitas empresas têm manifestado o interesse em instalar fábricas no Brasil, inclusive retornando do mercado chinês. “O Brasil tem algumas vantagens econômicas, mão de obra especializada e um mercado potencial fantástico, alavancado pela Copa do Mundo e pelas Olimpíadas.”
O presidente da Abilux destaca ainda que considera positiva a chegada de novos concorrentes no mercado brasileiro. “Eu acho uma concorrência muito mais saudável que um produto que antes era importado de outros países, às vezes até mesmo de forma irregular, passe a ser fabricado aqui com os mesmos custos de matéria-prima, logística e infraestrutura.”
Fonte: Brasil Econômico - Autor: Priscila Machado