segunda-feira, 4 de agosto de 2014

A Revolução Eólica (46) – Mais três parques eólicos no Pampa

Começa esta semana a construção de mais três parques eólicos na região do Cerro Chato, em Santana do Livramento (RS), na fronteira com o Uruguai, em pleno pampa.
O projeto, fase 2 do Complexo Eólico Livramento, que prevê quatro parques, com 34 aerogeradores numa área de 4.380 hectares, e capacidade instalada de 68 megawatts (MW) de energia.
Por enquanto, três foram contemplados no último leilão realizado pelo governo federal. São eles: Galpões (8MW), Capão do Inglês (10MW) e Coxilha Seca (30MW). Apenas Ibirapuitã II (20MW) ficou de fora.
Os contratos preveem o início de suprimento em 1º de setembro de 2015, com prazo de vinte anos. O investimento é de R$ 270 milhões.
Assim como a fase 1 do Complexo Eólico Livramento, estes também são gerenciados pela Eletrosul Centrais Elétricas, que detém 49% do investimento, em parceria com a Fundação Eletrosul de Previdência e Assistência Social – Elos, com 10%, a Renobrax, empresa de engenharia de Porto Alegre, e o Fundo de Investimento Privado (FIP) Rio Bravo , com 41% das ações. 
A estatal e as parceiras constituíram a Livramento Holding S.A para gerenciar as usinas.
Três empresas formam o consórcio construtor: a fabricante argentina de aerogeradores IMPSA; o grupo português Efacec, especializado em equipamentos eletromecânicos; e a Iccila, empreiteira local da construção civil, que está executando os trabalhos de infraestrutura da área – abertura das vias de acesso aos locais onde serão instalados o canteiro de obras e as turbinas.
No Cerro Chato, apenas Ibirapuitã II (parte superior, em rosa) ainda não foi contratado
No Cerro Chato, apenas Ibirapuitã II (parte superior, em rosa) ainda não foi contratado

LEILÃO TEVE RECORDE DE PROJETOS

O Leilão de Reserva que o governo federal promoveu em 23 de agosto do ano passado, exclusivo para fonte eólica, teve cadastrados na Empresa de Pesquisa Energética (EPE) 655 projetos em nove estados, somando capacidade instalada de 16.040 megawatts (MW).

“É recorde, o maior número de projetos já inscritos em um leilão para energia eólica no mundo”, entusiasmou-se o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim.

A Bahia foi a campeã em inscrições com 238 parques, que somam 5.854 MW. Em segundo aparece o Rio Grande do Sul, com 153 projetos para produzir 3.437 MW.

O leilão apresentou duas novidades: a primeira é que atrela a contratação de parques eólicos à garantia de conexão na rede de transmissão, que elimina o risco de os empreendimentos ficarem prontos e não terem como escoar a produção. 

A segunda, é que a energia negociável será calculada com base em um critério de pelo menos 90% de chance de a produção dos empreendimentos eólicos ser igual à quantidade vendida. 

“Haverá apenas 10% de probabilidade de o parque gerar menos energia do que o volume vendido no leilão”, explicou Tolmasquim. (Cleber Dioni Tentardini)