quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Líderes pedem mais investimento em energias renováveis

Hollande participou da cerimônia de abertura da Cúpula Mundial de Energia do Futuro em Abu Dhabi Foto: AP
Hollande participou da cerimônia de abertura da Cúpula 
Mundial de Energia do Futuro em Abu Dhabi
Foto: AP


O presidente francês, François Hollande, abriu nesta terça-feira a Cúpula Mundial de Energia do Futuro, encontro financiado pelo setor privado e que se realiza no emirado árabe de Abu Dhabi.

Hollande disse que o mundo está indo em direção a uma "catástrofe" caso os líderes do planeta não iniciem um trabalho sério sobre energias renováveis e outras iniciativas ecológicas. 

A falta de gastos no desenvolvimento de energia renovável aumentará a demanda por energia fóssil e "tornará seu preço inacessível", além de aumentar os riscos do aquecimento global, acresceu Hollande.

Os organizadores do encontro de três dias, que acontece simultaneamente à Assembleia Geral da Agência Internacional de Energias Renováveis (Irena) e à primeira Cúpula Internacional da Água, disseram que foram gastos cerca de 257 bilhões de dólares em projetos de energia renovável no mundo em 2011.

Hollande disse que, neste ano, estima-se que sejam necessários investimentos na ordem de 300 bilhões de dólares em energias renováveis, mas tal exigência vem em tempos de crise econômica, acresceu. 

Por isso é necessária a contribuição de todos os países.

A visita de um dia de Hollande a Abu Dhabi foi dominada, no entanto, por encontros com autoridades da Defesa, entre outros. 

A França pretende vender 60 caças Rafale aos Emirados Árabes Unidos.

Parcela de energia renovável

Com sede em Abu Dhabi, a agência Irena lançou nesta segunda-feira no emirado árabe uma nova estratégia global para consolidar os esforços com vista a dobrar a quantidade de energia limpa até 2030. 

A Irena advertiu, no entanto, que o processo tem de ser acelerado substancialmente para que se atinja essa meta.

O objetivo é ampliar a parcela das fontes de energia renovável, como energia solar, eólica e biomassa para cerca de 30% do mix energético global. Atualmente, essa cifra gira em torno dos 16%. 

"Com base em estimativas, em 2030 a cota de energias renováveis ​​subirá para apenas 21%, assim teremos um hiato de 9 pontos percentuais", disse em Abu Dhabi o diretor-geral da Irena, Adnan Amin.

Até a próxima quinta-feira, a Cúpula Mundial de Energia do Futuro 2013 reunirá líderes mundiais em tecnologia, política e negócios para discutir o futuro da energia, eficiência energética e fontes limpas. 

O encontro é patrocinado por grandes empresas do setor.

Aliança de países

À margem da Assembleia Geral da Irena, que também aconteceu em Abu Dhabi, um grupo de oito países participou de um encontro a convite do ministro alemão do Meio Ambiente, Peter Altmaier.

Na agenda estava o projeto de Altmaier para a fundação de um chamado Clube dos Países da Mudança de Matriz Energética, que apoia o uso crescente de energias renováveis em detrimentos das fontes tradicionais de energia. 

Na reunião que discutiu as bases do clube estavam presentes representantes da Alemanha, África do Sul, China, Dinamarca, França, Marrocos, Reino Unido e Tonga.

O governo alemão conta com a cooperação chinesa no planejado clube. "A China irá se tornar um país pioneiro em termos de energias renováveis", disse o ministro alemão após o encontro dos oito Estados. 

Segundo o ministro, a China daria mais peso à aliança de países, que pretende cooperar no desenvolvimento das energias renováveis e colocar o tema no topo da agenda política.

No entanto, Altmaier não quis dar mais detalhes sobre a reunião, mas disse estar otimista de que a iniciativa irá sair do papel. 

Após o encontro, o vice-presidente da agência chinesa de energia, Liu Qi, também não quis se manifestar sobre a fundação da planejada aliança.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Energias renováveis serão destaque na 14ª Expodireto Cotrijal

A palavra sustentabilidade estará mais presente na 14ª Expodireto Cotrijal. Para 2013, a área de meio ambiente da Cotrijal prepara um espaço para apresentar as energias renováveis eólica e fotovoltaica. 



O projeto está sendo elaborado desde o último ano e conta com o apoio do pesquisador e engenheiro agrônomo Udo Schmiedt. Com o objetivo principal de formar uma consciência de que há energias renováveis ao alcance de todos, do ponto de vista técnico e econômico, serão desenvolvidas ações para que os associados da Cotrijal e o público visitante possa ver e entender o funcionamento dessas energias.

Para Deisi Sebastiani Nicolao, bióloga da cooperativa, a Expodireto Cotrijal trará a visibilidade que o assunto merece. “Queremos aproveitar essa oportunidade para mostrar as vantagens e as formas com que podemos economizar energia e assim ajudar o meio ambiente”, disse.

Serão instalados no parque da Expodireto Cotrijal aerogeradores (energia eólica) e na Casa do Meio Ambiente um sistema fotovoltaico (energia solar). 

As explicações sobre os temas serão concentradas nos espaços internos da casa. “No piso superior trabalharemos a energia fotovoltaica e no piso inferior será apresentado um aerogerador desmontado para demonstrar o seu funcionamento e também outros aspectos da geração dessa energia”, explica a bióloga.

Udo Schmiedt argumenta que o projeto irá apresentar alternativas modernas e que estão ganhando espaço no mercado. Ele lembra que embora o sistema de hidroelétricas seja renovável, apresenta inconvenientes, como a inundação de terras agricultáveis, o deslocamento de populações indígenas, a alteração do meio ambiente com relação a flora e fauna. 

“A população cresce num ritmo muito perigoso e a demanda de energia acompanha esse crescimento. Porém, as fontes de energia convencionais estão no limite, principalmente na distribuição centralizada de uma rede sucateada em grande parte do país. 

A energia renovável, eólica e fotovoltaica, nos brinda com autossuficiência, descentralização e redução de custos na transmissão, representando uma enorme segurança para que o país possa contar com energia nos lares, automóveis, máquinas e indústrias”.

Anfiteatro da natureza

As energias renováveis farão parte também do tema do Anfiteatro da Natureza. Apresentado durante os dias da feira, o teatro tem como público-alvo crianças, estudantes e visitantes em geral que gostam de se divertir com uma boa peça teatral. 

Para 2014, a Trupe Cotrijal promete inovar e trazer para o palco uma série de informações sobre as energias. 

“Aguardamos com ansiedade os dias da feira, principalmente para sabermos como os atores irão trabalhar esse tema tão importante para o meio ambiente e para a sociedade como um todo”, observou Deisi.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Furnas é a primeira empresa do setor elétrico a aderir agenda ambiental da administração pública

Presidente da companhia, Flávio Decat, afirma que a empresa já tem dois projetos que se enquadram à A3P
Da redação, com informações da Agência Brasil


Furnas foi a primeira empresa do setor elétrico a aderir a Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P), criada há 11 anos. 

A empresa tornou-se nesta quarta-feira (3/10) a 161ª instituição a seguir as recomendações da agenda coordenada pelo governo, que define critérios de gestão ambientalmente sustentável. 

Entre as metas estipuladas pelo manual, estão a mudança nos investimentos, compras e contratação de serviços pelo governo e o manejo adequado dos resíduos e dos recursos naturais utilizados.

“É uma sinalização do setor elétrico de que a discussão ambiental não passa só pela questão do licenciamento. É uma agenda que depende menos da gente [governo] e mais de Furnas”, avaliou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.

Levantamentos de um grupo do Tribunal de Contas da União (TCU), formado para acompanhar os resultados da iniciativa, apontaram que, com o cumprimento mínimo de regras, as empresas têm conseguido economizar cerca de R$ 240 milhões por ano em energia.

O presidente de Furnas, Flávio Decat, adiantou que a empresa tem dois projetos que se enquadram à A3P. 

Uma das propostas em análise é a de adaptação de barcaças que vão rodar com motores a hidrogênio no Lago de Furnas, em Minas Gerais, abrangendo mais de 30 municípios do estado, formando lagos, cachoeiras, balneários e piscinas naturais.

“As barcaças serão usadas para recolher o lixo nas cidades e queimar esse lixo em usinas próprias, produzir energia elétrica e vender essa energia de maneira que este processo seja sustentável e não dependa de verbas de prefeituras. 

Estamos desenvolvendo esse projeto. Já temos acordo com a Coppe [Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro] para usar os motores”, explicou Decat.

Segundo ele, técnicos de Furnas e colaboradores estão estudando a melhor técnica para a queima correta do lixo e também a de menor custo, além de locais adequados para instalar as usinas. 

Decat acredita que, no final do ano, o projeto estará concluído para o início das licitações.