quinta-feira, 7 de março de 2013

Busca por segurança energética não preocupa eólicos nos próximos leilões

Abeeólica aposta na competitividade da energia dos ventos
Por Wagner Freire

Crédito: Divulgação
O país enfrenta atualmente a situação do baixo nível dos reservatórios, o que vem sinalizando para o governo uma necessidade de contratar mais energia de reserva. 

Esse panorama deve refletir na estratégia do governo de realização de leilões. Desde 2005, a contratação era feita por preço e licitava-se o que era competitivo. 



Esta sistemática deverá ser revisada, no sentido de garantir uma segurança maior do suprimento.

Essa é a leitura que a presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Elbia Melo, faz para os próximos leilões de geração 

- o primeiro está previsto para ocorrer em maio. No entanto, uma pressão conjuntural para a necessidade de contratar mais térmicas para garantir uma segurança energética não preocupa fontes mais sazonais, como é o caso da geração a partir dos ventos.

"Nessa perspectiva, não achamos que o setor eólico vai perder; na realidade todos nós vamos ganhar. O setor eólico faz uma analise do que é bom para o setor elétrico como o todo. 

E o que é bom para o setor elétrico é que ele seja seguro e estável, seja do ponto de vista de suprimento, seja da regulação. 

Isso é bom para o setor elétrico; e o que é bom para o setor, é bom para a eólica. Principalmente porque a fonte é a segunda mais competitiva do País. 

A fonte eólica hoje só perde para grandes empreendimentos hidrelétricos. Então, qualquer mudança que seja feita [na contratação dos leilões], nós estamos sempre competitivos”, disse a executiva.

Elbia voltou a afirmar que o que aconteceu em 2012 deve ser esquecido . Falou que os preços praticados no leilão de dezembro não refletem a realidade do setor, portanto, não serve de parâmetro para tomadas de decisões.

"O cenário para 2013 é completamente diferente. Os mesmo três fatores que explicam 2012, que não foi muito bom do ponto de vista de investimento, mudam em 2013. 

Sabe-se que o PIB [Produto Interno bruto] será bem melhor; os excessos de contratos das distribuídas não existem mais. Sem contar que essa redistribuição relativa à Medida Provisória 579 deixou uma falta de energia no portfólio das distribuidoras. Isso já sinaliza para necessidade de realização de leilão", analisou.

"Governo sinaliza para pelo menos quatro leilões, sendo um leilão de energia de reserva. Este é um leilão muito bom para a fonte eólica. Estamos nos preparando para esses leilões. 

Temos um portfólio grande de projetos e estamos aptos a contribuir", completou, ao discursar em evento recente, realizado em São Paulo.