quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Chapecó (SC) terá centro científico para produção de energia alternativa

Chapecó deve ganhar um centro científico e tecnológico para a produção de energia alternativa. O projeto prevê a instalação de uma fábrica de painéis solares e de uma central fotovoltaica utilizando tecnologia de Portugal. 
 


O acordo para a construção do centro foi firmado durante o Fórum Sustentar, que ocorreu entre 17 e 19 de novembro na cidade de Moura, em Portugal. Um protocolo de intenções também foi assinado e prevê a transferência da tecnologia para o Brasil.

A tecnologia é utilizada para desenvolver painéis fotovoltaicos, que transformam a energia solar diretamente em elétrica. Diferentemente dos painéis térmicos já utilizados no Brasil e que, normalmente, servem apenas para o aquecimento de água.

Os reitores das instituições públicas de ensino e pesquisa que apoiam o projeto devem se reunir em Chapecó em 10 de dezembro para assinar a constituição e o estatuto do centro.

Atualmente, um centro científico e tecnológico já funciona em um escritório na cidade. Com o projeto, ele se tornará um complexo com laboratório e duas fábricas. O local que receberá as estruturas ainda não foi definido.

Recursos federais
De acordo com o deputado federal Pedro Uczai (PT) — que esteve no Fórum Sustentar —, não haverá gastos com a transferência da tecnologia, somente com as despesas dos técnicos e engenheiros que virão de Portugal e com a compra de equipamentos. Ele afirma que os recursos serão repassados pelo governo federal.

O Ministério da Ciência e Tecnologia já liberou R$ 1 milhão para a construção do centro, e ainda poderá liberar mais R$ 1 milhão.

O deputado explicou que a maior parte dos equipamentos deve vir de Portugal, mas há a possibilidade de que alguns sejam construídos no Brasil.

Parcerias
A Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) apoia o projeto. O vice-reitor Antônio Heronaldo de Sousa esteve no fórum em Portugal e diz que a Udesc irá colaborar fornecendo mão de obra capacitada para desenvolver a tecnologia. “Temos vários cursos, como as Engenharias, em Joinville, e Geografia, em Florianópolis, que poderão participar ativamente deste projeto”.

Além da Udesc, estão entre as instituições de ensino e pesquisa que participam da iniciativa: Embrapa; Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS); Instituto Federal de Educação (IF-SC); Universidade do Oeste de SC (Unoesc); Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó); Celer Faculdades; Universidade do Contestado (UnC); e Universidade Alto Vale do Rio do Peixe.

Uczai informou que haverá também a participação privada e que pelo menos quatro grandes empresas europeias, que já têm fábricas e desenvolvem esta tecnologia, têm interesse em investir no Brasil.

Energia social
Técnicos e engenheiros da Caixa Econômica Federal já trabalham para que as próximas casas que forem construídas para o projeto Minha Casa, Minha Vida venham com um sistema de energia solar, com painéis térmicos. Provavelmente isso estará valendo já para as próximas unidades.

Segundo o deputado Uczai, com a incorporação da tecnologia vinda de Portugal e a instalação das fábricas no Brasil, este serviço deve ser ampliado, ficando mais acessível para as família de baixa renda.

O deputado explicou que como essa tecnologia converte diretamente a energia solar em elétrica, atende as necessidades do local que a possui, indo além do simples aquecimento da água, promovendo uma economia maior.