segunda-feira, 25 de março de 2013

Energia eólica, mercado de trabalho em alta



O recente anúncio por parte do governo de mais investimentos no setor de energia, ressaltando a atual capacidade de geração e transmissão no Brasil, soou de maneira positiva também no mercado de energia eólica. 

“Este segmento, que detém a tecnologia necessária para gerar energia renovável por meio da força dos ventos, viveu ótima fase em 2012 e continua apresentando boas perspectivas, inclusive em termos de contratações no mercado executivo”, afirma Leandro Bakaukas, consultor associado da Search Consultoria em Recursos Humanos.

Segundo a Eletrobrás, este ano serão colocados em operação 535,1 MW (megawatts) de geração eólica, o que representa um incremento de 30% na capacidade instalada desse tipo de energia renovável no País. Diante deste contexto, o mercado de trabalho no setor também deve ter expansão em 2013.

“Para atender a demanda crescente, a busca por executivos para a área industrial, em departamentos como de qualidade, manufatura e infraestrutura, aumentou. Houve ainda muitos processos de seleção para áreas de suporte, como finanças e supply chain”, diz Bakaukas.

A Search prevê que a procura por executivos no setor em 2013 deve continuar no mesmo ritmo ou até mais acelerado que em 2012. Algumas boas notícias reforçam as expectativas positivas. 

O BNDES acaba de liberar um financiamento de R$ 300 milhões para a construção de 15 parques eólicos na Bahia, que terão capacidade para gerar 386 MW (megawatts) e demandarão investimentos totais de R$ 1,4 bilhões.

Entram em operação em 2013 os complexos eólicos do Livramento (78 MW, RS); Miassaba 3 (68,5 MW, RN); Rei dos Ventos 1 e 3 (118,6 MW, RN); Casa Nova (180 MW, BA); Pedra Branca (30 MW, BA); São Pedro do Lago (30 MW, BA) e Sete Gameleiras (30 MW, BA).

Não é só o Nordeste que apresenta um cenário promissor, segundo o consultor da Search. Recentemente, a Secretaria de Energia de São Paulo lançou um mapa que mostra o potencial de geração de energia eólica no Estado. 

As cidades de Bauru, Campinas e Sorocaba, por exemplo, têm capacidade de atender 5 milhões de residências durante 12 meses, usando apenas a força do vento. 

“Isso deve contribuir para o aquecimento das movimentações no mercado executivo do setor, pois os investimentos devem gerar uma necessidade ainda maior de contratações de profissionais qualificados em todos os níveis e áreas”, analisa.

Na opinião do consultor, como o segmento ainda está em formação e carece de processos mais sofisticados, há profissionais que já saem na frente na conquista de uma vaga: 

“Quem apresentar experiência com alto nível de excelência operacional, souber trabalhar em projetos e atue seguindo as melhores práticas estará em vantagem”.

Search-No mercado desde 2007, a Search Consultoria em Recursos Humanos atua em diversos segmentos (industrial, financeiro, de tecnologia, bens de consumo, construção civil, farmacêutico, entre outros) e concentra sua expertise em Recrutamento de Executivos, Assessment (levantamento das habilidades dos executivos face ao conjunto de competências do cliente, identificação dos “gaps” em cada executivo avaliado e definição de um Plano de Desenvolvimento Individual), Mapeamento de Mercado e Coaching para executivos de empresas clientes.

Entre os diferenciais da empresa estão a equipe de consultores altamente qualificada e reconhecida no mercado, com atuação nas maiores companhias e consultorias do País, e a ética no relacionamento com clientes, candidatos, fornecedores e colaboradores. 

Para atender seus clientes com excelência também fora do País, a Search mantém aliança estratégica com empresas nos Estados Unidos, Argentina, Europa e Ásia.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Transformador verde ganha espaço na CPFL

Um dos maiores grupos privados do segmento, a CPFL tem investido desde 2006 na instalação de transformadores verdes em sua rede de distribuição. Além de alcançar eficiência operacional cerca de 30% maior do que um aparelho comum, o equipamento tem vida útil mais longa, permanece por menos tempo em manutenção e economiza matérias-primas como ferro, cobre, alumínio, madeira, porcelana e óleo. 

O transformador verde ainda consome óleo vegetal biodegradável, que não é inflamável na temperatura de operação de um transformador e se decompõe em 45 dias, diminuindo os impactos ao meio ambiente. 


A inovação recebeu prêmio Finep de Inovação 2012, na categoria Inovação Sustentável. "No início, quando estávamos estudando essa solução, o uso do óleo era seis a sete vezes mais caro que o tradicional, mas oferecemos a ideia à CPFL, que topou o desafio. 

Fomos construindo parceiras para viabilizar a tecnologia", diz José Mak, sócio da B&M, primeira empresa privada a se dedicar a projetos de P&D para o setor elétrico e que ajudou na solução usada pela CPFL. 

Um fornecedor de óleo de soja abriu uma unidade no interior de São Paulo, enquanto uma fabricante de bens de capital, a Itaipu Transformadores, aceitou participar da ideia e começou a produzir lotes sob as novas especificações. 

Hoje são pouco mais de cinco mil transformadores já instalados e a expectativa é de que esse número cresça ao longo dos próximos anos. 

O apelo ambiental se une à questão técnica: além de perdas menores, ele produz menos falhas que o tradicional e não pega fogo por usar óleo vegetal em vez de combustível. 

"A troca do óleo mineral pelo vegetal reduz também o risco de acidentes ambientais", diz o diretor de engenharia da CPFL Energia, Paulo Ricardo Bombassaro. 

A ideia é que, a partir desse ano, todos os novos transformadores adquiridos pela empresa, que tem oito distribuidoras no Brasil, sejam verdes. 

"Nossa rede é composta de cerca de 300 mil transformadores, cuja vida útil é de 20 anos, portanto a mudança completa levará algum tempo, mas a partir desse ano todos os novos transformadores comprados serão verdes." 


Hoje o transformador verde custa entre 5% a 10% mais que o tradicional, mas a expectativa é de que esse preço caia. 

"Como temos a decisão de trocar todos os nossos transformadores, isso deverá criar uma escala que pode reduzir ainda mais o custo dos equipamentos a partir desse ano", afirma o diretor. A CPFL também está atenta à energia solar. 

No fim do ano passado, entrou em operação a primeira usina solar do Estado de São Paulo, com 1,1 MW de potência instalada, resultado de um investimento de R$ 13,8 milhões. A intenção é conhecer mais essa fonte de energia, com grande potencial no Brasil. O projeto foi financiado com recursos de P&D da Aneel, da Finep e investimento da própria CPFL Renováveis. 

"Nosso investimento foi o primeiro a entrar em operação dos desenvolvidos pela chamada pública da Aneel sobre energia solar e queremos aprender com ele. A Alemanha tem cerca de 25 GW de energia solar instalada e nós também estamos estudando como a fonte ingressou lá", destaca. 

A empresa também se antecipa à revolução que as redes inteligentes de energia poderão trazer para os consumidores. Resolução da Aneel publicada em 2012 permite que o consumidor residencial que tiver excedente de geração de energia de fonte própria, como energia solar, possa acumular créditos para descontar da conta de luz elétrica a partir de 2013. 

O tema inclusive já foi tratado pela presidente da República, Dilma Rousseff, em seu programa "Café com a Presidenta" ano passado. 

Desde dezembro, a empresa mantém um site em que fornece informações para que os consumidores possam entender como funciona a regulação e o que devem fazer para se tornarem microgeradores. 

"Recebemos dois pedidos, um de um prédio residencial em Jundiaí, e um de uma casa em Ribeirão Preto, ambos interessados em instalar painéis fotovoltaicos e instalar medidores inteligentes para poderem fazer trocas com a nossa rede", comenta. 

A empresa ainda está analisando os projetos dos dois consumidores. 
(Valor Econômico)

ProAir distribui postes com captadores de energia eólica e solar


Produto custa R$9,8 mil e a durabilidade é de mais de 25 anos

Da redação

Crédito: Divulgação
A ProAir inicia neste mês a distribuição de postes autônomos que se utilizam energia fotovoltaica e eólica, indicados para iluminar rodovias, grandes áreas rurais e cidades. 

Os postes, de 7,5 metros, eliminam a conta de luz e possuem luminárias de 30W, 50W e 80W, equivalentes a luminárias convencionais de 220W, 400W e 650W de vapor metálico.


Com tecnologia híbrida, durante o dia, o poste capta a luz solar por meio de uma placa fotovoltaica, com capacidade de 85W, 140W ou 235W, armazenando a energia em uma bateria que fornece energia as lâmpadas de LED durante o período noturno. 

Já, o vento é captado de qualquer direção, durante 24 horas, por meio de uma turbina eólica cilíndrica de 80 centímetros de diâmetro e 40 centímetros de altura, com 16 aletas verticais. 

A bateria armazena a energia gerada pelos dois tipos de geradores, eólico e solar, e sua capacidade depende da aplicação, mas em aplicações de iluminação pública a bateria tem capacidade de 100 Ah a 200 Ah.

De acordo com Paulo Lira, diretor da ProAir, o objetivo desta solução consiste em diminuir o custo do poste pelo uso de uma placa fotovoltaica de menor tamanho e, portanto, mais barata, complementando a geração de energia com o sistema eólico.

Alguns modelos já estão em demonstração no Parque das Bicicletas e no Parque Siqueira Campos – Trianon, ambos em São Paulo. 

O projeto dos postes foi concebidos pela também brasileira ApoioWare Tecnologia.

A fábrica da ApoioWare tem capacidade inicial de produzir 200 postes por mês. O prazo de entrega é de 30 dias e o preço do produto é de R$ 9.800,00. A empresa estima que o ROI (retorno do investimento) é de dois anos. 

O tempo de vida útil do produto, segundo o fabricante, é de mais de 25 anos, com exceção das baterias, que devem ser substituídas periodicamente.

terça-feira, 19 de março de 2013

Projetos de inovação tecnológica em solar, smart grid e biomassa integram plano do Governo Federal

Setor de energia e de gás terão R$ 7 bi em recursos disponíveis, dos R$ 32,9 bilhões previstos
Maria Domingues
Do Progresso

O plano contém quatro linhas de financiamento a atividades                                                                                                             de pesquisa, desenvolvimento e inovação (Foto: Divulgação)
Projetos de inovação tecnológica em energia solar, smart grid, biomassa e exploração de gás não convencional poderão ser beneficiados pelo Plano Inova Empresa, lançado na quinta-feira pela presidente Dilma Rousseff. 

No total, o setor de energia e de gás - dois dos sete eixos do programa - deverão receber quase R$ 7 bilhões dos R$ 32,9 bilhões previstos.

O Plano está diretamente alinhado com os esforços da Finep (Agência Brasileira da Inovação), que participou diretamente da formulação de toda a proposta.

Parte destes recursos, cerca de R$ 3,3 bilhões, é destinada ao Plano de Inovação dos Setores Sucroenergéticos e Sucroquímicos (PAISS), já em execução, que tem entre os seus objetivos estimular iniciativas em gaseificação da biomassa.

Outra parcela, de R$ 2,4 bilhões, foi destinada ao Inova Energia, iniciativa conjunta de Finep, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e pretendem fomentar projetos em smart grids, transmissão de energia em ultra alta tensão, fonte solar e heliotérmica e veículos híbridos e eficiência energética veicular.

Na área de Petróleo e Gás, projetos para exploração do gás não convencional, como o shale gas, por exemplo, terão recursos de R$ 1,2 bilhão.

Divisão

O plano contém quatro linhas de financiamento a atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação (P,D&I): subvenção econômica a empresas (R$ 1,2 bilhão); fomento para projetos em parceria entre instituições de pesquisa e empresas (R$ 4,2 bi); participação acionária em empresas de base tecnológica (R$ 2,2 bi) e crédito para empresas.

Esta última, com disponibilidade de R$ 20,9 bilhões, oferecerá empréstimos com taxas de juros subsidiadas (2,5% a 5% ao ano), quatro anos de carência e 12 anos para pagamento. Os agentes executores são a Finep, vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), e o BNDES.

Somados os recursos próprios e as iniciativas conjuntas com outras instituições, a Finep vai operacionalizar cerca de 40% dos recursos anunciados, abrangendo modalidades como crédito e subvenção econômica, além dos financiamentos dedicados a instituições científico-tecnológicas.

“Com este Plano, o financiamento do Governo Federal para inovação tecnológica atingirá um patamar sem precedentes. 

Estamos dando um salto rumo à consolidação da ciência, tecnologia e inovação como eixo estruturante e sustentado da economia brasileira”, avalia o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, responsável pela articulação do Plano Inova Empresa junto aos demais ministérios envolvidos.



segunda-feira, 18 de março de 2013

Fontes renováveis responderão por 85% da matriz brasileira em 2020





Segundo o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia (MME), Altino Ventura, a hidroeletricidade, a biomassa e a energia eólica, somadas correspondem a 76,4% do total da expansão da capacidade instalada para os próximos 10 anos


O secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia (MME), Altino Ventura, afirmou durante o encontro empresarial entre Brasil e Finlândia, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que as fontes renováveis serão responsáveis por 85% da oferta de energia elétrica no ano de 2021 no Brasil.

“O Brasil é um grande laboratório na utilização de energias renováveis. 

Temos boas perspectivas de investimento para os próximos anos no setor e continuaremos o processo de diversificação da nossa matriz energética”, explicou Ventura.


Citando dados do plano decenal de energia 2021, o secretário lembrou que a hidroeletricidade, a biomassa e a energia eólica, que somadas correspondem a 76,4% do total da expansão da capacidade instalada para os próximos 10 anos, serão as prioridades do governo para ampliação da matriz de energia elétrica. 

Na ocasião, Ventura defendeu ainda as qualidades de fontes de energias menos poluentes. Segundo ele, além de competitivas e com baixa emissão de gases que colaboram com o efeito estufa, tais fontes possuem tecnologia nacional. 

“Por esse conjunto de razões, contamos com esse tipo de fonte para a próxima década”, avaliou.


No setor de energia elétrica, o Secretário aproveitou para apresentar à comitiva finlandesa o cenário de produção de energia elétrica no Brasil. 

"Da energia utilizada em nosso País, pouco mais de 90% é produção nacional. Em outras palavras, somos quase autossuficientes na produção de energia elétrica", afirmou. 


O potencial do mercado de energia eólica, que deve crescer nos próximos anos, também foi apontado como promissor. “Hoje, a eólica é uma fonte competitiva, com crescimento acelerado”, disse.

Da redação

Informação para entender uso da energia solar



energia solar 14 










O Instituto para o Desenvolvimento de Energias Alternativas da América Latina (Ideal) lança, no dia 26 de março, em São Paulo, o Simulador Solar e a Cartilha “Como faço para ter eletricidade solar em minha casa?”. 
Segundo a entidade, as ferramentas foram criadas com o objetivo de aproximar o público em geral dessa tecnologia.

Um dos motivadores foi a publicação da Resolução nº. 482, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que dá sinal verde para qualquer pessoa gerar sua própria eletricidade e injetar o excedente na rede, quando dentro das normas estabelecidas pela referida resolução e da distribuidora.

Os produtos foram desenvolvidos pelo Instituto Ideal com apoio da Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável, por meio Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH e Kreditanstalt für Wiederaufbau (KfW).

Já a cartilha tem ainda o apoio institucional da Aneel, Associação Brasileira de Energia Solar (ABENS), International Solar Energy Society (ISES), Escritório regional de Ciência para a América Latina e o Caribe da UNESCO e o Grupo Fotovoltaica da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

O evento de lançamento das duas ferramentas contará com a participação de Mauro Passos, presidente do Instituto Ideal; 
Ricardo Rüther, diretor do Ideal e professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); 
professor Roberto Zilles, do IEE/USP; 
Paula Scheidt, gerente de projetos do Instituto Ideal; Johannes Kissel, coordenador de energias renováveis da GIZ; 
Ramses Bermudez, responsável pelo desenvolvimento do simulador. 

Os organizadores também aguardam a confirmação da presença de Carlos Alberto C. Mattar, superintendente de Regulação da Distribuição da Aneel.

Sucessivas intervenções do governo prejudicam estabilidade do setor, dizem agentes

Mudanças não têm sido vistas com bons olhos tanto pelo setor produtivo quanto pelo mercado financeiro 
Por Natália Bezutti e Maria Domingues


O governo brasileiro tem deixado muitos agentes do setor elétrico preocupados, fazendo e refazendo cálculos nos últimos meses. Segundo o mercado, a série de intervenções que têm sido aplicadas sucessivamente, têm mostrado a instabilidade e, muitas vezes, a mudança de rumos à revelia das empresas e dos diversos segmentos nos quais o setor pode ser desmembrado: geração, transmissão, distribuição, comercialização e indústria.

A crítica do empresariado é antiga e corroborada por investidores estrangeiros, bem como de braços ligados ao poder público, como foi o caso do secretário de energia do Estado de São Paulo, José Aníbal, que não mediu palavras ao falar sobre a renovação da hidrelétrica Três Irmãos, a qual não foi solicitada pela Cesp. 

“O governo se manteve em uma postura fechada ao entendimento”, disse Aníbal na época.

Segundo João Carlos Mello, ex-presidente da Andrade & Canellas, agora à frente da Thymos Energia, no momento em o país quer voltar a captar recursos, com um risco regulatório baixo, o investidor não se interessa pelo mercado, pela falta da certeza de retorno. 

“Isso afasta porque os investidores colocam o dinheiro com a perspectiva de receber a receita e, se você começa a fazer intervenção, não tem essa segurança. 

A intervenção do governo em si está causando uma apreensão no mercado. Os mais afetados são os geradores e comercializadoras. E, evidente, que se os vendedores são afetados, os consumidores serão.”, aponta.

Listando as medidas mais recentes, e polêmicas, está a Resolução nº3 do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), ajuda para as distribuidoras através do repasse de recursos da Conta de Desenvolvimento (CDE), através do Decreto nº 7.945, e a suspensão de liquidação de contratos de janeiro de 2013.

Sobre a resolução do CNPE, um agente do setor comenta que com isso foi criado uma espécie de "CPMF da energia" que em cascata, ou irá reduzir a margem de todo o setor, ou o que considera mais provável, seria o repasse ao consumidor. 

“Em resumo, o governo arrecadará dos agentes de geração e comercialização os recursos que em um mercado menos líquido e com menos competição, serão repassados diretamente aos consumidores que por hora ainda comemoram essa medida”, comenta o agente;

De acordo com ele, o setor tem criado regras, resoluções e portarias sem simular os efeitos em toda a cadeia envolvida, o que estaria resultando na destruição de valor das empresas, desorganização do setor, risco de solvência, mas com alguns protegidos. “O ano de 2012 deveria ter sido o ano do mercado livre. Ao invés disso foi o ano da intervenção no mercado livre de energia”.

Mas para João Carlos Mello, da sequência de atos do poder regulatório e do Ministério de Minas e Energia que têm influenciado o mercado, a mais grave foi a suspensão da liquidação. 

“O mercado está fazendo uma leitura de quebra de contrato. E quando você suspende, afeta contrato de leilão que são base de pagamento do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), afeta as térmicas que rodaram e que vão ficar sem receita para pagar o combustível que usaram... Essa parada de janeiro é mais complexa do que o racionamento de 2011, que foi quando o mercado ainda estava nascendo, o sistema está muito complexo”.

Mercado financeiro
Se no setor produtivo as medidas não estão sendo bem assimiladas, no mercado financeiro a aversão ao risco aumenta a cada nova medida. Para Alexandre Furtado Montes, da consultoria de investimentos Lopes Filho, criou-se um circulo vicioso no setor elétrico. "Cada intervenção cria um problema, cada problema cria uma nova intervenção, que cria um problema e por aí vai", disse.

"O investidor estrangeiro detesta ingerência pública e isso é o que mais está acontecendo no setor elétrico", relata Guido Chagas, sócio-diretor da Humaitá Investimentos. O fundo de investimentos Skagen, da Noruega, ilustra bem o fenômeno descrito por especialistas. 

Em novembro de 2012, dias antes do anúncio oficial sobre a renovação de suas concessões de geração e transmissão, o fundo detinha 15,22% das ações preferenciais classe B da Eletrobras e era o principal investidor estrangeiro da companhia.

A norueguesa foi se desfazendo aos poucos dos papéis e, em 04 de março, esse percentual atingiu 4,71%, ou seja, uma redução de mais de 10 pontos percentuais (pp). De acordo com o último informe do fundo, a meta é continuar reduzindo posição em Eletrobras.

De acordo com Chagas, o estrangeiro não aposta em papéis do setor elétrico para o longo prazo. "O estrangeiro vem e aproveita um momento bom momento de uma ação, mas não é mais uma posição duradoura, como de outros tempos", disse.

Chagas descreve que a volatilidade por conta das mudanças regulatórias são tão grandes, que o investidor faz uma espécie de rodízio entre os papéis. "Um dia a notícia é boa para o distribuidores e o investidor tenta aproveitar, depois ele muda para uma ação de um outro segmento de negócio, por conta de uma outra mudança", disse.

Para Montes, as decisões tomadas pelo Governo Federal não mensuram riscos. "A Dilma entende do setor elétrico, mas não entende nada de negócios. 

O governo dela afastou os investidores", disse.

terça-feira, 12 de março de 2013

Energias renováveis: setor em alta no Ceará

O Ceará lidera a produção de energia eólica no Brasil, favorecido pela intensa força dos ventos nordestinos


Os bons ventos já sopram há tempos no Ceará. Nas últimas décadas, as paisagens de algumas das nossas mais belas praias foram contempladas por gigantescas pás eólicas que se movem com a força dos ventos para gerar energia. 

E o melhor disso é que a fonte deste tipo de energia é renovável, isto é, não corre risco de esgotamento.

Nosso estado é pioneiro nos investimentos em energias limpas, com o intuito de proporcionar uma maior qualidade de vida aos cearenses e conseguir alcançar a independência energética. 

Atualmente, o Ceará lidera a produção de energia eólica no Brasil, favorecido pela intensa força dos ventos nordestinos, mas outros investimentos estão na ordem do dia para o nosso Estado, como a geração de energia solar.


O Ceará também possui uma alta capacidade de produção deste tipo de energia, já que os baixos índices pluviométricos provocam um bom período de exposição às emissões de raios solares em todo o Estado. 

Outro fato que colabora para a geração de energia solar no Ceará, além do baixo custo, é que aqui possuímos 70% do solo cristalino, o que possibilita ainda uma menor retenção de água e maior exposição aos raios solares. 

Este tipo de tecnologia já é empregado com sucesso em países como a Alemanha, o Japão e os Estados Unidos e chegou ao Ceará com bastante força, após o lançamento da primeira usina de energia solar do Estado, na cidade de Tauá.

Por isso, é indispensável que o Ceará promova debates e discussões sobre energias renováveis. Neste ano, temos a 7ª edição do All About Energy, evento internacional que tem como foco compartilhar experiências e histórias de sucesso no ramo, know-how, estratégias, tecnologias e projetos de nível nacional e internacional bem como promover o debate de temas relevantes para o setor de energias limpas, como o mercado de comercialização e contratos, logística e competitividade, economia de carbono, eficiência energética e sustentabilidade. 

Entretanto, a energia solar será o grande destaque da feira.

O All About Energy 2013 é realizado até o dia 13 de março, no Centro de Eventos do Ceará, numa parceria com o Governo do Estado. Tem a presença de empresas nacionais e estrangeiras do setor de energias limpas, investidores internacionais, representantes de governos, instituições públicas e privadas, pesquisadores e estudantes, que participarão dos painéis, debates e palestras que a feira oferecerá, no intuito de promover o interesse pelas questões ambientais e comerciais do ramo de energias renováveis.

Diretora executiva do All About Energy

segunda-feira, 11 de março de 2013

Iluminação pública com energia solar e eólica



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A prefeitura de Canoas e o Grupo Baram assinaram, na semana passada,termo de cooperação para projeto piloto e pioneiro no país na área de energia limpa. 

O acordo prevê a substituição de dois postes para iluminação pública da Rodovia Federal/BR-116 – o segundo mais movimentado do Brasil, que liga Canoas a capital e a cidades do interior do Estado, por dois postes híbridos (energia eólica e solar) com quatro luminárias LED de 100 W instaladas a 18 metros de altura; aerogerador de 3000 W e nove placas solares de 90 W, em formato circular, totalizando 810 W. 

Os equipamentos serão instalados em até 40 dias e, após seis meses, serão feitos testes de avaliação da eficiência energética.

De acordo com o diretor-presidente do Grupo Baram, Josely Rosa, considerando esses parâmetros, o sistema somado irá gerar para seu próprio consumo 724 kW/mês e evitará a emissão, durante os seis meses de teste, de 4,44 ton CO? (Dióxido de carbono).

A iluminação pública atual da BR-116, trecho Canoas tem, aproximadamente, 220 postes e consumo anual de energia elétrica em torno de 1.670.000 kW/ano. 

Considerando classe de tarifação B4 – Iluminação Pública (R$/kWh), o gasto anual gira em torno de R$234.000,00.

Além de o sistema emitir na atmosfera, através de usinas de geração de energia, mais de 970 ton CO² (Dióxido de carbono). 

“Isso significa economia de energia e de recursos para o município, que poderão ser destinados para outras áreas”, destaca o prefeito Jairo Jorge, que ressalta ainda a ação inédita da cidade em todo o país. “Não existe no Brasil uma iniciativa semelhante de alternativa para iluminação pública nas rodovias, tema de extrema relevância e preocupação de todas as prefeituras do país”.

O sistema somado gerará para seu próprio consumo 428.000 kW/ano, quatro vezes menos do atual. A equipe de manutenção será acionada de duas a três vezes menos devido ao longo tempo de vida útil do quipamento, eliminando custos e aumentando a disponibilidade de equipes. “Ainda podemos preservar 6130 árvores que seriam necessárias para compensar a emissão anual de mais 970 ton CO”, lembra Josely.

Por que utilizar o sistema híbrido? Caso haja falta de energia elétrica a rodovia continuará iluminada, aumentando a segurança.

Alta flexibilidade de geração de energia devido às características climáticas da região sul que são bem favoráveis ao sistema. 

Alta confiabilidade através do sistema de backup, pois o banco de baterias supre a não geração por cinco dias, podendo ser ampliado conforme a necessidade do projeto.

Vantagens - luminárias LED: 
Tempo de vida útil maior que 50 mil horas (entre dez e quinze anos) | 
Muito econômicas comparadas com lâmpadas vapor de sódio |
Elevada eficiência luminosa e índice de reprodução de cores; Menor atração de insetos noturnos, pois não emitem raios infravermelhos e geram muito menos calor que os sistemas existentes |
Compromisso com o meio ambiente – não demanda tratamento especial em sua fabricação ou descarte. 

Não tem em sua composição substâncias tóxicas, nem filamentos; 
Efeito flash ou acendimento imediato.

A Baram Energy é uma empresa do Grupo Baram que busca a conciliação entre a sociedade, crescimento econômico e a preservação ambiental

“Na Baram Energy acreditamos que o desenvolvimento sustentável é possível e assumimos o compromisso de orientar a nossa atividade pelos princípios de desenvolvimento sustentável do Grupo Baram”, destaca Josely.

Grupo Baram: Novo parque industrial da empresa que será inaugurado na cidade de Sapucaia do Sul – Rio Grande do Sul- Com 12 anos de atuação no mercado da construção civil, o Grupo Baram é líder nacional na fabricação de equipamentos de acesso. 

Possui dois parques industriais no país: um em Fortaleza e outro na cidade de Sapucaia do Sul, na região metropolitana de Porto Alegre. 

No segundo semestre de 2013, uma nova unidade fabril será inaugurada em Sapucaia que, somada, dará ao Grupo o total de 30 mil m² defábrica para atender a produção crescente de equipamentos, entre balancins elétricos e manuais, mini-gruas, máquina para acabamento de parede, tapume ecológico, gruas, elevadores de cremalheira, caçamba motorizada, dutos para entulhos e, agora, aerogeradores de energia.

A matriz da empresa está localizada no município de Esteio (RS) e o Grupo mantém filiais em seis outros estados, entre eles São Paulo.

Criada em agosto de 2000, a empresa conta com 190 funcionários em todo o Brasil. Além do Brasil, a Baram exporta para países da
América Latina, como Paraguai, Venezuela, Chile e Uruguai.


quinta-feira, 7 de março de 2013

Busca por segurança energética não preocupa eólicos nos próximos leilões

Abeeólica aposta na competitividade da energia dos ventos
Por Wagner Freire

Crédito: Divulgação
O país enfrenta atualmente a situação do baixo nível dos reservatórios, o que vem sinalizando para o governo uma necessidade de contratar mais energia de reserva. 

Esse panorama deve refletir na estratégia do governo de realização de leilões. Desde 2005, a contratação era feita por preço e licitava-se o que era competitivo. 



Esta sistemática deverá ser revisada, no sentido de garantir uma segurança maior do suprimento.

Essa é a leitura que a presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Elbia Melo, faz para os próximos leilões de geração 

- o primeiro está previsto para ocorrer em maio. No entanto, uma pressão conjuntural para a necessidade de contratar mais térmicas para garantir uma segurança energética não preocupa fontes mais sazonais, como é o caso da geração a partir dos ventos.

"Nessa perspectiva, não achamos que o setor eólico vai perder; na realidade todos nós vamos ganhar. O setor eólico faz uma analise do que é bom para o setor elétrico como o todo. 

E o que é bom para o setor elétrico é que ele seja seguro e estável, seja do ponto de vista de suprimento, seja da regulação. 

Isso é bom para o setor elétrico; e o que é bom para o setor, é bom para a eólica. Principalmente porque a fonte é a segunda mais competitiva do País. 

A fonte eólica hoje só perde para grandes empreendimentos hidrelétricos. Então, qualquer mudança que seja feita [na contratação dos leilões], nós estamos sempre competitivos”, disse a executiva.

Elbia voltou a afirmar que o que aconteceu em 2012 deve ser esquecido . Falou que os preços praticados no leilão de dezembro não refletem a realidade do setor, portanto, não serve de parâmetro para tomadas de decisões.

"O cenário para 2013 é completamente diferente. Os mesmo três fatores que explicam 2012, que não foi muito bom do ponto de vista de investimento, mudam em 2013. 

Sabe-se que o PIB [Produto Interno bruto] será bem melhor; os excessos de contratos das distribuídas não existem mais. Sem contar que essa redistribuição relativa à Medida Provisória 579 deixou uma falta de energia no portfólio das distribuidoras. Isso já sinaliza para necessidade de realização de leilão", analisou.

"Governo sinaliza para pelo menos quatro leilões, sendo um leilão de energia de reserva. Este é um leilão muito bom para a fonte eólica. Estamos nos preparando para esses leilões. 

Temos um portfólio grande de projetos e estamos aptos a contribuir", completou, ao discursar em evento recente, realizado em São Paulo.

Energia eólica: mercado promissor para engenheiros

Em 2013, o mercado de energia eólica deve abrir vagas para gerentes, coordenadores e analistas. 


O crescimento é esperado devido à entrada em operação de novos parques este ano no Brasil. Juntos, eles devem produzir 3 gigawatts de energia – quantidade suficiente para abastecer São Paulo e Rio de Janeiro.

Segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica, cada gigawatt instalado abre em média 1500 empregos no ramo.

”O segmento ainda está em formação e carece de processos mais sofisticados , por isso precisará de profissionais para gerenciar projetos”, afirma Marcelo Braga, sócio da empresa de recrutamento Search RH, que fechou, no ano passado, mais de 20 posições de média e alta gestão para empresas da área. Muitos profissionais vieram de mercados como óleo e gás, automotivo e máquinas.

O minuano é presença marcante na trilogia “O tempo e o vento”, na qual o escritor gaúcho Érico Veríssimo conta a formação do Rio Grande do Sul. Agora, ganha lugar de destaque no processo de desenvolvimento do Estado. 

A energia eólica é um dos 22 setores considerados estratégicos para alavancar o crescimento da economia gaúcha.

O Estado tem 12 parques eólicos em operação, com potência de 390 MW, nos municípios de Osório, Tramandaí e Palmares do Sul, no litoral norte, e Santana do Livramento, na fronteira com o Uruguai. 

Outros 17 parques, com capacidade de gerar cerca de 1 mil MW, em diferentes fases de implantação, devem entrar em funcionamento até 2016. 

Com isso, os cataventos, como os gaúchos chamam os aerogeradores, também passarão a fazer parte da paisagem de municípios como Chuí, Rio Grande, Santa Vitória do Palmar e Viamão. Os novos empreendimentos representarão investimento de R$ 4,8 bilhões, segundo o governo.

Cerca de R$ 2,2 bilhões estão chegando ao Rio Grande do Sul pelas mãos da Eletrosul. Projetos prontos, em andamento ou prestes a serem iniciados vão responder por 570 MW, quase 30% da capacidade atual do país. 

É energia suficiente para abastecer uma cidade com cerca de 3,5 milhões de habitantes. “Esses empreendimentos são importantes para a Eletrosul porque consolidam a empresa como a maior estatal do setor no segmento eólico, e estratégicos para a segurança energética do país pois são complementares à matriz”, afirma o presidente Eurides Mescolotto.

A empresa entregou, em 2011, o Complexo Eólico de Cerro Chato, com 90 MW de capacidade, em Sant’Ana do Livramento. No entorno, o Complexo Eólico Livramento, com 78 MW, as bases dos 39 aerogeradores foram concluídas. 

A próxima fase será a montagem das torres e dos equipamentos. Livramento deve entrar em operação até março de 2014. No extremo Sul, o Complexo Eólico Chuí, com 144 MW, aguarda a licença ambiental para iniciar as obras.

O Complexo Eólico Geribatu, com dez parques e 129 aerogeradores, está em fase inicial de implantação em Santa Vitória do Palmar, no litoral Sul. Com 258 MW de capacidade instalada – suficiente para atender ao consumo de aproximadamente 1,6 milhão de pessoas -, Geribatu é maior projeto eólico da Eletrosul.

O complexo eólico Corredor do Senandes, no município de Rio Grande, é a primeira incursão da Odebrecht Energia no segmento de energia eólica. Dos 16 parques projetados pela companhia para os próximos anos, que devem gerar 365 MW, seis estarão no Rio Grande do Sul e o restante, no Ceará. 

A primeira fase do empreendimento gaúcho vai exigir investimento de R$ 400 milhões e prevê a implantação de quatro parques, com capacidade de 108 MW.

“Escolhemos o RS porque o Estado tem um regime de ventos bem interessante, permitindo a geração contínua de energia eólica”, explica o diretor de geração da Odebrecht Energia, Fernando Chein. O projeto inicial previa a instalação de 70 aerogeradores. 

O uso de equipamentos mais modernos vai permitir que esse número seja reduzido para 40. A montagem das torres eólicas deve ser iniciada em abril e a previsão é de o complexo entrar em operação no fim do ano.

A geração de energia elétrica atrai investimentos em outros segmentos da cadeia produtiva. A Alstom Brasil já assinou contrato com a Odebrecht para fornecer as 40 torres eólicas do Corredor de Senandes. 

Para isso, a empresa francesa está instalando uma nova planta industrial, com 11 mil m² de área construída, ao lado da fábrica de transformadores de potência em Canoas.

A previsão é de o empreendimento, um investimento de R$ 30 milhões, começar a produzir até o fim do primeiro semestre deste ano. Com capacidade para fabricar 120 torres/ano, a unidade industrial vai empregar 90 pessoas e oferecer 250 empregos indiretos. 

“A decisão de instalar a fábrica levou em conta o enorme potencial eólico do Rio Grande do Sul, a crescente expansão dessa energia no Estado e sua posição estratégica, que nos permitirá exportar as torres para países da América Latina, como Uruguai e Chile”, diz o presidente da Alstom Brasil, Marcos Costa.

Os parques eólicos também movimentam a construção civil. As obras do Corredor do Senandes, da Odebrecht, executadas pela Seta Engenharia, geraram cerca de 1.000 empregos, entre diretos e indiretos. 

A maior parte das vagas foi preenchida por trabalhadores locais. Essa fase vai exigir investimentos de R$ 60 milhões.


Fonte: Sindicato dos Engenheiros no Estado de Goiás