segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Para presidente, setor elétrico é a espinha dorsal do crescimento

A presidente Dilma Rousseff tem verdadeira obsessão pelo setor elétrico. Motivo: depois de trabalhar na área antes e durante o governo Lula, firmou a convicção de que o setor é a espinha dorsal para garantir crescimento econômico de 5% anual em seu mandato.

Estudiosa do setor, Dilma costuma citar o racionamento de energia do governo FHC como falha de planejamento que travou o crescimento da economia do país. 

Em 2001, o país foi obrigado a implantar um racionamento de energia elétrica que durou nove meses. Resultado: enquanto em 2000 o país havia crescido 4,3%, no ano seguinte o PIB (Produto Interno Bruto) subiu apenas 1,3%, frustrando as expectativas dos tucanos na véspera da eleição presidencial.

Dilma, inclusive, foi escalada ministra de Minas e Energia pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a missão de evitar um racionamento de energia durante seu governo. Não impediu, contudo, o registro de um apagão em novembro de 2009, também na véspera de uma eleição presidencial.
O apagão de Lula atingiu 18 Estados, deixando 88 milhões de pessoas sem eletricidade. Na época, o governo se enrolou ao tentar explicar os motivos do corte de energia, mas fez questão de dizer que a situação era diferente da do período tucano, não sendo necessário fazer um racionamento de energia.
Dilma já era nome certo como candidata do PT à Presidência e, num primeiro momento, o governo evitou que ela falasse com a imprensa. Uma tentativa de preservá-la de um desgaste eleitoral, o que acabou sendo considerado um erro.
Agora, no início de seu governo, Dilma convive com seu primeiro apagão. De dimensões menores do que o do governo Lula, mas de tamanho suficiente para reforçar nela a decisão de ter controle total sobre o setor elétrico e acompanhar de perto os principais projetos.
Ela não quer repetir 2001, quando o crescimento da infraestrutura energética não acompanhou o da economia brasileira. Por isso, considera essencial construir as hidrelétricas de Jirau, Santo Antonio e Belo Monte (região Norte) e evitar gargalos num período em que o Brasil será sede da Copa do Mundo e das Olimpíadas (Folha de S.Paulo, 5/2/11)