A experiência norte-americana e a expectativa brasileira na busca do uso racional de energia foram apresentadas no Fórum de Eficiência Energética, na quarta-feira (24), na sede da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
Trata-se de matrizes diferentes de energia. Enquanto no Brasil, 75,4% da energia é gerada por hidrelétricas, nos Estados Unidos 80% da energia é oriunda de usinas térmicas de carvão ou gás natural.
De acordo com Roberto Meira Junior, coordenador-geral de Fontes Alternativas do Departamento de Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, o País tem grande potencial de investimentos em fontes de energia renováveis.
“O Brasil, diferentemente de outros países, tem uma diversidade de alternativas elétricas, através de fontes naturais: hidrelétricas, termoelétricas e outras. Isso permite que trabalhemos com um sistema híbrido, em que não precisamos colocar todos os ovos em uma única cesta.”
A partir 2001, quando ocorreu a crise energética em diversas capitais brasileiras, o famoso apagão, o governo passou a desenvolver medidas que garantissem o consumo racional de energia e a utilização de fontes alternativas.
Uma das premissas do Plano Nacional de Eficiência Energética, desenvolvido pelo Ministério de Minas e Energia, é reduzir cerca de 10% do consumo final de energia, até 2030. Além disso, a pasta espera que até a referida data, o País conte com a definição de uma política e um Plano Nacional de Eficiência Energética.
Já nos EUA, por causa da centralização energética, estados e municípios desenvolvem suas próprias metas de diminuição de energia e estratégias de promoção de práticas sustentáveis.
Ao todo, 24 estados utilizam leis de eficiência energética mínimas para cerca de 50 produtos, entre eletrodomésticos e automóveis.
“Um exemplo da eficiência dessas leis é o setor de refrigeradores, que desde 1972, vem apresentando redução de 75% no consumo de energia em seus produtos.
A determinação proporcionou o avanço de novas tecnologias, o que contribuiu para a queda dos preços para o consumidor”, afirma Howard Geller, diretor-executivo do Projeto de Eficiência Energética de Southwest (Southwest Energy Efficiency Project) – organização de interesse público operando no Arizona, Colorado, Nevada, New Mexico, Utah e Wyoming – que conduziu estudos de eficiência energética para concessionárias de energia, organizações governamentais e agências.
Desde a década de 1970 até 2010, os programas de eficiência energética trouxeram benefício de US$ 1,1 trilhão aos Estados Unidos.
O debate contou ainda com a participação do professor José Goldemberg, presidente do Conselho de Sustentabilidade da FecomercioSP, que salientou a importância de se discutir questões energéticas no Brasil, para evitar desperdícios de recursos naturais e pensar em meios alternativos de geração de energia.
“Estamos no limite da produção energética. Será que não poderíamos utilizar a energia de uma forma mais racional?”
Fonte: Fecomercio