quarta-feira, 2 de junho de 2010

Prevenção de Acidentes em Eletricidade !


Quando se trata de medidas preventivas de choque elétrico, torna se obrigatório consultar duas normas brasileiras: NBR 5410 da ABNT e a NR 10 da Portaria 3.214. 
A NBR 5410, intitulada de “Instalações Elétricas de Baixa Tensão”, fixa condições de segurança nas instalações com tensão até 1000 Volts em corrente alternada e de até 1500 Volts em corrente continua.
Já a norma regulamentadora NR-10 - Instalações e serviços com eletricidade, recomenda condições mínimas para garantir a segurança das pessoas, e estabelece critérios para proteção contra os riscos de contato, incêndio e explosão, dentre outros.
No ambiente de trabalho a responsabilidade dos serviços é do pessoal da manutenção, que detém grande experiência profissional no assunto, com isso a grande maioria dos trabalhadores se coloca na condição de usuário.
Na ótica do usuário devemos destacar alguns aspectos:
a) O zelo pela conservação das máquinas e aparelhos operados é fundamental para preservar as condições de segurança.
b) É importante deixar as máquinas ligadas somente o tempo necessário para o uso, além de econômico a possibilidade de acidentes esta relacionada com o tempo de funcionamento das máquinas.
c) Não deixar cair pequenos objetos, dentro das máquinas, líquidos e outros materiais que possam provocar curto-circuito.
d) Não utilizar improvisações, comunicar ao setor de manutenção qualquer irregularidade verificada nas máquinas e instalações.
REGRAS BÁSICAS
a) Utilizar materiais, ferramentas e equipamentos dentro das normas técnicas.
b) Para medição dos circuitos utilizar apenas os instrumentos adequados, como Multímetros, Voltímetros e Amperímetros, evitando as improvisações, que costumam ser danosas.
c) Para trabalhar em segurança é necessário primeiro saber a maneira correta de funcionamento da máquina, qual o tipo de serviço a ser realizado, observar bem o local de trabalho levantando as possíveis interferências que poderão causar algum dano.
d) Trabalhar sempre com o circuito elétrico desligado, utilizar placas de sinalização indicando que o circuito ou a máquina estão em manutenção, evitar o uso de anéis, aliança, pulseiras, braceletes e correntes.
e) Ao abrir chaves, não permanecer muito próximo para evitar o efeito do arco voltaico, sempre que realizar manobras em chaves seccionadora ou disjuntores pelo punho próprio de acionamento, utilizar luvas de PVC com isolamento de acordo com a classe de tensão do circuito a operar.
f) Na alta tensão, além de fazê-lo com o circuito desligado deve-se providenciar um aterramento múltiplo das 3 fases do circuito.
g) E nunca é demais lembrar: EM SE TRATANDO DE ELETRICIDADE A GRANDE ARMA DA PREVENÇÃO DE ACIDENTES É O PLANEJAMENTO.
A eletricidade não admite improvisações, ela não tem cheiro, não tem cor, não é quente nem fria, ela é fatal.
ATERRAMENTOS
 Denomina-se aterramento a ligação com a massa condutora da terra, os aterramentos devem assegurar de modo eficaz a fuga de corrente para a terra, propiciando as necessidades de segurança e de funcionamento de uma instalação elétrica.O valor da resistência de aterramento deve satisfazer às condições de proteção e funcionamento da instalação elétrica, de acordo com os esquemas de aterramento. 
Esquemas de Aterramento  
A NB-3 fixa os esquemas de aterramento. Para classificar os esquemas de aterramento é utilizada a seguinte simbologia: 
  •  A primeira letra representa a situação da alimentação em relação a terra
o T = um ponto diretamente aterrado. 
o I = isolação de todas as partes vivas em relação à terra ou aterramento de um ponto através de uma impedância. 
  •  A segunda letra representa a situação das massas da instalação elétrica em relação à terra
o T = massas diretamente aterradas, independente do aterramento eventual de um ponto da alimentação. 
o  N = massas ligadas diretamente ao ponto da alimentação aterrado (em CA o ponto aterrada é normalmente o neutro ); 
  •  Outras letras indicam a disposição do condutor neutro e do condutor de proteção
S = funções de neutro e de proteção asseguradas por condutores distintos. 
o C = funções de neutro e de proteção combinadas em um único condutor.( condutor PEN ) 
Esquema TN 
Este esquema possui um ponto de alimentação diretamente aterrado, sendo as massas ligadas a esse ponto através de condutor de proteção, são considerados 3 tipos de esquemas TN : 
o  TN-S, o condutor neutro e o de proteção são distintos 
o  TN-C-S, o condutor neutro e o de proteção são combinados em um único condutor em uma parte da instalação. 
o TN-C, o condutor neutro e o de proteção são combinados em um único condutor ao longo de toda a instalação. 
Esquema TT 
Este esquema possui um ponto de alimentação diretamente aterrado, estando as massas da instalação ligadas a eletrodos de aterramento eletricamente distintos do eletrodo de aterramento da alimentação. 
Esquema IT 
Este esquema não possui nenhum ponto de alimentação diretamente aterrado, somente as massas da instalação são aterradas. 
Ligações à Terra 
Os aterramentos podem ser ligados em conjunto ou separadamente, para finalidades de proteção ou funcionais de acordo com as exigências da instalação, no Brasil a maioria das instalações são separadas apesar da terra ser sempre terra, as concessionárias de força e de telefonia sempre exigem seus terras independentes, sem falar das companhias de informática que também querem o seu. Aterramentos separados causam diferença de potencial entre eles o que pode causar problemas na instalação, a NB-3 recomenda que seja instalado um condutor principal de equipotencialidade que reúna: 
  • condutor de proteção principal
  • condutor de aterramento principal
  • condutor de aterramento dos sistemas.
Eletrodos de aterramento
O tipo e a profundidade de instalação dos eletrodos de aterramento devem ser de acordo com as condições do solo, a eficiência de qualquer eletrodo depende das condições do local, o projeto deve considerar o desgaste do eletrodo devido a corrosão, aqui no Brasil os eletrodos mais usados são os do tipo Copperwel. Na instalação dos eletrodos deve tomar o cuidado do tipo de fechamento da malha se em triangulo ou linear, todos sabemos que para efeito de curto – circuito o fechamento linear é mais eficiente, para correntes de descarga atmosféricas o fechamento mais indicado é o triangulo. Mas como atender aos 2 casos se deve haver equipotencialidade entre os aterramentos ? É simples o que interessa a corrente de fuga é como ela vê o aterramento antes de sua chegada a malha, ou seja, os cabos de descida dos sistemas de pára-raios devem ser interligados em eletrodos que inicialmente possam propiciar fácil escoamento, ou seja as primeiras hastes devem estar interligadas na forma de triangulo, o restante da malha não interessa.
Fonte: Da Alcantara