sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Mercosul quer criar clusters eólicos regionais


Ideia é aproveitar expertise de cada país para aumentar a competitividade da região
Por Luciano Costa

Crédito: Divulgação



Na quinta e sexta-feira (16 e 17/8), autoridades de Brasil, Uruguai e Argentina se reúnem com agentes do setor de energia eólica em Porto de Galinhas, Pernambuco, para alinhar uma política regional para a geração a partir do vento. 

Uma das ideias que está na mesa é incentivar a criação de uma "integração produtiva" para fortalecer a indústria local de equipamentos para a fonte.

"De um lado você tem um processo em curso de integração elétrica, de redes, com nossos vizinhos. A questão é como fazer disso também uma oportunidade para a integração produtiva. 

Aproveitar para ter escala e aproveitar as expertises. Você tem empresas que atuam em vários países e com grande especialização em áreas como metalúrgica, elétrica, componentes", explica o diretor do departamento de competitividade do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Alexandre Comim. 

Segundo o representante do MDIC nas reuniões, " a ideia é que cada país contribua com aquilo que ele tem de melhor" dentro da cadeia produtiva eólica. Comim também comentou o grande avanço da energia do vento na região nos últimos tempos. 

"A Argentina é um país com um potencial eólico fabuloso, bem maior que o nosso. E o Uruguai tem um potencial razoável e está muito interessado em desenvolvê-lo".

A ideia agrada a Impsa Wind, empresa argentina que produz equipamentos em seu próprio país e em Pernambuco - e que já tem contratos de venda para Uruguai e Venezuela. 

"Políticas de interação produtiva a nível de Mercosul vão com certeza dotar a indústria eólica de um mercado muito mais interessante e permitir desenvolver uma competitividade que até agora não temos. 

A visão que a gente tem é que isso é muito importante", comenta o diretor geral da companhia, Emílio Guiñazú.

"Tem uma indústria muito desenvolvida no Uruguai e na Argentina que pode agregar componentes de alta competitividade às máquinas brasileiras e que hoje não está sendo usada", exemplificou o executivo. 

Para ele, uma integração permitiria que cada país produzisse os componentes em que é especializado, criando escala e reduzindo os custos.

Para Guiñazú, "essa política levaria a indústria a desenvolver ao máximo o potencial" por meio da criação de "clusters regionais baseados nas vantagens competitivdas de acada região".