quinta-feira, 21 de outubro de 2010

China é o país mais atraente para investimentos em energia renovável, aponta estudo

Análise da Ernst & Young afirma que país ultrapassou os Estados Unidos devido aos fortes incentivos do governo na área.
Da redação



A China deixou para trás os Estados Unidos e aparece hoje como o mercado mais atraente para investidores interessados em fontes renováveis de energia.
A conclusão é do estudo Renewable Energy Country Atractiveness Indices, publicado pela consultoria Ernst & Young. A companhia destaca que os chineses entraram para o informe, publicado trimestralmente, no final de 2004 e, desde então, escalaram rapidamente o ranking rumo às primeiras posições. No último relatório, divulgado em junho, o país já estava praticamente empatado com os Estados Unidos na primeira colocação.
A análise destaca que o avanço progressivo do país foi favorecido pelo "apoio incondicional de seu governo" ao desenvolvimento da energia limpa. Também são colocados como fatores importantes o forte compromisso da indústria local com a causa e o potencial dos recursos naturais do país.
Ao mesmo tempo, os Estados Unidos ajudaram os chineses ao perder pontos no índice após atraso na entrada em vigor de um fundo prometido para o incentivo às fontes renováveis. A Ernst & Young prevê uma desaceleração na construção de novos empreendimentos no país. A possibilidade de queda é atribuída ao iminente vencimento de um programa de subsídios do Tesouro às renováveis, que termina em dezembro. Segundo a consultoria, não há sinais seguros de que a medida vá ser prolongada, o que causa incertezas nos investidores.
Outros mercados consagrados para as fontes de energia limpa também perderam pontos na última edição do estudo. A Espanha, por exemplo, aparece na oitava posição e é apontada como um país que mostra "sinais de debilidade" no potencial de investimentos. O resultado é atribuído às atuais discussões sobre as tarifas pagas à energia fotovoltaica e mudanças nos regimes de subsídios. A Ernst & Young afirrma que o cenário tem um efeito prejudicial significativo para os espanhóis, refletindo o crescente risco regulatório para os aportes de recursos.
A Alemanha também perdeu uma posição na lista depois de anunciar cortes nas tarifas remuneradoras de usinas solares fotovoltaicas, estabelecidas para frear a implantação de novas plantas após uma expansão massiva do setor na primeira metade do ano. A Índia também perdeu pontos or ter exigido o uso de equipamentos locais em seu plano de investimento solar. Para os consultores, a medida pode fracassar devido à falta de capacidade desses fabricantes indianos para atender a demanda interna, o que tornaria difícil o país cumprir seus ambiciosos planos na área solar.
Por outro lado, Austrália, Japão e Nova Zelândia avançaram devido à aplicação de políticas públicas para reduzir as emissões de carbono, o que torna o ambiente nesses países mais favorável ao desenvolvimento de empreendimentos de energia limpa.