BY JULIANA.PASSADORE
TENDÊNCIAS RECENTES DA ENERGIA EÓLICA NA ARGENTINA
O convidado desta semana para escrever em nosso blog é o analista da área de Energia da Frost & Sullivan, Martin Cataife.
Formado em relações internacionais pela Universidad de San Andres e terminando um mestrado pela Universidad Torcuato Di Tella, Martin atua como analista de mercado na Frost & Sullivan, cobrindo o mercado de Energia na região do Cone Sul (Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai).
Sua expertise engloba temas como o mercado de geração, transmissão e distribuição de energia elétrcia, além do setor de renováveis, com foco para energia eólica e solar.
TENDÊNCIAS RECENTES DA ENERGIA EÓLICA NA ARGENTINA
Onde estamos e qual será o próximo passo?
Por Martin Cataife
“O mercado eólico possui um papel crescente na geração de energia da Argentina”, relatam os participantes da primeira Conferencia e Expoxição Eólica, que foi realizada de 3 a 5 de julho 2012, na La Rural em Buenos Aires.
A Argentina tem o potêncial para criar uma indústria dinâmica da energia eólica, principalmente devido à combinação de alguns fatores. Em primeiro lugar, o país apresenta um recurso eólico que oferece um fator de capacidade da ordem de 35% em mais de 50%, sendo a região da Patagônia um dos locais mais promissores para a instalação de parques eólicos, por ser uma área comdensidade populacional baixa.
Além disso, as condições da rede elétrica nesta região tem melhorado de forma siginificativa, principalmente se levamos em consideração que a região operou de forma independente do sistema interconectado nacional até 2005, quando finalizou a interconexão ao SADI (Sistema Argentino de Interconexão).
A capacidade de transmissão do SADI aumentou em 7,4% desde 2005. E, em relação à Patagonia, se destacam a linha de transmissão do SADI em 500kv que liga Pico Truncado e Puerto Madryn com Choele-Choel.
Ou seja, as possibilidades de conexão para os parques eólicos tem melhorado muito nos últimos cinco anos, sendo que o governo oferece PPA (Contratos de Compra de Energia) de 15 anos, com acesso garantido à rede e uma taxa fixada em dólares.
Ou seja, as possibilidades de conexão para os parques eólicos tem melhorado muito nos últimos cinco anos, sendo que o governo oferece PPA (Contratos de Compra de Energia) de 15 anos, com acesso garantido à rede e uma taxa fixada em dólares.
Todos estes fatores culminaram no desenvolvimento, a nível local, de um aindústria de turbinas eólicas que hoje dispõe de três fabricantes, além da recente formação do Cluster Eólico Argentino, com a finalidade de promover o desenvolvimento da indústria de energia eólica de forma coordenada na comunidade empresarial.
Assim, o mercado atravessa um período de crescimento na capacidade instalada de geração com turbinas eólicas. Atualmente, o Parque Eólico Arauco dispõe de 25MW de potência instalada com 12 turbinas de 2.1MW.
O Parque Eólico Rawson, possui uma potência instalada de 77.4MW distribuida em 43 turbinas de 1.8 MW, sendo a velocidade média anual do vento é de 8.1m/s (29.2 km/h) a 80m de altura.
Além disso, está em construção o Parque Eólico de Puerto Madryn, cuja capacidade instalada chegará a 220MW com 119 turbinas de 1.8MW.
E vão ser construídos, pelo menos, 600MW da licitação realizada pela empresa de capital público ENARSA, além de mais três projetos na provincia de Neuquén, que alcançariam 225MW de potência instalada – trata-se de um projeto com um investimento de 300 milhões de dólares.
Hoje, na realidade, existem mais de 30 projetos em desenvolvimento.
Por outro lado, com relação às restrições ao crescimento deste mercado, as empresas que obtiveram as especificações para a construção de parques eólicos estão enfrentando desafios difíceis de superar.
A nível internacional, existem limitações no mercado de capital para o país, produto do não cumprimento da dívida da Argentina, o que impõe taxas restritivas para o financiamento de projetos.
A nível local, os baixos preços da energia, que são regulamentados e subsidiados pelo governo nacional desde a crise de 2001, têm impacto na competitividade dos recursos eólicos.
Além disso, a Argentina também deve atualizar sua legislação em termos de energias renováveis, instrumentando o net metering, como deveacontecer no Chile e no Brasil, ou atualizando os padrões de Energia Plus, onde a energia eólica tem participação atualmente.
Embora se trate de uma fase inicial da indústria eólica, as possibilidades de crescimento no mercado de turbinas são promissores para as próximas décadas, tendo em conta os objetivos definidos pela Lei 26.190, onde a Argentina se comprometeu a aumentar a geração de energia renovável em oito por cento da energia total gerada em 2016.
Fonte: www.jornaldaenergia.com.br
Fonte: www.jornaldaenergia.com.br