terça-feira, 20 de novembro de 2012

Gamesa prioriza Brasil em plano de negócios


Crédito: Divulgação Gamesa













Emergentes devem avançar mais do que economias tradicionais e serão motores de demanda
Por Fabíola Binas


Ao apresentar seu plano de negócios para o período 2013-2015, a espanhola Gamesa projeta uma mudança em seu mix de clientes, com regiões emergentes como a América Latina, por exemplo, ganhando mais espaço frente à mercados tradicionais como Estados Unidos e Europa, por conta do atual cenário econômico. 

“Determinados emergentes como Índia, México e Brasil serão importantes como motores da demanda”, pontuou a companhia durante apresentação do The Way Forward - Caminho a seguir, em português.


De acordo com o documento, outros países da América Latina como Chile e Uruguai também terão peso na nova configuração de mercado, além de regiões do continente africano. 


“Também temos confiança na Índia, que por conta da energia cara e da falta de infraestrutura, faz a eólica ter um papel importante no desenvolvimento do setor”, pontuou a Gamesa ao lembrar que ela foi o primeiro fabricante estrangeiro do setor a apostar no território indiano, o que traz um diferencial na hora de expandir mercado.


Diante das mudanças, a fabricante eólica prevê que seu patamar de instalações anuais caia dos 47,6 GW em 2012, para 42 GW no próximo ano, apresentando então um recuperação quando chegar aos 51,4 GW em 2014, montante que permanecerá praticamente estável em 2015.

“Não podemos nos considerar especiais, temos que ser realistas e nos adaptar à nova situação de mercado”, afirma a empresa.


Cenário 
Em relação à desaceleração alguns mercados-chave, a Gamesa disse que a definição eleitoral nos Estados Unidos deve interferir nos negócios regionais - provavelmente porque Obama levanta a bandeira das fontes renováveis.

Outra questão levantada foi a falta de perspectiva de novas encomendas na Espanha, por conta da nova situação regulatória e a desaceleração econômica europeia.

A Gamesa aponta que a China estaria apresentando problemas por conta de 14GW que estariam sem conexão com o sistema, o que deverá levar tempo para ser resolvido, não acontecendo no curto prazo.


terça-feira, 30 de outubro de 2012

Brasil pretende reduzir 10% o consumo final de energia até 2030


A experiência norte-americana e a expectativa brasileira na busca do uso racional de energia foram apresentadas no Fórum de Eficiência Energética, na quarta-feira (24), na sede da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). 

Trata-se de matrizes diferentes de energia. Enquanto no Brasil, 75,4% da energia é gerada por hidrelétricas, nos Estados Unidos 80% da energia é oriunda de usinas térmicas de carvão ou gás natural.

De acordo com Roberto Meira Junior, coordenador-geral de Fontes Alternativas do Departamento de Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, o País tem grande potencial de investimentos em fontes de energia renováveis. 

“O Brasil, diferentemente de outros países, tem uma diversidade de alternativas elétricas, através de fontes naturais: hidrelétricas, termoelétricas e outras. Isso permite que trabalhemos com um sistema híbrido, em que não precisamos colocar todos os ovos em uma única cesta.”

A partir 2001, quando ocorreu a crise energética em diversas capitais brasileiras, o famoso apagão, o governo passou a desenvolver medidas que garantissem o consumo racional de energia e a utilização de fontes alternativas. 

Uma das premissas do Plano Nacional de Eficiência Energética, desenvolvido pelo Ministério de Minas e Energia, é reduzir cerca de 10% do consumo final de energia, até 2030. Além disso, a pasta espera que até a referida data, o País conte com a definição de uma política e um Plano Nacional de Eficiência Energética.

Já nos EUA, por causa da centralização energética, estados e municípios desenvolvem suas próprias metas de diminuição de energia e estratégias de promoção de práticas sustentáveis. 

Ao todo, 24 estados utilizam leis de eficiência energética mínimas para cerca de 50 produtos, entre eletrodomésticos e automóveis. 

“Um exemplo da eficiência dessas leis é o setor de refrigeradores, que desde 1972, vem apresentando redução de 75% no consumo de energia em seus produtos. 

A determinação proporcionou o avanço de novas tecnologias, o que contribuiu para a queda dos preços para o consumidor”, afirma Howard Geller, diretor-executivo do Projeto de Eficiência Energética de Southwest (Southwest Energy Efficiency Project) – organização de interesse público operando no Arizona, Colorado, Nevada, New Mexico, Utah e Wyoming – que conduziu estudos de eficiência energética para concessionárias de energia, organizações governamentais e agências.

Desde a década de 1970 até 2010, os programas de eficiência energética trouxeram benefício de US$ 1,1 trilhão aos Estados Unidos.

O debate contou ainda com a participação do professor José Goldemberg, presidente do Conselho de Sustentabilidade da FecomercioSP, que salientou a importância de se discutir questões energéticas no Brasil, para evitar desperdícios de recursos naturais e pensar em meios alternativos de geração de energia. 

“Estamos no limite da produção energética. Será que não poderíamos utilizar a energia de uma forma mais racional?”

Fonte: Fecomercio

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Confiante, WEG quer aumentar presença no setor eólico

Empresa apresentou lucro de R$194,7 milhões no terceiro trimestre, alta de 32,1% frente aos resultados de 2011
Por Wagner Freire

Crédito: Getty Images












A catarinense WEG reafirmou nesta quinta-feira (25/10) suas perspectivas para o setor de equipamentos eólicos. Segundo o diretor de Relações com Investidores da companhia, Laurence Beltrão Gomes, o contrato firmado em setembro deste ano, que prevê o fornecimento de turbinas eólicas no montante de 90MW, é apenas o primeiro passo da empresa no setor.

De acordo com o diretor, esse primeiro contrato mostra que a empresa conseguiu desenvolver produtos interessantes para esse mercado, de alta tecnologia e fabricados localmente. 

"Esse contrato nos dá uma oportunidade de crescimento gradual, aumentando a nossa presença no mercado nos próximos anos", disse, em teleconferência.

Nesta quarta-feira (24/10), a WEG divulgou o resultado do terceiro trimestre do ano, apresentando um lucro líquido de R$194,7 milhões, alta de 32,1% se comparado com o desempenho apresentado em igual período no ano passado. 

E embora esteja engatinhando no setor eólico, a empresa é especialista na fabricação de motores elétricos, geradores, transformadores e subestações de energia elétrica.

Para 2013, segundo Gomes, a companhia projeta um desempenho semelhante ao deste ano. Ele destacou que “as condições de mercado continuam desafiadoras”, mas que a WEG vem mantendo sua política de aumentar sua competitividade. “Todo nosso trabalho é em aumentar a competitividade em relação aos nossos concorrentes de mercado.”

O gerente de Relações com Investidores da empresa, Luís Fernando Oliveira, lembrou que a política econômica adotada pela presidente Dilma Rousseff - de controlar o câmbio, diminuir as taxas de jutos, entre outras medidas adotadas pelo governo - impactam diretamente na indústria e em seus clientes. 

"Todos esses fatores contribuirão para aumentar a demanda no ano que vem. Os empresários precisam ter confiança e continuar investindo", observou.

Para atender o contrato de 90MW eólicos, a WEG possui uma unidade fabril de nacelles em Jaraguá do Sul, em Santa Catarina, com capacidade de produzir 65 nacelles por ano. Em 2014, serão 108 e, em 2015, 130 máquinas. 

Entre elas, um modelo novo, que deve começar a ser disponibilizado em 2014. Essa turbina terá 2,3MW, contra os 1,65MW das máquinas atualmente produzidas.

Gomes explicou que, como esse contrato de fornecimento é para atender um parque do Nordeste que vendeu energia em 2011, com início de suprimento em 2016 - os equipamentos serão entregues ao longo dos próximos anos.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Energia solar pelo lado social



A EDP Escelsa, distribuidora de energia elétrica do Grupo EDP no Brasil, em parceria com o Governo do Estado e com a Agência de Serviços Públicos de Energia do Espírito Santo (Aspe), ampliou o projeto “Boa Energia Solar”. 

Com isso, 218 residências de um conjunto habitacional no bairro Eldorado, na Serra, receberam a instalação de painéis solares para aquecimento de água, permitindo, assim, a substituição dos chuveiros elétricos existentes por outros mais eficientes.

O Boa Energia Solar faz parte do Programa de Eficiência Energética da Distribuidora e promove o uso eficiente e racional da energia elétrica.

Em uma iniciativa inédita, a EDP Escelsa, em julho deste ano, inaugurou a implantação do programa Boa Energia Solar nos bairros Serra Dourada I, II e III, também no município da Serra.

As residências recebem, gratuitamente, a instalação de painéis solares para o aquecimento da água, reservatório térmico para armazenamento, misturadores de água quente e fria para regular a temperatura até que a água fique agradável ao banho, substituição das lâmpadas ineficientes por outras fluorescentes compactas com Selo PROCEL “A” de eficiência energética, além de orientações de técnicos capacitados sobre a perfeita utilização dos equipamentos.

O sistema a ser implantado pela EDP Escelsa garante que a luz do sol será suficiente para aquecer a água do banho em cerca de 80% dos dias do ano. 

Nos poucos dias em que não houver energia solar, o chuveiro elétrico poderá ser utilizado, mantendo a temperatura da água ideal para um banho confortável.

“Com mais essa ação, a EDP Escelsa reforça o seu compromisso de contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos seus Clientes, com ações que reduzem a conta de luz e contribuem para a preservação do meio ambiente”, destaca o gestor Executivo da EDP Escelsa, Amadeu Wetler.

Paralelamente às instalações, os moradores contemplados também recebem lâmpadas fluorescentes, compactas e econômicas, em substituição às incandescentes convencionais e orientações sobre o uso eficiente e seguro da energia elétrica.

“A economia média no valor da fatura com a utilização de equipamentos eficientes e por meio do uso dos chuveiros com aquecimento solar pode variar entre 25% a 30%”, informa Wetler.

Além da implementação do programa Boa Energia Solar nos bairros Serra Dourada I, II e III e Eldorado, no município da Serra, a EDP Escelsa está ainda alargando o referido programa para 240 apartamentos de um conjunto habitacional com 15 prédios, no bairro Itanguá, em Cariacica.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Energias renováveis:45% da matriz brasileira em 10 anos


Projeção é do Plano Decenal de Expansão de Energia, da EPE


Com crescimento estimado de 5,1% ao ano, as fontes renováveis de energia devem passar de 43,1% para 45% da matriz brasileira em 2021. A projeção está no Plano Decenal de Expansão de Energia, produzido pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

O documento, que fica em consulta pública no Ministério de Minas e Energia até o dia 31 de outubro, traz as metas para adaptação do setor conforme prevê o Decreto 7.390/2010 que regulamenta a Política Nacional sobre Mudança do Clima.

De acordo com o presidente interino da EPE, Amilcar Guerreiro, a meta para o setor é não ultrapassar 680 milhões de toneladas de gás carbônico de emissões absolutas em 2020. 

Para que isso ocorra, foi feito o planejamento de crescimento de cada fonte de energia a longo prazo.

“Para uma parte do horizonte os leilões já estão feitos e estão com uma probabilidade de ocorrência muito alta. Claro que sempre tem a incerteza da demanda. Mas nos primeiros cinco, seis anos, boa parte da oferta já está basicamente definida. 

Agora, para completar o horizonte de dez anos, aí você tem exatamente o plano e, portanto, tem metas a serem atingidas”.

Um dos destaques é o aumento da produção de energia eólica, que hoje não chega a 1.000 megawatts (MW). A meta é chegar a 16 mil MW em 2021. Segundo Guerreiro, uma parte já está leiloada e deve entrar em operação a partir do ano que vem. 

Outra oferta em ascensão é a das energias derivadas da cana-de-açúcar, tanto o etanol como o bagaço, com crescimento de 8,1% ao ano.

Mesmo com a previsão de aumento da participação do gás natural dos atuais 11% para 15,5% em 2021, devido à exploração na camada pré-sal, o presidente interino da EPE disse que as metas de emissão de gases de efeito estufa no setor energético serão mantidas. 

De acordo com ele, o mais importante é que as emissões não cresçam em uma proporção maior do que o crescimento da economia do Brasil.

“Com a evolução da demanda, com essa estratégia de oferta, você mantém, em 2020, a intensidade de carbono na economia. 

Quer dizer, você não está emitindo mais gás carbônico por unidade de PIB [Produto Interno Bruto]. A sua economia cresce, mas ela não fica emitindo mais do que proporcionalmente ao aumento da economia”, declarou.

A meta é manter a intensidade de carbono na mesma proporção medida em 2005, ano em que foi feito o segundo inventário brasileiro de emissões de gás carbônico.

O Plano Decenal da EPE prevê crescimento na capacidade instalada no Sistema Interligado Nacional de 56% até 2021, com destaque para a geração hidrelétrica, com a entrada em operação da Usina de Belo Monte. A malha de transmissão deve chegar a 150,5 quilômetros. 

Guerreiro lembra que o nível de atendimento de energia elétrica atualmente está muito perto de 100% e o crescimento é de 1,5 milhão de ligações residenciais por ano.

No setor de hidrocarbonetos, a produção de petróleo deve saltar de 2 milhões de barris por dia (bpd) para 5,43 milhões até 2021, com a entrada em operação de 90 plataformas de produção. 

Como a demanda projetada é de 2,89 milhões de bpd, o excedente de 2,54 milhões será destinado à exportação.

A previsão é que a oferta de energia não-renovável cresça 4,7% ao ano, enquanto a de energias renováveis aumente 5,1%. 

Com isso, será possível suprir a demanda, que deve crescer 4,7% ao ano até 2021. O investimento total estimado para os próximos dez anos é R$ 1 trilhão.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Políticas de estímulo à utilização das energias renováveis

Enviado por luisnassif 
Por Ronaldo Bicalho
Do blog Infopetro
Um balanço das políticas de estímulo à utilização das energias renováveis
Por Jacqueline Batista Silva

Em recente relatório publicado pela KPMG Internacional são apresentadas as principais iniciativas em termos de taxas e incentivos realizados por 23 países ao redor do mundo em prol do estímulo ao desenvolvimento tecnológico e a promoção de diversas fontes de energias renováveis: eólica, solar, biomassa, geotérmica e hidroelétrica.

Em 2009 havia 83 países com algum tipo de política de promoção de renováveis; hoje, esse número chega a 96. São observadas políticas regulatórias, além de incentivos fiscais e financiamento público.

Na União Europeia foi observada uma redução dos incentivos, devido ao quadro econômico vivido. 

No entanto, os países permanecem comprometidos com as metas de redução de emissões: a Suécia excedeu seus requisitos regulatórios; a Alemanha dobrou sua capacidade de geração solar fotovoltaica; a França delineou um plano de participação de 25% de renováveis no mercado de energia até 2020; e, segundo alguns analistas, a energia solar nas regiões mais ensolaradas do Mediterrâneo está a ponto de tornar-se competitiva com os combustíveis fósseis.

Em contrapartida são observadas, ainda assim, reduções no investimento. Mesmo a Alemanha, com muito bons índices, reduziu em 15% os subsídios, com indicações de 29% de cortes em 2012. 

O Reino Unido e a Itália reduziram subsídios em 50%. Na Espanha, várias instalações solares fecharam, levando ao desemprego na casa dos milhares. A República Tcheca poderá reduzir, ou mesmo eliminar os incentivos, a despeito dos compromissos firmados pela União Européia. 

Houve também o fator China, reduzindo os preços de painéis fotovoltaicos solares – quase 50% nos últimos 3 anos, devido ao aumento massivo da produção dos painéis.

Na Ásia, contudo, os incentivos foram mantidos ou aumentaram. E, mais uma vez, a China é um importante player, impulsionando outros países asiáticos. A Coreia do Sul afirma que, até 2030, 11 % de sua energia total será proveniente de renováveis, numa medida que intitulou de Crescimento Verde. 

Na Índia, a produção de renováveis tem sido associada ao provimento de eletricidade para as regiões fora do grid, através das instalações fotovoltaicas e de geração elétrica independente por instalações movidas a biocombustíveis.

O relatório trata especificamente de vários países, e é dada atenção especial também ao Brasil. Aqui, foi observada uma queda de 5% em novos investimentos. Mas isso é explicado pela atenção dada à consolidação do setor de biocombustíveis, no qual boa parte dos recursos são injetados nos processos de fusões e aquisições – não computados como novos investimentos. 

O relatório apresenta o regime especial de impostos para produtores e importadores de biodiesel, o Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS): taxas são menores e não cumulativas na revenda para atacadistas, distribuidores e varejistas.

Alguns outros dados também são apresentados: o Brasil é o sexto investidor mundial em renováveis, com 43,9% da oferta interna de energia proveniente dessas fontes. 

Também é destacado como um país que contém as condições ideais para o cultivo de oleaginosas, e o crescimento da utilização do biodiesel encontra um aliado na regulação, com a exigência de adição de 5% de biodiesel ao diesel e o monitoramento dessa taxa no mercado. Programas de financiamento também foram introduzidos em todas as fases de produção.

O Brasil formalizou o compromisso com a redução das emissões de carbono, após a COP-15, aumentando sua meta para 2,8%, tendo se comprometido a reduzir em 38,9% em 2020. 

Uma meta ambiciosa, à qual é imprescindível a implementação de uma série de benefícios fiscais para estímulo da utilização de renováveis.

O quadro a seguir apresenta os cinco países que mais se destacam em novos investimentos em diferentes áreas de energia renovável segundo os dados disponíveis (2010).



Fonte: KPMG, 2012.

No quadro percebemos o destaque do Brasil em investimento (5ª posição) e em produção de etanol e biodiesel (2ª posição mundial). 

Não considerando as adições anuais referentes a 2010, o Brasil ocupava até o fim daquele ano a 4ª posição em renováveis (incluindo recursos hidrelétricos) e a 2ª posição em capacidade de geração de energia através de biomassa.

Um fator destacado no estudo é o fato de o “centro de gravidade” do setor de renováveis estar em processo de migração: dos países desenvolvidos para os emergentes – tanto no polo da manufatura como no polo consumo. 

E, se essa tendência se confirmará será “uma questão da integração dos fatores econômicos, políticos e tecnológicos relacionados à energia verde”. Como sempre.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

A Revolução Eólica (43) - IMPSA produz geradores para Complexo Eólico Livramento



Por Cleber Dioni Tentardini

O grupo argentino IMPSA vai fornecer as 39 turbinas eólicas de 2MW cada, dos próximos cinco parques eólicos que já estão sendo construídos no Cerro Chato, em Sant’Ana do Livramento.

Esses parques representam a primeira fase do Complexo Eólico Livramento, um projeto da Eletrosul Centrais Elétricas, que detém 49% do investimento, em parceria com a Fundação Eletrosul de Previdência e Assistência Social - Elos, com 10%, e o Fundo de Investimento Privado (FIP) Rio Bravo , com 41% das ações. A estatal e as entidades constituíram a Livramento Holding S.A para gerenciar as usinas.

Nessa mesma região da fronteira-oeste do Rio Grande do Sul, a estatal subsidiaria da Eletrobras é proprietária das usinas eólicas Cerro Chato I, II e III, com 45 aerogeradores e 90MW de capacidade instalada, em funcionamento desde 2011.

Fábrica no RS

Os aerogeradoresestão sendo produzidos na WPE – fábrica da IMPSA no Complexo Industrial e Portuário de Suape, em Pernambuco, instalada em 2008, com 600 funcionários, e capacidade de produzir 500 máquinas por ano e abastecer 1000 MW/ano. 

A entrega das turbinas modelo IWP-100, mais atual da empresa, está prevista para o primeiro trimestre de 2013, de acordo com o diretor de Comunicação do grupo argentino, Santiago Miles

A partir de 2014, o grupo espera reduzir os custos logísticos de operação quando pretende já estar operando sua nova planta em solo gaúcho – o município sede ainda não foi definido, ficará no eixo Região Metropolitana de Porto Alegre e Caxias do Sul. 

Ainda estão sendo verificados fatores como resistência do solo, nível de terraplanagem e acessos.

A IMPSA espera iniciar ainda este ano as obras da sua fábrica gaúcha, prevendo começar a operar no segundo semestre de 2013. Vai investir R$ 87,5 milhões na unidade que terá capacidade de fabricar 200 aerogeradores por ano.

Presente em 40 países

Em seus mais de cem anos de história no setor de energia, a IMPSA já forneceu equipamentos para centrais de geração elétrica que totalizam mais de 45.000MW de potência instalada. 

Está presente em mais de 40 países, nos cinco continentes, com mais de seis mil empregados. A multinacional possui contratos superiores a U$S 3.900 milhões.

Desde os anos 80 a multinacional acompanha a evolução do setor de energia eólica através da pesquisa e desenvolvimento. 

Em 1998 foram iniciados os estudos sobre materiais compostos e no inicio de 2003, o desenvolvimento de tecnologia própria até conseguir o primeiro protótipo de 1,5 MW. 

A IMPSA desenvolveu seu próprio conceito UNIPOWER®, com acionamento direto (DDPM) que une em um só componente ao gerador elétrico e o cubo rotor, eliminando peças complexas e reduzindo e facilitando o transporte, a operação e manutenção. 

Graças à tecnologia UNIPOWER®, melhora-se a eficiência e a confiabilidade dos aerogeradores.Hoje, produz aerogeradores de até 2,5MW.

Os centros de produção estão no Brasil, na Argentina e na Malásia. 

Em Pernambuco, além da fábrica de turbinas, haverá uma planta para produção de componentes hidrelétricos. 

Fotos