segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Sem indústria nacional, banda larga via energia elétrica não decola no Brasil


A AES Atimus, empresa que reuniu as operações da AES Com Rio e AES Eletropaulo Telecom, que faz um piloto com a tecnologia PLC, admite que não consegue expandir a iniciativa porque todos os equipamentos utilizados na oferta são importados.
"É um custo excessivo. Hoje, o PLC sofre porque não há uma cadeia de produção nacional. Era preciso uma união para reverter esse cenário", afirmou a diretora geral da AES Atimus, Teresa Vernaglia.
A empresa conduz um projeto piloto com PLC (Power Line Communications), tecnologia que permite o acesso à banda larga via rede elétrica, há um ano na cidade de São Paulo. A iniciativa está em três bairros de classe média alta paulista: Jardins, Moema e Pinheiros. São 300 edíficios conectados, mas em função do alto custo do projeto, não há, neste momento, o plano de ampliar essa oferta.
"Infelizmente todo o custo de oferta do PLC é muito elevada. Conseguimos a opção de ex-tarifário para todos os equipamentos, mas sem escala, sem uma produção local, o projeto perde para, por exemplo, a oferta de banda larga via rede FTTH (fiber to the home) ou pela ultrabandalarga, que já tem uma produção local de dispositivos", explicou Teresa Vernaglia.
Segundo ela, para o PLC expandir seria necessário uma ação conjunta das distribuidoras interessadas na oferta - AES, Copel, Cemig, Eletronorte, entre outras, do governo - que poderia usar o PLC para ampliar o Programa Nacional de Banda Larga, e a iniciativa privada - indústria. "É o momento de sentarmos e negociar porque o PLC oferece conexões de 15 Mbits. É uma opção real. Técnicamente ela é viável, o problema é ecônomico", acrescentou a executiva da AES Atimus.
Nesta terça-feira, 30/11, a fusão das empresas AES Com e AES Eletropaulo foi comunicada ao mercado. A fusão determinará um investimento de R$ 400 milhões nos próximos cinco anos. Na nova estrategia, a AES Atimus também muda a sua forma de atuação e passa a competir pelo mercado corporativo com as operadoras. Mas mantém a linha de não prestar serviço para o cliente residencial.
"No segmento empresarial, vamos ao mercado para atender a demanda. Vamos vender agilidade, rapidez na ativação de um link, mas não temos o intuito de disputar o cliente residencial com as operadoras. Não é o nosso escopo", completou Tereza Vernaglia.

Fonte: www.convergenciadigital.uol.com.br