terça-feira, 27 de setembro de 2011

Aneel volta atenção para projeto de pesquisa em energia solar

Chamada de P&D atraiu mais de 100 empresas interessadas; para agência, fonte pode seguir o caminho da energia eólica

Por Paulo Silva Junior, de São Paulo

Crédito: Getty Images

A chamada pública para o desenvolvimento de projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D) número 13/2011, que busca empresas interessadas em investir em energia solar, atraiu a atenção do mercado e da própria Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). 
 
Segundo Aurélio Calheiros, da superintendência de P&D do órgão, "mais de 100 empresas já sinalizaram interesse", o que significa um recorde.

"A expectativa da diretoria e do setor estão muito grandes. A inserção solar tem um impulso com a Copa do Mundo, por causa dos estádios, e podemos fazê-la seguir o que está acontecendo com a eólica. É a chamada (de P&D) mais elogiada que a gente já criou e a diretoria, inclusive, pediu para acompanhá-la de perto", explica o especialista da Aneel.

O projeto prevê a instalação de uma usina solar fotovoltaica conectada, direta ou indiretamente, por meio de unidades consumidoras, à rede de distribuição ou transmissão, e com potência entre 0,5MW e 3MW. Também está no escopo do empreendimento a instalação de um sistema de monitoração e análise de dados, considerado essencial para a avaliação do desempenho técnico-econômico da iniciativa. Segundo a Aneel, o objetivo é incluir a geração solar na matriz e ajudar a reduzir seus custos.

Calheiros também revela que, após a visita de uma comitiva da Aneel à Alemanha, uma nova chamada pode surgir. Membros do órgão conheceram uma usina de geração de energia em uma estação de tratamento de esgoto. "Essa pode ser a próxima chamada de P&D. Acredito, sinceramente, que é mais um projeto de eficiência energética, mas está sendo estudado como um possível novo tema", adianta.

Calheiros ainda lembra que, desde 2008, a agência já recebeu 1,1 mil projetos de pesquisa e desenvolvimento, em um total de investimentos de R$1,8 bilhão. Desses, 771 terminaram com o agente mostrando interesse em continuar com a execução.
 

Negócios: conheça os 10 setores que estão em evidência no País

A individualização do consumo e a valorização dos serviços nunca foi tão positiva quanto a que se mostra no cenário atual.

 
Não é à toa, por exemplo, que para agradar aos clientes as empresas estejam apostando cada vez mais na execução de serviços que visem o bem-estar pessoal e no relançamento de produtos – estes, mais modernos que nunca.

Vale tudo para atrair o consumidor. Mas com tanta novidade por aí, será que é possível detectar quais são os negócios mais promissores para se investir? Na opinião do Portal InfoMoney, sim.

Para listar os dez setores cujos negócios estão em evidência no País, consultamos a opinião do coordenador de graduação da Trevisan Escola de Negócios, Dalton Viesti.

E se você ficou curioso ou está interessado em expandir seus negócios, basta conferir as dicas à seguir e fazer a aposta certa.

Negócios em evidência

Confira abaixo os 10 setores indicados pelo profissional:

- Alimentício – um dos preferidos do consumidor, o segmento cresce cada vez mais. Para atender às necessidades dos clientes que não dispõem de tempo para cozinhar, novos produtos prontos para o consumo entraram nas prateleiras. Além disso, os alimentos industrializados também ganharam mais sabor, novas receitas, ficaram mais saudáveis e passaram a ser comercializados também em porções individuais.

- Educação – a demanda por profissionais qualificados tem favorecido este setor, que também é beneficiado pelos incentivos fiscais do governo para programas de formação. Não é à toa que tantas universidades com cursos de graduação e pós tenham despontado por aí. Para entrar no ramo, entretanto, os interessados precisam antes cumprir uma série de exigências, inclusive as do MEC (Ministério da Educação). O resultado certamente será promissor.

- Tecnologia – os avanços na área de tecnologia têm impulsionado os produtos do segmento. A cada dia mais e mais novidades são lançadas para atender ao público consumidor. Os produtos são leves, portáteis, discretos e apresentam um design arrojado. Tal movimentação impulsiona também outros elos da cadeia, como o de varejo, TI (tecnologia da informação) e manutenção.

- Telefonia e internet – e se a tecnologia avança, a portabilidade também. Por esta razão, os segmentos de telefonia e internet estão sendo mais valorizados, especialmente pelos serviços oferecidos – que precisam se adequar às necessidades dos usuários de tablets, iPads, e-books e iPhones.

- Imobiliário – a valorização de espaços menores também tem sido observada no mercado, afinal, para que grandes apartamentos quando a quantidade de integrantes de uma família está diminuindo? Por esta razão, a demanda por imóveis com um ou dois dormitórios tem sido avaliada com bom olhos, especialmente nas capitais.

- Móveis e decoração – e se os espaços estão menores, a linha de equipamentos e móveis destinados à decoração dos mesmos também diminuiu. Ao menos, é isto o que se observa no mercado, que atualmente disponibiliza uma variedade de opções e móveis sob medida. “As pessoas querem composições práticas e belas”, diz Viesti.

- Cosméticos – investir em si mesmo se tornou um bom negócio. O aumento da expectativa de vida tem motivado as pessoas na busca por produtos e serviços que possam melhorar a aparência pessoal, bem como a saúde de cada indivíduo. Aliás, por tal popularização do consumo, os preços dos tratamentos estéticos também estão ficando mais acessíveis, fato que reforça o crescimento de tal mercado.

- Turismo e diversão – se autopresentear virou moda. Baseadas no conceito “eu trabalho, eu mereço”, cada vez mais pessoas têm investido em viagens e itens que possam significar diversão garantida. “Este é um bom segmento para se investir, afinal, a viagem dos sonhos ficou mais próxima das pessoas”, acredita Viesti.

- Infraestrutura urbana – e como a bola da vez é o conforto individual, não pense você que a infraestrutura urbana ficaria de fora dessa. A cada dia novas linhas de metrô, trem e ônibus são desenvolvidas facilitando a vida da população - esta precisa se deslocar com mais agilidade, conforto e segurança. O segmento encontra-se em evidência, principalmente pela proximidade da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016. Para se ter uma ideia, a expectativa é que regiões mais beneficiadas com tais melhorias sejam as capitais e áreas costeiras do País, justamente por seu potencial turístico.

- Eficiência energéticaa energia também tem se mostrado um bom setor para se investir. Impulsionado pela tecnologias, o segmento é responsável pelo desenvolvimento de sistemas que possam ampliar a vida útil de equipamentos e, ainda, reduzir os gastos de consumo. São tendência no mercado, por exemplo, os eletrodomésticos eficientes, bem como os prédios e apartamentos inteligentes. Por esta razão, montar um negócio dentro desta nova concepção pode se mostrar bastante promissor.
 

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

BB e Votorantim vão lançar fundo para energia renovável

Energia Eólica
Energia eólica(Foto: Agência USP)

A BB DTVM, gestora de recursos do Banco do Brasil, e o Banco Votorantim vão lançar um fundo de private equity de R$ 1 bilhão para o setor de energias renováveis. 
 
A carteira tem como objetivo comprar participações em usinas de biomassa, energia eólica e pequenas centrais hidrelétricas (PCH), disse o presidente da BB DTVM, Carlos Takahashi em entrevista à imprensa logo após fazer uma apresentação no 32º Congresso Brasileiro dos Fundos de Pensão, que está sendo realizado em Florianópolis.

Takahashi disse que o fundo está em processo de captação, por isso os valores finais não foram fechados. A captação está sendo feita principalmente com fundos de pensão e clientes de alta renda ("private banking").

A participação do fundo pode variar em cada projeto, de investimentos minoritários a uma fatia maior da usina. Segundo o executivo, uma equipe de profissionais foi escolhida para mapear potenciais projetos de investimento no setor de energia.

A parceria da BB DTVM, maior gestora de recursos da América Latina, com R$ 410 bilhões de ativos em gestão, com o Banco Votorantim já rendeu outros fundos. Em dezembro de 2010, eles lançaram o fundo BB Votorantim JHSF Cidade Jardim Continental Tower para aplicar em projetos imobiliários.

Fonte: Hoje em Dia

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Sinovel fecha contrato ao Brasil e marca chegada das turbinas chinesas no País

Parque Barra dos Coqueiros, da Desenvix, terá 23 turbinas da empresa asiática

Por Paulo Silva Junior


Turbinas SL1500 da Sinovel serão instaladas no Sergipe


Depois de todo o setor de energia eólica - sejam fornecedores de equipamentos ou empreendedores - admitir a presença cada vez mais forte dos orçamentos chineses para a negociação de turbinas a serem instaladas no Brasil, a Desenvix, do grupo Engevix, confirmou nesta segunda-feira (19/9) que fechou contrato de suprimento de turbinas com a Sinovel. Enfim, eles chegaram, com 23 aerogeradores de 1,5MW cada.

"O dragão chinês está chegando. As indústrias estão olhando para o desenvolvimento de suas tecnologias em mercados que nós operamos. E como um empreendedor global independente, somos o parceiro ideal", afirma o chefe-executivo da Desenvix, José Antunes Sobrinho, que abriu a possibilidade de manter acordos com a fabricante da China para projetos futuros.

O parque em questão é o Barra dos Coqueiros, no Sergipe, que comercializou 10MW médios de energia a um preço de R$ 152,00/MWh no primeiro leilão específico da fonte, em dezembro de 2009. A expectativa é de que a entrega aconteça até o final deste ano, já que a planta deve entrar em operação até julho de 2012.

Um dos principais entraves citados por geradores e especialistas no último mês, quando foram realizados os certames A-5 e de reserva, era o de como seria feito o financiamento desse tipo de projeto, modelo que não foi divulgado oficialmente para esta negociação. Porém, como a companhia ainda não possui uma linha de produção no Brasil, a opção mais provável deve ser a participação de um banco chinês na operação.

Mais China

O Diário Oficial da União nesta segunda-feira (19/9) publicou a autorização para viagem de técnicos de Furnas a reuniões na China e Alemanha, voltadas para "discussões sobre a implantação e exploração de energia renovável e visitas a uma fábrica de aerogeradores e parques eólicos". Estão escalados para a missão um total de oito profissionais, entre eles o diretor-presidenteda estatal, Flavio Decat, que viaja entre 24/9 e 3/10.
 

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Produção energia eólica compensa custo de hidrelétrica no longo prazo

Fonte: Ciencia Hoje

A energia eólica foi apontada no mais recente relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), publicado em maio deste ano, como uma das seis fontes renováveis que podem suprir a demanda energética mundial nas próximas quatro décadas. 
 
 
 
Recentemente, ganhou maior competitividade no mercado e está sendo incorporada aos planos governamental

No Brasil, a energia elétrica hoje é gerada basicamente por usinas hidrelétricas e térmicas. Para atenuar a emissão de poluentes derivada da queima de combustíveis fósseis (base da geração térmica no Brasil), pesquisadores do Instituto de Eletrotécnica e Energia (IEE) da Universidade de São Paulo (USP) projetaram um cenário alternativo para o ano 2040, com a substituição parcial dessa fonte de energia pela eólica.

No estudo, fruto da dissertação de mestrado da engenheira Juliana Chade Ricosti, foram comparados os custos de geração das duas fontes de energia em um horizonte de 30 anos. Por um lado, o investimento inicial em tecnologia para instalação de parques eólicos (cerca de 20 milhões de dólares) é maior do que para construção de usinas térmicas (aproximadamente 14 milhões de dólares).
O Brasil seria capaz de produzir energia eólica para substituir parcialmente a térmica

Mas essa diferença é compensada posteriormente, pois as usinas eólicas têm custos de operação e manutenção cerca de 2,5 vezes menores, além de não terem gastos com combustível – que, no caso, é o próprio vento – e com medidas para reduzir emissões de gás carbônico.

A pesquisa mostra ainda que o Brasil seria capaz de produzir energia eólica para substituir parcialmente a térmica. Isso porque o regime de ventos no Nordeste – onde há o maior potencial de geração de energia eólica – é mais intenso nos períodos de seca, e hoje as usinas térmicas só são acionadas quando o nível dos reservatórios de água das hidrelétricas é insuficiente para suprir a demanda energética presente e futura.

O engenheiro nuclear Ildo Sauer, orientador do estudo, ressalta que o potencial eólico do Brasil está subaproveitado.O Atlas do Potencial Eólico Brasileiro prevê uma possibilidade de geração de 143 gigawatts (GW), mas atualmente a capacidade instalada é de 1 GW, o que representa 0,88% do total disponível no Brasil. Ao lado da fonte de energia fotovoltaica, a eólica é a que tem menor representação na matriz de energia elétrica brasileira.

Opção competitiva
O incentivo à energia dos ventos cresceu no mundo todo por causa do marketing associado ao fato de ser uma energia limpa, que não emite gases de efeito estufa e tem impactos socioambientais reduzidos. Isso permitiu a evolução das tecnologias usadas na geração de energia eólica e a redução do investimento inicial para a construção de usinas, de modo que essa fonte energética passou a ser tão competitiva quanto as demais.

“Para que a tecnologia das usinas eólicas se desenvolva ainda mais, é preciso que o governo incentive a nacionalização da cadeia produtiva e dê garantia e segurança aos investidores”, enfatiza Sauer.

Nos últimos três anos, o governo brasileiro fez leilões exclusivos para concessão da exploração de fontes alternativas de energia. O primeiro, realizado em dezembro de 2009, foi direcionado apenas a usinas eólicas e aprovou 71 projetos com promessa de venda da energia gerada a um preço médio de R$148 por megawatt-hora (MWh).

Em 2010, 70 projetos de energia eólica foram aprovados por R$130/MWh. Nesse mesmo leilão, foi concedida permissão para construção de hidrelétricas de pequeno porte com promessa de venda de energia a R$141/MWh.

O último leilão de energia, realizado em agosto deste ano, contratou 34 projetos de parques eólicos com energia a R$99/MWh – preço inferior ao prometido por usinas térmicas a gás natural, que foi de R$100,40/MWh.

Apesar de todos os benefícios, é preciso cautela antes de apostar na energia eólica. Essa pode não ser uma fonte totalmente confiável, se não forem feitos estudos de mapeamento, medição e previsão dos ventos. Os pesquisadores advertem que o setor não tem um grande histórico de dados e os ventos só costumam ser aproveitáveis em parte do ano. Além disso, os parques eólicos são ruidosos, podem interferir na rota migratória de pássaros e afetar a estética das paisagens.
 

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Copa cria polêmica sobre revisão tarifária de elétricas

O governo identificou, a partir de estudo conduzido por uma força-tarefa que teve a participação de empresas concessionárias do setor elétrico, a necessidade de investimento adicional, no montante de R$ 4,7 bilhões, para assegurar que, durante a realização da Copa do Mundo de 2014, não ocorram blecautes ou imprevistos no suprimento de energia nas 12 cidades-sede do evento.

Os recursos sairiam dos cofres das próprias empresas, principalmente, das distribuidoras de energia, mas uma medida em estudo na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) ameaça reduzir, segundo empresas do setor, o fluxo de caixa das companhias nos próximos anos. As companhias falam em comprometimento das condições para tomada de financiamentos e, por consequência, dos investimentos necessários à Copa.

O trabalho da força-tarefa procura atender os critérios adicionais de segurança exigidos pela Federação Internacional de Futebol (Fifa). A entidade requer, por exemplo, que os estádios recebam energia elétrica de pelo menos duas fontes distintas. Durante os jogos e sua transmissão pela televisão, os estádios e centros de imprensa serão atendidos também por geradores próprios e especiais, exclusivos para essas finalidades.

Pelo menos quatro cidades-sede, dentre as maiores do país - São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba -, terão que fazer obras para atender à demanda da Fifa quanto à segurança energética. O relatório produzido pela força-tarefa traz, no total, 26 recomendações, que incluem: a agilização dos processos de outorga de concessão das linhas de transmissão consideradas "estratégicas" para a Copa; a possibilidade de antecipação das revisões tarifárias de distribuidoras pela Aneel; e a manutenção de estoques de combustível para uso emergencial em geração térmica durante o evento.

Os investimentos identificados pela força-tarefa não compreendem as obras já previstas pelas concessionárias em decorrência do crescimento da economia, promovido direta ou indiretamente pela Copa do Mundo. Especialistas calculam que apenas a inauguração de 200 novos hotéis nas cidades-sede acrescentará ao sistema elétrico demanda equivalente a uma cidade com 100 mil habitantes. A estimativa toma como base que cada hotel terá cerca de 100 quartos, com potência média de 5 kilowatts (kW).

A preocupação das empresas diz respeito ao terceiro ciclo de revisão tarifária formulado pela Aneel. Essas revisões, realizadas desde as privatizações de distribuidoras e transmissoras, são feitas a cada quatro ou cinco anos, a depender da empresa. O objetivo da Aneel é introduzir, na fixação dos parâmetros para cálculo das tarifas, ganhos de produtividade do setor e também da economia brasileira (cujo risco de crédito, por exemplo, caiu de forma significativa nos últimos anos), levando em conta as taxas de retorno para o investimento.

O custo médio ponderado do capital, conhecido pela sigla WACC e que indica em linhas gerais a taxa de retorno da concessão, chegava a 11,25% no primeiro ciclo. No segundo ciclo de revisão tarifária, para o período entre 2007 e 2010, essa taxa caiu para 9,95%. Ao apresentar as regras do terceiro ciclo, a Aneel sugeriu um índice de retorno regulatório de 7,15% e, depois, elevou-o para 7,57%.

As empresas concordam que o novo índice seja menor que o anterior, mas acham que a Aneel não está considerando a existência de risco regulatório. Em estudo encomendado pela Abradee, entidade que reúne as distribuidoras, a LCA Consultores estima o risco regulatório em 0,9%. Isso já elevaria o WACC imediatamente em 0,43 ponto percentual. A Aneel teria utilizado, em seus parâmetros, o melhor rating do setor elétrico para o cálculo do custo de captação, desconsiderando as taxas pagas individualmente pelas distribuidoras ao buscar crédito.

As distribuidoras alegam que essas regras inviabilizam o levantamento dos recursos necessários aos investimentos para a Copa. Provavelmente, trata-se de um exagero, afinal, essas companhias, com exceção das federalizadas pela Eletrobrás, acumularam desde a privatização taxas anuais de retorno superiores a 10% ao ano. Em geral, estão capitalizadas e prontas para atender a demanda por investimentos. Apesar disso, cabe ao governo e à Aneel analisar as reivindicações para evitar surpresas no futuro. 
 
Fonte: (Valor Econômico)

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Rio de Janeiro quer ser referência na área energética

Da Agência Ambiente Energia - Transformar o estado numa referência em racionalização, inovação tecnológica e sustentabilidade ambiental. Este é o objetivo do programa Rio Capital da Energia, lançado pelo governo do Rio de Janeiro na quarta-feira, dia 31 de agosto. 
 
 
 
A iniciativa será tocada por um comitê estratégico. Uma das primeiras ações é o convênio entre a Ampla e a Light para implantar sistemas de racionalização de energia em escolas, hospitais e em todas as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), e a desoneração de equipamentos solares e eólicos. O programa também contará com linhas de financiamentos para a área de pesquisa e desenvolvimento.

“Fechamos um convênio com a Ampla e com a Light para fazer a avaliação dos sistemas elétricos em escolas e hospitais. A ideia é começarmos com 20 escolas e cinco hospitais, para que a gente possa realizar eficiência energética”, disse o governador Sérgio Cabral. O governador também anunciou medidas para fomentar a energia limpa, como linhas de financiamento para incentivar empresários. O dono de uma padaria vai poder, por exemplo, trocar o forno elétrico por um forno a gás. ” Além disso, vamos estabelecer linhas de financiamento para pesquisa e faremos a desoneração do ICMS para equipamentos solares e eólicos – contou o secretário Julio Bueno.

O Rio Capital da Energia prevê, ainda, ações para massificar o conceito de uso racional de energia, inclusive campanhas de comunicação. “Queremos que as pessoas, quando forem comprar uma televisão, uma geladeira, o façam de acordo com o consumo de energia, que este item seja levado em conta”, acrescentou.

O Comitê Estratégico do Rio Capital da Energia oficializado nesta quarta-feira é composto por: secretarias estaduais de Desenvolvimento Econômico – responsável pela Secretaria Executiva do programa –, do Ambiente e de Ciência e Tecnologia, além de ACRJ, ANP, BR Distribuidora, CEG/CEG Rio, EBX, EDF/UTE, Eletrobras, Eletronuclear, Endesa/Ampla, EPE, Fecomercio, Firjan, Furnas, IBP, Light, Neo Energia, OGX, ONS, Petrobras, PUC, Uerj e UFRJ.

Rio de Janeiro: polo energético – O estado do Rio conta hoje com 85 empreendimentos geradores de energia, entre hidrelétricas, termelétricas e Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs). É no Rio que estão situadas duas usinas nucleares do país (Angra 1 e Angra 2) e o projeto da terceira (Angra 3), já em andamento. Atualmente, o Rio produz 8.600 MW e haverá oferta de outros 3.700 MW nos próximos anos, com sete novos projetos em execução.

A produção de petróleo fluminense representa 85% da nacional, em torno de 1,8 milhão de barris diários. No estado, são extraídos ainda 28 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, o equivalente a 45% do total nacional. Números que serão ampliados, nos próximos anos, já que 70% da área do pré-sal estão em território fluminense.

O mercado e a tradição energética fazem do Rio o epicentro do setor, atraindo s empresas como a Petrobras e todas as companhias nacionais e estrangeiras petrolíferas que atuam no país, além das principais entidades representativas, como a Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip) e o Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP). O mesmo se dá com a energia elétrica. É o caso de Furnas Centrais Elétricas, Eletrobrás, Eletronuclear, Operador Nacional do Sistema (ONS) e Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

O Governo do Estado também mudou, recentemente, a legislação e passou a exigir contrapartidas ambientais para empresas que queiram instalar termelétricas, visando contribuir para a sustentabilidade da matriz energética. O Rio saiu na frente também com a criação da Secretaria de Economia Verde, a primeira do país. Subordinada à Secretaria do Ambiente, seu objetivo é contribuir para o que o estado desenvolva uma economia mais limpa, moderna e forte.

No primeiro semestre, o Rio lançou o primeiro ônibusflex (diesel/GNV) do mundo, capaz de rodar com até 90% de gás natural veicular (GNV), que emite 20% menos CO2 em comparação com o diesel. Atualmente, o estado conta com 750 mil veículos leves movidos a GNV, a maior frota do país, e mais de 500 postos de abastecimento. A oferta do combustível, que já é abundante, crescerá com a produção do pré-sal, sendo suficiente para garantir o abastecimento do sistema de transporte, além da indústria, dos serviços e do comércio.