Empresários viram oportunidade de mercado com a escassez do cimento
Por Natália Bezutti
De olho na expansão da matriz eólica brasileira, um grupo de empresários do setor de manufatura inaugurou em julho deste ano a MG Tower, fábrica de torres de aço para aerogeradores.
A planta, instalada no distrito industrial da cidade de Ibirité, próximo a Belo Horizonte (MG), recebeu investimento inicial de R$10 milhões e tem a capacidade de entregar 20 unidades por mês.
A oportunidade de entrar no negócio partiu de uma percepção da crescente demanda do setor e pela escassez de cimento para a produção de torres de concreto.
Segundo o diretor comercial da empresa e líder de projeto, Astolfo Azevedo, sempre houve dificuldade em se trabalhar com o insumo no Brasil, mas em decorrência do boom imobiliário e das competições esportivas que o País receberá nos próximos anos - a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas em 2016 - isso se agravou.
A empresa vê com otimismo o mercado, principalmente com os leilões de energia marcados para outubro deste ano. Azevedo diz que ainda não possui nenhum contrato fechado, mas já está trabalhando na prospecção de clientes e conversando as empresas do setor.
“Estamos prontos para fechar negócio, esperando nosso primeiro cliente”, aponta.
Sobre o preço das torres, que variam de 60 a 100 metros de altura, o diretor afirma não poder precisar, já que dependem das características dos aerogeradores. Mas estima que girem em torno de R$1 milhão a R$1,5 milhão.
Azevedo aponta que a grande vantagem da empresa para seus concorrentes será a possibilidade de vencer os desafios logísticos, diminuindo a distância ao montar uma fábrica próxima ao local de instalação das usinas.
“Aí é que está o segredo”.
Compensação
O diretor ainda destaca que a empresa trabalha com levantamento das emissões de CO2 em toda a cadeia produtiva das torres.
Esse carbono, então, é compensado com investimentos em projetos de créditos de CO2 e plantio de árvores.