segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Bahia oferece facilidades a investidores para montar complexo eólico no Estado

Governo quer atrair fábricas de geradores, pás, torres e outras empresas ligadas ao setor
Por Luciano Costa

Após surgir nos últimos leilões de energia como um dos Estados mais procurados pelos investidores do setor eólico, a Bahia trabalha para aumentar ainda mais sua participação nesse mercado O governo do Estado pretende montar, na região do Pólo Industrial de Camaçari, um complexo eólico que incluiria, além das fábricas de turbinas, produtores de outros componentes, como pás e torres. Empresas de outros ramos ligadas ao setor também estão no alvo, como prestadores de serviço em logística e transportes.
"Estamos atuando em diversas frentes. O objetivo inicial é desenvolver aqui um cluster específico para energia eólica. Queremos uma área bem caracterizada para esse negócio, de onde o equipamento (aerogerador) já saia praticamente pronto", revela o assessor especial da secretaria de indústria, comércio e mineração da Bahia, Rafael Valverde. Para tornar o objetivo realidade, foi reservada uma área de 2 milhões de m² para a instalação desses empreendimentos.
O executivo do governo baiano afirma que estão em andamento conversas com quatro fabricantes de equipamentos, entre elas "empresas importantes", mas que não querem ter seu nome revelado neste estágio. Valverde, porém, adianta que uma das negociações que estão "bastante avançadas" é com a espanhola Gamesa, que atua na produção de aerogeradores.
Para seduzir os investidores, a aposta do Estado é no oferecimento de uma infraestrutura completa. Valverde afirma que a proposta apresentada às empresas inclui o comprometimento do governo de entregar todas a parte de urbanização, com serviços de energia elétrica, gás natural, água e rede de esgoto, prontas para os interessados. Além disso, ainda estão na pauta benefícios fiscais. Por meio do programa "Desenvolve", os baianos oferecem descontos e facilidades no pagamento do ICMS.
"Estamos apostando muito no desenvolvimento do cluster como uma atividade que vai agregar valor em nossa cadeia produtiva, e não só no desenvolvimento dos parques eólicos em si", explica o assessor do governo. Valverde lembra que a francesa Alstom está acertando os últimos estudos e deve iniciar em 2011 a fabricação de aerogeradores no estado.
"Hoje, os protocolos de intenção assinados na área de energia eólica entre o Estado e investidores estão em R$20 bilhões", destaca Valverde. O executivo afirma que os valores incluem os aportes previstos para parques eólicos no estado - incluídos aí os que já venderam energia em leilões e os que ainda são apenas projeto - e para a instalação de fábricas locais.